29/09/2006

Férias II


Outras areias me esperam :)

Até breve!

Seis coisas aleatórias sobre mim

(desafio da Margarida, do Infusões)

1. Gosto de ar puro; não tenho fobia a locais fechados, mas prefiro sempre locais a céu aberto ou locais onde o ar circule. A primeira coisa que faço ao chegar a algum sítio é abrir as janelas (carro e escritório, principalmente).

2. Não durmo tão bem sem o ritual pré-sono, e é raro passá-lo à frente. Não acordo bem se não for espreitar a vista lá de fora acompanhada de um grande copo de água.

3. Sou relativamente viciada em livros de culinária e compro bastantes, mas só dos que têm boas fotografias. Se o livro não tiver fotografias, não me apetece cozinhar coisas de lá.

4. Perco facilmente a paciência quando estou à procura de uma coisa, acuso quem estiver por perto (pois, por vezes injustamente) de lhe ter mexido, esperneio, tudo para depois descobrir que a coisa estava num sítio algo óbvio e muitas das vezes, fui eu mesma que a pôs lá.

5. Não resisto a uma boa mala/carteira. Desde miúda.

6. Vejo os erros ortográficos a quilómetros de distância. Exagero, claro; mas vejo-os quase sempre. Digamos que num texto com 1500 palavras, os meus olhos vão direitinhos ao único erro…não é de propósito, mas acontece milhentas vezes.

Quanto a passar adiante…considere-se convidado quem estiver para aí virado :)

28/09/2006

A arte de fazer malas II

Há vários tipos de fazedores de malas: os ultra-cuidadosos, os regulares e os baldas.

Os ultra-cuidadosos preparam listas com dias de antecedência, compram tudo e mais alguma coisa por pensarem que pode vir a ser necessário e certificam-se de que tudo está lavado e preparado para o transporte. A mala é escolhida a dedo, cumpre todas as normas internacionais, para além de acomodar precisamente tudo o que o ultra-cuidadoso quer levar. É quase impossível que o ultra-cuidadoso se esqueça de alguma coisa. O problema é que os ultra-cuidadosos de gema não conseguem deixar de ultrapassar largamente os limites de peso, pois têm de levar mesmo tudo. No entanto,
também há ultra-cuidadosos que estudam detalhadamente o conteúdo e conseguem levar o estritamente necessário. Por fim, há ultra-cuidadosos azarados, que por mais cuidado que tenham, esquecem-se sempre de alguma coisa.

Os regulares limitam-se a preparar tudo com relativa antecedência, podem eventualmente ter listas, mas nem sempre, e confiam no instinto - e não no estudo - para seleccionar o conteúdo da mala. Normalmente, esquecem-se de alguma coisa.

Os baldas são os piores dos fazedores de malas. Fazem as malas à última da hora e limitam-se a atirar lá para dentro o que estiver mais à mão. Invariavelmente, esquecem-se de 80% dos itens de que vão realmente necessitar. Há os baldas com sorte, que acabam por conseguir levar o que é preciso, e há os baldas com azar, que acabam por andar toda a viagem a cravar itens aos restantes companheiros ou a comprar o que falta.

Para além destes três tipos de fazedores de malas, há os mistos, que aliam características de vários tipos. Eu, por exemplo, penso com relativa antecedência no que quero levar, mas já não faço listas (porque sei de antemão que não vou olhar para elas mais tarde, como já confessei uma vez aqui), confiando portanto no instinto para me dizer o que falta; não costumo esquecer-me de muita coisa, porque a minha lista mental costuma ser fiável. Não faço a mala com muita antecedência, só um ou dois dias antes. E a pior das minhas características de fazedora de malas: nunca viajo com pouca coisa por ter uma costelinha de ultra-cuidadosa...e vocês, como fazem as vossas malas?

27/09/2006

A arte de fazer malas I

Estando eu já numa fase relativamente avançada de preparativos para a viagem que se aproxima, procurei uma lista de itens proibidos a bordo de aviões. Encontrei-a aqui.

Esperava ver listados itens corriqueiros: canivetes, lâminas, líquidos inflamáveis, enfim, aquelas coisas que logicamente não é conveniente levar a bordo de um avião.

Não esperava que fosse proibido transportar material radioactivo (a sério, tinha lá uns taparuerezinhos mesmo preparados para levar), granadas de todos os tipos (sem comentários), fogo de artifício (bolas, já nem nos deixam celebrar condignamente!),
sabres (nem de luz?), espadas e bengalas de estoque, rosetas de arremesso (?!), picadores de gelo (esta agora...lá vou eu ter de levar a 123!), minas e outros explosivos militares (azar dos azares, pessoal), entre vários outros itens com designações pomposas e extremamente pormenorizadas que não lembram ao Pai Natal.

