31/12/2006

2007!













Boas entradas e um excelente ano novo :)

26/12/2006

Balanços natalícios

Desde pequena, perguntava porque não podíamos passar o Natal em casa. Este ano, finalmente, foi em casa que o passámos. Tive muito mais trabalho, mas soube-me especialmente bem!

Agora, começa a contagem decrescente para o fim do ano e o início da vida (quase) nova em 2007...vai ser uma última semana de férias bastante atarefada. Boa semana para vocês :)

22/12/2006

Bom Natal a todos!


Que este Natal traga com ele mais união. Mais alegria despreocupada. Mais paz. Mais genuinidade. Mais vontade de renascer :)

20/12/2006

Do autocarro

A carreira do autocarro que tantas vezes me transportou até ao centro do Porto vai acabar, devido à remodelação da rede de transportes actualmente em curso. Ao utilizá-la hoje, para ir fazer as últimas compras de Natal, dei por mim a ter algumas saudades de andar de autocarro. Duraram muito pouco, por acaso; à medida que o autocarro começou a encher e o ar começou a ficar mais saturado - até algo irrespirável - as (poucas) saudades foram-se indo, devagarinho. Em compensação, recordações não me faltam.

Ia passear à baixa com a minha mãe, ainda pequena, para depois ir ter com o meu pai no fim do dia de trabalho e acabar a lanchar ali perto dos Aliados, num café que já não existe. Mais tarde, ia ter com amigos. Depois, passei utilizar o autocarro diariamente, para ir para a faculdade; e como muita gente conhecida andava de autocarro, acabava por ter quase sempre companhia. Algo de que me lembro bem é que as viagens de autocarro - e as esperas na paragem - eram sinónimo de seca garantida e muito pouco espaço. Agora isso já não acontece tanto; há menos gente nos autocarros (mais no metro) e corredores próprios para transportes públicos. No entanto, o Natal tem destas coisas: os apertos foram inúmeros e o trânsito era mais que muito. Daí estas recordações todas.

19/12/2006

Dado e arregaçado

A informação está acessível a todos; basta ter alguma paciência para a procurar, ir aos sítios certos, saber fazer associações e utilizar os milhentos recursos que temos ao dispor para encontrar o que nos interessa e filtrar o desnecessário. Procurar.

E no entanto, quanto mais informação há, mais preguiçosos ficamos, menos nos esforçamos e menos parecemos saber. No mínimo, intrigante.

A única conclusão a que consigo chegar é que muitas pessoas já não querem nem procuram chegar à informação; querem sempre que ela chegue até elas. E assim, sem fazer o mínimo esforço, vão esperando. Simples...e algo assustador, também.
Sobretudo, é uma questão de atitude; e eu faço votos de que muita gente se canse de esperar e se decida a procurar mais.

15/12/2006

Fim-de-semana

Mesmo estando de férias, antecipo o fim-de-semana. Muito mais gente sem horários para me fazer companhia, ó que chatice. Decididamente, somos feitos de pessoas.

Bom fim-de-semana para vocês :)

Recomendo!



Mais informações aqui.

14/12/2006

Coisas dos outros I

Eu posso tentar compreender (não quer dizer que concorde) que haja gente que gosta de comer muito e que só acha que uma refeição vale a pena quando se fica cheio até à ponta dos cabelos e não se aguenta nem mais um grão de arroz, cheio até estar enjoado de tanto comer, cheio ao ponto de só o pensamento de comer mais se tornar enfartante. Posso tentar perceber, há gostos para tudo e para muita gente, comer bem é sempre equivalente a comer muito.

O que não compreendo tão bem é que perante uma feijoada, um assado com natas e vários itens fritos acompanhados de massa/arroz - pratos do dia de um restaurante em que se pode encher o prato até não caber mais nada - alguém diga que não, não vai comer aquilo porque fica cheia de fome. Isto porque todos os pratos que descrevi eram vegetarianos. Ora toda a gente sabe que quando se comem coisas assim vegetarianas, fica-se cheinho de fome. Porque tudo o que é vegetariano não
engorda, tudo é light e saudável e tudo e tudo. Não acreditam? Pois é o ensinamento de hoje, palavra de várias tias histéricas que decidiram ir a um restaurante desses só porque lhes fica imensamente bem ir lá almoçar.

