25/11/2010
Thanksgiving
Há algumas coisas e pessoas pelas quais estou agradecida, mas o que mais agradeço nesta vida é a vida em si e tudo o que ela acarreta, de bom, de mau, de chorável, de risível, digno de memória ou de esquecimento.
17/10/2010
Às 8 da manhã ao domingo
Não há ninguém na rua às 8 horas de um domingo de manhã. Devagar, subo a rua, observo, respiro o ar fresco. 4 pães são as duas primeiras palavras de um dia quase em contínuo desde ontem. Saio da padaria, desço a rua para voltar a casa. Ainda ninguém na rua às 8h03 de domingo de manhã. À esquerda, espreito o topo da 25 de Abril, entre algum nevoeiro. Observo as persianas, ainda todas fechadas, o bairro dorme num silêncio quase total (não fossem os pássaros). Sorrio ao constatar que o céu tem pelo menos cinco tons de cor diferentes, o ar fresco na cara a lembrar que é cedo, embora o sol nasça tarde. São 8h06 e entro em casa. Ninguém na rua, às 8 e picos da manhã, ao domingo.
14/10/2010
Lições úteis para a vida I
Responder a um bom dia é bem-educado e olha, pasme-se, nem custa assim tanto! Ouviram, piquenos mal-educados que trabalham aqui ao lado? Obrigadinha!
09/10/2010
A minha avó Ema
Uma das minhas avós faz hoje noventa anos. Era a ela que eu e o meu primo torrávamos a paciência com a construção de barracas e instalação do caos em geral lá em casa. Era a minha avó que tinha alcatifa azul no quarto onde eu tinha de dormir a sesta; que me levava ao Bolhão e não conseguia sair de lá sem que eu tivesse um pão com morcela na mão (como os tempos mudam!), e que tinha coelhos no quintal, algo que fez com que deixasse de comer coelho para todo o sempre. É a minha avó que mais se queixa, para quem tudo nunca está grande coisa ou sempre mais ou menos. Muito do que sou, devo-o a ela, por ter sido sempre e ser ainda capaz de levar a dela avante.
Contente por ela fazer 90 anos, triste por não estar com ela neste dia. Parabéns, avó :)
Contente por ela fazer 90 anos, triste por não estar com ela neste dia. Parabéns, avó :)
04/10/2010
Pessoas que vêm, pessoas que vão
Ultimamente, tenho tido algum azar com as pessoas. Desiludem, desmarcam, dificultam, ignoram, inviabilizam e muitas outras palavras com partículas de cariz negativo que não vou enumerar. Isso incomoda-me e entristece-me, claro. Tanto como me incomoda a areia nos pés quando está dentro de sapatos: aborrece-me, queixo-me dela. Depois sacudo-a e ela desaparece. É o que aprendemos a fazer com as pessoas que a custo, concluímos que não querem, ou não podem, ou não merecem fazer parte da nossa vida, e é a essa conclusão a que chego a cada dia que passa. Quem realmente faz parte da nossa vida nunca é como a areia que incomoda nos pés. É nessas pessoas que me vou concentrar, em vez de perder tempo a sacudir areia.
11/09/2010
A tia
Lembro-me de ti tantas vezes. Do colo, do sorriso sincero, dos bolos que fazias e do rolo de cenoura. Foste sempre "a tia", um nome que eliminava o hífen e o avó que se deveriam seguir. Tenho uns brincos teus com que andavas sempre e sei que vais gostar de saber que ficaram comigo. Tenho muitas, muitas memórias da grande companhia que eras e das histórias que contavas, tenho muitas saudades tuas e tenho uma enorme vontade de fazer o tal rolo de cenoura que nunca mais pude comer. A tua morte foi, seguramente, a mais marcante e a que mais me revoltou; tornou-me um pouquinho mais forte para as que haviam de se seguir, talvez.
Lembro-me de ti tantas vezes, e é tão bom constatar que as tuas marcas na minha vida são impossíveis de apagar. Gosto de ti, tia, onde quer que estejas, e tenho tanta pena que não me possas ver feliz, hoje, a cantar ai quem me dera meu chorinho há tanto tempo abandonado.
Lembro-me de ti tantas vezes, e é tão bom constatar que as tuas marcas na minha vida são impossíveis de apagar. Gosto de ti, tia, onde quer que estejas, e tenho tanta pena que não me possas ver feliz, hoje, a cantar ai quem me dera meu chorinho há tanto tempo abandonado.
13/08/2010
Reler
Sem sono, perdi-me a ler os arquivos do blogue e a lembrar todas as situações de que falei nele, todas as pessoas que referi, muitas das mudanças que vivi nos últimos anos. Havia tempos em que escrever aqui era a alegria de todos os dias à hora de almoço, outros em que era lamento das horas desocupadas; há anos em que quase não escrevi e não porque não tenha feito ou vivido muito mais do que naqueles em que escrevi muito. No quinto ano de vida, este blogue assistiu a vários dos pontos mais marcantes da minha própria vida. É por isso que quando penso que a falta de escrita o devia condenar à morte definitiva e assumida, ainda mais depressa elimino essa ideia. Sempre tem sido uma companhia a que regresso com gosto, mesmo que seja para só lhe dar...silêncio.
12/08/2010
Cara nova
E muito mais fácil de editar do que a anterior! Pode ser que assim até escreva mais e tudo :)
14/07/2010
E depois de me maravilhar com a comida de avião...
...descobri que a comida de autocarro é infinitamente pior. Ou talvez seja o facto de as viagens durarem muito mais e termos muito menos paciência e níveis de tolerância a roçar o zero.
Sinais dos tempos
Quando a maior parte das pessoas não fala contigo para te dar os parabéns, isso é...Facebook. Isso fez-me decidir que vou decididamente passar a fazer mais chamadas nos aniversários. Chega de tanta vida por escrito.
13/04/2010
Da água
Ou de como nos poucos meses em que morei longe da água, parecia sempre que faltava alguma coisa. Aqui perto, o rio anuncia muito mais mar já aqui ao lado. E é tão reconfortante vê-lo todos os dias.
29/03/2010
Cinco
Cinco anos, cinco, que fez o blog, e nem uma palavra desde há tanto, tanto tempo. Só não é imperdoável por já ser um hábito! Pois que desde o dia 15 de Janeiro muito se passou, mas fácil de resumir em poucas palavras: mudei de casa e de bairro, mudei-me para um escritório a sério, fui a Berlim e voltei a adorar, provei finalmente os gelados do Santini. O resto, esse está praticamente igual.
15/01/2010
Eu sou uma bola de Berlim!
Berlinense por enquanto, ainda não. Mas daqui a pouco tempo, finalmente, vou pôr lá os pézinhos! A primeira grande viagem do ano vai colmatar a grande falha que é não conhecer esta cidade. Mal posso esperar :D
06/01/2010
Descolei as flores vermelhas
E no dia em que as descolei, soube que aquela casa já não era a minha. Uma por uma, descolei-as, devagar, num adeus solitário. Olhei para a casa vazia, sem vida e sem mágoas, saí. O ano começa não muito longe dela, mas com a cabeça bem longe de lá.
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