Ora esta, pá, que grande maçada. Lá vou eu ter de prescindir de inúmeros itens que costumo sempre levar comigo! Fazer malas dá muito trabalho!

26/09/2006

Estações

Aqui, já chegou o Outono, ainda antes do dia oficial. Vê-se pelas folhas, pela cor do céu, pelo vestuário das pessoas (embora neste domínio, reine o semi-caos, com gente ainda a insistir em tops de alças e sandálias e pessoas [num ataque de loucura, quanto a mim] a usar pesados casacos de Inverno). Numa altura em que os limites das estações se notam cada vez menos por diversos motivos, é de certa forma um privilégio notá-las nos devidos momentos e ver que as fronteiras estão mais ou menos aonde deviam estar.

E no entanto, para a semana vai ser Primavera outra vez. Mudar de estação assim por vontade própria também é bom. Pois, férias à vista ;)

25/09/2006

Sinais? Quais sinais?

Era de esperar que fosse possível circular num determinado local e, seguindo os sinais, chegar ao destino pretendido em tempo útil. Pois era. Mas na realidade, todos sabemos que isso simplesmente não acontece. Na maior parte das localidades portuguesas, por exemplo, a política de sinalização é para chegar, há que penar. E as localidades, através das entidades de sinalização competentes, aplicam esta política com afinco e dedicação, dificultando ao máximo a tarefa de chegar a qualquer lugar. Existem várias técnicas: a ausência total de sinalização, a sinalização escondida, a sinalização em excesso, a sinalização errada ou a sinalização por sinédoque (exemplo: quando o destino é olhinhos de baixo, há que seguir as placas para o laguinho piqueno; problema: ninguém sabe que este lago fica em olhinhos de baixo).

Aliás - e esta informação é um rigoroso exclusivo mundial do errortográfico - a conhecida frase vá para fora cá dentro não é mais que uma versão abreviada da frase vá para fora, vá, tente, mas nunca conseguirá sair cá de dentro. A nossa política de sinalização visa isso mesmo. E mesmo cá dentro, há sítios dos quais é impossível sair...pois muito bem, agora todos sabemos porquê! Portanto da próxima vez que se perderem, inspirem fundo e pensem no bem da pátria. É tudo pelo bem da pátria.

Boa semana ;)

22/09/2006

Não polaroids III

Ou eu, e as caixas de bolachas. É que gosto tanto do cheiro das caixas de bolachas; sei logo se vou gostar do conteúdo. Desde pequena que gosto de abrir as caixas de bolachas todas (também por causa do ruído!), cheirar e deixar o nariz decidir se me apetece alguma coisa.

Uma das minhas avós comprava algumas vezes biscoitos digestivos de manteiga. Eu e o meu primo, habitués da casa, não conseguíamos parar de comer até acabarem ou até o sentimento de culpa falar mais alto, algo que basicamente, nunca acontecia nem costuma acontecer aos miúdos. Aqueles digestivos de manteiga eram simplesmente os melhores biscoitos que podia haver, e seriamente viciantes. Descobrir aqueles biscoitos nalguma das caixas era sempre uma surpresa, porque não tinham momento certo de chegar, nem a minha avó nos dizia que tinha comprado porque sabia o que se seguiria: a devastação total e impiedosa do stock de biscoitos.

Noutro dia, cheguei à conclusão de que há coisas que simplesmente não mudam…esses biscoitos aparecem de vez em quando lá em casa, silenciosos e letais, pela mão da minha mãe. Quando os descubro, a reacção é quase a mesma, é muito difícil parar de os comer; o sentimento de culpa até está lá num cantinho escuro, mas não prevalece. Não com estes biscoitos :)

Bom primeiro fim-de-semana de Outono! Quer-me parecer que vai estar bom para biscoitos…

21/09/2006

Regresso à máquina

Sub-repticiamente e com um sorriso maquiavélico, dirijo-me para ela. Uma expressão simples, penso eu, basta uma expressão simples para desferir um golpe fatal contra a máquina. Não foi preciso pensar muito. Deixa-me rir! É isso mesmo! Deixa-me rir!, penso eu, e digito a expressão na devida caixa. E ela deixa, ó se deixa:

It leaves to laugh me!*

Senhoras e senhores, meninas e meninos, lembram-se da saga da máquina? Ah pois. Que saudades já tinha dela! É que é mesmo irresistível, ainda para mais num dia como este, tão cinzentão :)

*Deixa-me rir traduzido pela máquina do costume.