12/12/2006

Contágios II

Desde que me conheço, há tradições de Natal que se mantêm. Sabia que mais cedo ou mais tarde tinham de mudar, porque desaparecem algumas pessoas, porque outras deixam de querer ter sempre o trabalho todo, porque há outros locais para ir e outras pessoas com quem celebrar, porque tudo muda mais cedo ou mais tarde. Mas mesmo quando eu andava à procura do espírito natalício [que ainda não reencontrei], anunciarem-me uma mudança significativa naquela que sempre tem sido a logística do meu Natal apanhou-me bastante de surpresa.

E assim de repente, o espírito natalício que gostava de ter nem sequer me pareceu tão relevante.

Contágios

O dia da irritação foi decididamente ontem. Ah, maravilhosa, esta capacidade de mudarmos bastante em pouco tempo! Adiante.

A pior parte de ter acabado a irritação a que me dediquei afincadamente ontem é que tive algum tempo para dedicar a pensamentos mais nobres e elevados. Cof. Pior, foi ter chegado à conclusão de que este ano, não estou a conseguir ficar imbuída do espírito natalício. Nada! Ele anda aí, que eu sei, vejo coisas de Natal todos os dias, iluminações piscantes, tenho comprado algumas prendas, mas não me estou a conseguir contagiar e não é de propósito. E é que se uma pessoa não se consegue deixar contagiar, é o cabo dos trabalhos. Por isso, vou olhar fixamente para várias iluminações e itens natalícios, cheirar canela, ouvir repetidamente músicas de Natal e trauteá-las até à exaustão. Acho que agora é que a coisa vai resultar às mil maravilhas. Ou então, posso sempre conseguir ficar irritada outra vez :)

11/12/2006

Estou irritada e pronto.

Hoje, acordei naturalmente irritada e com pouca paciência para quase tudo. Deve ser um daqueles bad hair days de que tanto se fala; mas neste caso, nem tenho queixas do cabelo em si. Só do resto do mundo em geral.

Bem, hoje em especial, tudo o que normalmente já me irrita, irritou-me ainda mais. Para piorar as coisas, parece que o mundo conspirou secretamente e conseguiu que muitas das pessoas à minha volta fizessem os possíveis e os impossíveis para me irritar sobremaneira, desde as coisinhas mais insignificantes, até chegarem ao ponto de me dizer que eu hoje estava...irritadiça.

Ora se há coisa que irrita alguém já de si irremediavelmente irritado é dizerem-lhe que está insuportável, mesmo que seja por outras palavras. Eu não reajo bem quando me dizem essas verdades, mesmo que elas sejam, de facto, totalmente aplicáveis à minha pessoa. O problema é justamente esse: eu sei que atinjo níveis de irritação elevados, por isso evito ao máximo todo e qualquer contacto com coisas, pessoas e situações que me podem irritar; viro eremita solitária. Se as pessoas optam por vir ter comigo na mesma sabendo que eu estou irritada, é certo que vão levar por tabela. Ou não estivesse eu irremediavelmente irritada e fosse a primeira a sabê-lo.

No fundo, eu não gosto é que desrespeitem a minha solidão auto-imposta. Se tiram a solidão a um irritado, tiram-lhe tudo. O problema é que nem todos conseguimos estar sozinhos com gente à volta; eu, por exemplo, raramente consigo.

Independentemente de irritações e desabafos, boa semana!

07/12/2006

Das palavras, sempre das palavras

Porque a vida não são só traduções, ando a braços com palavras escolhidas por mim. Se para traduzir, uso as palavras dos outros como base, para redigir tenho a liberdade de usar as que bem entender. Posso brincar com as palavras. Posso apagar, modificar o que já não me apetece ler, alterar quase tudo, criticá-las, porque são minhas quando as escrevo.

