31/03/2011

Seis anos, seis!

3 de Março de 2005: "Eis-me com um viçoso blog :)"


Viçoso ou menos viçoso, cá continua!

Do próprio veneno

"Temos de marcar qualquer coisa" é uma das frases que mais odeio, porque significa na verdade: "sim, era ideal que alguém marcasse alguma coisa eventualmente, mas eu não hei-de ser, nem que chovam canivetes, lagartos, portanto basicamente vemo-nos por aí ou então marca tu para eu poder arranjar 478 desculpas diferentes para não poder ir". 


Já perdi a conta às vezes que ouvi esta frase e já perdi ainda mais a conta às pessoas que a disseram. Também sou um pouco preguiçosa, sim, mas com quem eu quero estar, eu estou e sim, muitas vezes sou eu mesma a marcar o que quer que seja. Até há pouco tempo, esforçava-me até demasiado ao querer incluir as pessoas e a desesperar quando nunca conseguia que viessem. Para o ano novo, uma das minhas resoluções foi tentar deixar de me preocupar tanto e procurar aproveitar mais o que surgisse sem me preocupar com o que nunca se consegue que aconteça; mesmo que isso significasse não tomar tantas iniciativas que têm 90% de probabilidade de falhar. Pois bem, isto tem resultado largamente, mas tem um enorme contra: é que aquelas pessoas com quem estava porque era eu a marcar coisas, nunca mais as vi. A coisa chega ao ponto de ver alguém que mora aqui ao lado duas vezes em seis meses (tal como previa, não houve uma única tentativa de marcar o que quer que fosse da outra parte). Mesmo assim, o balanço é positivo e prova que quem quer mesmo estar connosco, está, apesar de tudo - do pouco tempo, do trabalho, de ter de regar as plantas, de estar cansado, de ter uma dor que se lhe arrepanha aquela zona toda, do mau tempo. Está, e pronto.

25/03/2011

Das mentiras "piedosas"

Hoje tive a infeliz ideia de voltar a cair no erro de ir a uma aula cujo assustador nome é "condicionamento total". Lembrava-me de ter ido uma vez e de não ter ficado particular fã, mas já foi há tanto tempo que a verdadeira essência da coisa tinha-se perdido algures na memória. Ora pois bem, descubro da pior forma que odeio aquela aula, anoto mentalmente para NÃO voltar tão cedo.

Mas...não sem antes constatar que a esmagadora maioria dos instrutores de ginásio são uns valentes mentirosos de uma piedade cruel. "SÓ MAIS OITO!", berra o instrutor, com um ar todo fresquinho. "AS ÚLTIMAS OITO!", berra ele, ainda muito fresquinho. "E SÓ MAIS OITO!", continua ele, transpirando frescura e bem-estar, enquanto eu procuro mentalmente o pior método de tortura medieval de que tenha escassa memória e imagino setas com soporíferos a atingi-lo.

Oi, senhores instrutores de ginásios? Só mais, as últimas, para mim, são coisas definitivas. Os meus músculos estão a ouvir isso e já a suspirar pelo fim, em modo pré-desactivação total. E os meus músculos não gostam de suspirar pelo fim quando as repetições supostamente vão quase acabar sete ou oito vezes, está bom? Mintam-me a dizer que o meu equipamento é fabuloso, que estou mais magra, que faço os exercícios como se os tivesse feito toda a vida. Mas não digam que está quase a acabar quando tencionam mandar mais 79 vezes, senão estamos malzito, sim? Então beijinhos.

01/03/2011

Palavras adoráveis que nunca tenho oportunidade de usar I

Infame


Como seria bom poder usar esta palavra, sobretudo se isso não implicasse provocar a risota geral ou ser alvo de chacota. É daquelas palavras que tenho guardadas aqui num cantinho à espera de um diálogo elevado em que a possa usar, à espera, silenciosa. Se um dia ouvirem alguém a exclamar INFAME! com um ar convicto, posso muito bem ser eu.