20/09/2006

Os nomes que nos dão

Tenho alguns nomes pelos quais me tratam - mais de meia dúzia, entre próprios, diminutivos, alternativos, inventados e afins. Alcunhas, tive uma (que eu saiba!), que odiava; felizmente, foi muito temporária e morreu com o fim da escolaridade primária.

Vem isto a propósito do segundo nome. Hoje em dia, cada vez mais cai em desuso ter um segundo nome; muitas crianças já não têm segundo nome, para grande gáudio delas próprias no futuro. É que o segundo nome por si só, geralmente não é utilizado (sim, obviamente sei que com algumas pessoas, passa-se exactamente o contrário); mas o primeiro e o segundo nome são uma combinação poderosa que normalmente implica...descompostura ou sova, não necessariamente por esta ordem e não necessariamente ambas. Esta combinação pode também ser sinónimo da expressão "estás aqui, estás a [...]", ou seja, ala, que se faz tarde. Quem não se lembra do pai ou da mãe com um tom de voz temível, a utilizarem o primeiro e o segundo nome para nos chamarem? Ouvir o primeiro e o segundo nome em conjunto não é, geralmente, muito bom sinal. Portanto, pais de hoje, é um grande favor que fazem às futuras gerações; mas depois estou para ver como os vão chamar quando eles partirem aquele jarrão Ming que está na família há 23 gerações. De propósito, claro. E usando o animal de estimação ou o irmão mais novo como arma de arremesso. Vai ser o bom e o bonito, quando não existirem segundos nomes ;)

19/09/2006

E das coisas erradas nos sítios errados

Descobrir que um determinado local é mau indo lá, é pior do que mau: é péssimo. É muito preferível que alguém nos diga que esse local é altamente evitável. Mas quando esse alguém somos nós, cabe-nos a nós próprios, vítimas da nossa curiosidade em experimentar o desconhecido, alertar a restante humanidade para o que a espera nesse local. No fundo, espalhar a nossa opinião aos sete ventos é uma forma airosa de auto-flagelo e em simultâneo, uma contribuição para o bem-estar da sociedade: descrever o sacrifício que foi permanecer/comer/... nesse local e evitar que outros caiam no mesmo erro, admitindo assim que fizemos uma má escolha, embora ressalvando a importância dessa má escolha para as futuras boas escolhas dos outros. Adiante.

O que me pôs a pensar até nem foi a notória má qualidade de atendimento e das refeições do local em questão, foi o porquê de abrir ou manter aberto um restaurante tão gritantemente mau. Porque é só uma questão de tempo: quando começa a correr que uma coisa é má, as pessoas começam a saber que não vale nada a pena experimentá-la (vice-versa com coisas boas). Sim, a melhor e a pior publicidade fazem-se pessoalmente. E quando a coisa envolve comida, ninguém nos pise os calos porque todos somos excelentes publicitários - para o bem e para o mal. E agora se me dão licença, vou só ali falar mal de um restaurante de fondue com vista para a Ribeira do Porto e já venho, está bem?

18/09/2006

Das coisas certas nos sítios certos…

…mesmo quando essa coisa certa era a uma das últimas que esperávamos ver nesse sítio.

Tinha lido a descrição do espectáculo que ia ter lugar, mas confesso que não o esperava, e muito menos o esperava numa das praças emblemáticas do Porto, e da minha infância. Na praça onde ia para comer gelados, comer croissants (vulgo panikes, para quem conhece a designação) e admirar discos que um dia achava que ia gostar de ter.

É que não é todos os dias que se pode dançar em coreografia com uma multidão numa praça do Porto sem nos acharem doidos varridos. Foi o que aconteceu com o espectáculo Bal Moderne da belga Compagnie Rosas, integrado no Festival Internacional de Marionetas do Porto. Muito, muito bom. Dançar é, decididamente, uma das melhores descobertas [contínuas] que podemos ter, connosco próprios e com quem nos rodeia!

15/09/2006

Mistério...

...estão a passar-se coisas muito estranhas neste computador. Portanto hoje a coisa não dá para mais, snif snif.

Bom fim-de-semana!

14/09/2006

Sapatos novos, eu?!


Nã! Que ideia! :)

Gostei deles assim que os vi. Algo que não costuma acontecer frequentemente com as colecções de calçado actuais, por acaso, fazendo com que eu por vezes comece a entrar em stress pré-sapático - porque toda a gente sabe que gaja que é gaja, tem de investir periodicamente em sapatos; mas o meu orçamento até agradece, encarecido e rejubilando alegremente com a poupança, que eu seja bastante esquisita nas escolhas para os pezinhos.