Começo as férias com algum trabalho extra. Que por dar gosto e por ser diferente do habitual, nem parece trabalho. Curiosa, esta sensação de sermos nós a escolher desde o início; com directrizes, claro, mas sem grandes restrições. Podia habituar-me a isto, podia...bom FDS :)

06/12/2006

Era uma vez...

...uma senhora que falava muito alto com uma dicção imaculada, e quatro senhores oriundos da Sérvia-Montenegro que vivem e trabalham em Espanha, e fazem actualmente férias em Portugal. A senhora que falava muito alto era mediadora imobiliária. Os senhores eram os inquilinos temporários da casa que ela ia mostrar. Tudo o que se passou em seguida envolveu a velha técnica falar-muito-mais-alto-do-que-o-recomendável-para-evitar-lesões-auditivas; é que como toda a gente sabe, utilizando esta técnica, as pessoas percebem tudo, mesmo quando não falam a mesma língua. Quanto aos senhores oriundos da Sérvia-Montenegro, esses limitavam-se a sorrir e a responder numa mistura de (pelo menos) 7 línguas. Uma ocasião memorável, asseguro-vos.

Não sei se a surrealidade do episódio foi decisiva; mas em princípio, vou ficar nessa casa.

04/12/2006

Aleatoriedades dum fim-de-semana

1. Água, muita água e muito descanso num spa das redondezas. 2. Teclas novas e portáteis, para escrever erros e não só. 3. A lembrar: evitar a aproximação a shoppings nas próximas semanas, mesmo que tenham [a vã] esperança de que vão estar toleráveis; isso não vai acontecer, e as consequências da visita vão ser extremamente nefastas para a vossa paciência e sanidade mental. 4. Últimos preparativos para visitas a casas mais a sul e posteriores mudanças. 5. Por motivos de força maior, as minhas escritas aqui no erro não vão ser tão regulares nos próximos tempos; mas isso é, evidentemente, algo muito temporário. Boa semana para todos :)

30/11/2006

Das argumentações

Claro que não podia deixar este emprego sem uma boa polémica à moda antiga. E como é bom poder argumentar, chegar o fim da discussão e...os outros terem de admitir que temos de facto razão. Sabe bem, mesmo que não nos traga grandes vantagens práticas. Todos gostamos de ter razão, todos gostamos do eu bem disse, por mais que até o neguemos por ser politicamente incorrecto. Pois, eu também gostei bastante de ter razão.

Da experiência, fica a certeza de ter aprendido a valorizar-me e a desvalorizar a subserviência e a subordinação de que alguns empregadores tanto gostam. De ter aprendido a fazer valer mais os meus conhecimentos e argumentos. De ter aprendido a ser (ainda) mais independente - porque reconheço que tenho o hábito de depender primeiro de mim, com todas as desvantagens que isso pode acarretar e o peso pessoal que esta escolha representa. Fica também alguma (mas não demasiada) mágoa: é que alguns empregadores dão o devido valor aos colaboradores, outros não. Alguns empregadores conseguem tirar o máximo partido das oportunidades e do mercado, outros não. No entanto, mais cedo ou mais tarde, sofrem na pele as consequências das escolhas que fazem, das decisões menos acertadas, da falta de coragem e determinação, do pouco que valorizam os outros.

E este é o último post que vos escrevo daqui deste oitavo andar.
Não vou levar saudades; e isso, por si só, consegue ser (estranhamente?) reconfortante.

29/11/2006

Descentralização uma ova!

Andava eu despreocupadamente a ver as listas de filmes em exibição no cinema, quando constato que pelo menos dois dos filmes que até gostava de ver não estão em nenhuma sala próxima. Melhor dizendo, estes filmes não estrearam no Grande Porto, e muito provavelmente nunca irão estrear cá por cima.