13/09/2006

Dos momentos

Há inúmeras coisas que escapam totalmente ao nosso controlo. Por isso, acredito que a sorte existe. Não pode é estar com todos ao mesmo tempo, nem sempre com a mesma pessoa. Pode ser ingrata, de vez em quando; mas também pode fazer a diferença. Agradeço quando a faz. E confesso, fico a pensar se será só sorte, um acaso feliz, ou outra coisa qualquer.

12/09/2006

A criteriosa selecção do local na praia

Um dos rituais inevitáveis de quem chega à praia é a selecção cuidada do local onde vai passar as próximas horas (ou o dia inteiro, no caso dos que só saem da praia quando o corpo não tolera em absoluto mais horas de sol por ter atingido o nível escarlate total). Entre as categorias de Pesquisadores de Locais Ideais Para Abancar (PLIPAs), salientam-se:

I) PLIPAs fãs do abrigadinho: estes PLIPAs não descansam até encontrar o local mais abrigadinho da praia. Para além de levarem 4 guarda-sóis, 3 tapa-ventos, dúzias de esteiras, 34 toalhas, todo um arsenal de equipamento de protecção e inúmeras geleiras e termos, ainda têm de se posicionar em recantos ultra-abrigados junto a falésias, rochas, rochedos, etc. Ai de quem se aproximar.

II) PLIPAs cimento-cola: esta categoria de pesquisadores limita-se a escrutinar o horizonte em busca das vítimas ideais. Mesmo numa praia com 45 quilómetros de areal livre, os PLIPAs cimento-cola colocam-se estrategicamente a 4,7 centímetros de uma das orelhas de um membro do grupo de frequentadores da praia mais próximo.

III) PLIPAs mega-activos: para os PLIPAs mega-activos, escolher um local na praia é uma mera formalidade; aliás, esta categoria devia designar-se pseudo-PLIPAs, pois na realidade estes pesquisadores não querem um local para abancar, eles querem é abandonar as coisas para sair dali o mais rapidamente possível. Num máximo de 5 segundos após a chegada à praia, estes indivíduos já estão a escalar intrepidamente o rochedo mais próximo, a jogar, a construir na areia, a apanhar conchinhas ou seixos, etc. Qualquer actividade é boa e quanto menos abancarem, melhor.

IV) PLIPAs apanhadores: estes PLIPAs dedicam todo o tempo passado na praia a apanhar coisas; mais uma vez, a escolha do local para abancar é uma formalidade, pois os PLIPAs passarão todo o dia a divagar pela praia numa procura incessante de coisas para apanhar. Há os apanhadores de comes: tudo o que possa ser comido, eles apanham. Mesmo que o saldo do dia se resuma a 2 míseros caranguejos e 7 amêijoas, tudo vale a pena para comer qualquer coisinha. Há os apanhadores de itens em geral, que se dedicam a apanhar conchas, seixos, estrelas-do-mar, algas. Imagino que a decoração da casa deles seja bastante marítima, pois ninguém quererá tanta coisa para guardar em caixas no sótão. Ou então, constroem coisas com itens marítimos. Ou são coleccionadores. Bem, não sei, mas fico sempre a pensar qual o motivo da apanha de tanta coisa.

V) PLIPAs azarados: qualquer que seja o local escolhido, será necessariamente muito mau. Não há critério que os salve: calham sempre perto do puto que berra mais, da velhinha com o tom de voz mais estridente, do cão mais sacudidor de areia que existe, da família mais ruidosa, do senhor que ressona mais. É escusado. E numa praia deserta, levam com os PLIPAs cimento-cola ao lado.

Existem ainda os PLIPAs mistos, que têm um bocadinho de cada categoria. Quanto a mim própria, não me consigo categorizar, mas confesso que não me custa estar espraiada ao sol sem fazer grande coisa (não sou, portanto, muito activa), gosto de uma certa distância de segurança em relação a outras pessoas para evitar chatices e raramente apanho coisas. Acho que devo fazer parte dos PLIPAs que-não-se-chateiam-por-aí-além :) E vocês?

11/09/2006

Descida à terra

Alguma turbulência devido aos afazeres pendentes, mas nada que não se resolva. Há férias assim, que parecem curtas, mas que nos fazem tão bem (a provar que o tempo é mesmo o que se faz com ele). Há férias assim, que chegam na altura certa e são exactamente o que precisamos :)

Boa semana!