Obrigadinha, senhores das distribuidoras, muito obrigada! Tomaram a liberdade de sanear alguns filmezitos, não foi? Ora assim é que é! Liberdade de escolha, para quê? É muito melhor ter quem filtre as coisas por nós! Assim só cá chega o que vale realmente a pena, certo? Mais uma vez, agradeço em meu nome pessoal e de todos aqueles que até queriam ver os ditos filmes; é que assim não gastámos o nosso precioso dinheirinho. Continuem, o povo cá de cima agradece!

Post n.º 555

Apesar de os blogs não se medirem aos posts, hoje reparei que aqui o Erro já vai no quingentésimo quinquagésimo quinto. E como não é todos os dias que posso utilizar um ordinal tão elevado, esta pareceu-me uma oportunidade bastante boa.

28/11/2006

3 dias

O tempo passa muito devagar quando queremos que se apresse só um bocadinho, e mesmo quando esta semana até é mais pequena. Faltam só três dias, três, para deixar este escritório e este emprego. Depois, um mês inteirinho para descansar e preparar a nova época, que começa em grande com um fim-de-semana prolongado retemperante e passado em excelente companhia :)

27/11/2006

Dos significados evidentes

"Não tenho tempo."

Frase que raramente quer dizer exactamente o que diz. Quer antes dizer não quero ter tempo; não me apetece arranjar tempo; até tenho tempo, mas não é para ti; ponto final (e ninguém me convence do contrário). É tudo uma questão de ler nas entrelinhas, portanto. O pior é que quando algumas pessoas finalmente parecem ter tempo, nós já não temos vontade de arranjar tempo para elas.

Boa semana, sempre com tempo :)

24/11/2006

E não era possível usar o teletransporte, não?

Olho pela janela, tento vislumbrar alguma coisa por entre a chuva, o vento e a noite escura que hoje chegou por volta das 15h20 da tarde. Constato que não consigo ver quase nada. Chego à conclusão - com 99% de certeza - que o panorama desolador da intempérie veio para ficar. Prometo a mim mesma que mais cedo ou mais tarde, vou comprar um impermeável dos pés à cabeça e umas galochas, porque quero andar à chuva como se ela não me incomodasse. Posto isto, a única dúvida que me resta é se a molha que me espera à ida para casa será integral ou apenas parcial (por milagre, talvez).

Valha-nos o fim-de-semana à porta (juntamente com os litros e litros de água e o vento que não pára). Que seja bom, apesar de tudo :)

23/11/2006

Dos espaços

Gosto de locais e objectos que me fazem lembrar pessoas e situações. E de locais onde há objectos cuja história já me foi contada, coisas de quem já não existe e que continuam lá, quase no mesmo sítio, a lembrar-nos as pessoas [como se fosse preciso...], a contar com silêncios os hábitos e as histórias de uma longa vida. É nesses silêncios que chegam, baixinho, as saudades. Talvez a chuva ajude.

22/11/2006

Devagar, devagar...

...passam os últimos dias neste escritório do 8.º andar. Falta tão pouco, meia dúzia de dias. Depois deles, as férias, as procuras de casa, as mudanças e as burocracias todas, as corridas da época de Natal.

Vai ser um Dezembro complicado, vai. E a conhecida expressão ano novo, vida nova vai ter uma tradução quase literal na minha vida.

21/11/2006

...e as 7 maravilhas do Errortográfico

Dava muito trabalho estar aqui a eleger sete maravilhas pessoais concretas. Portanto limito-me a dizer que passariam sempre pela família, pelos amigos, algumas envolveriam chocolate e açúcar, outras palavras, outras implicariam actividades do chamado tempo de qualidade. Não é preciso complicar demasiado para ter muito com pouco.

Novas 7 maravilhas do mundo

Vote for the new 7 world wonders

Já está a decorrer a votação para as novas 7 maravilhas do mundo, e basta um registo simples para se poder votar. Os meus votos já lá estão :)

20/11/2006

A vida num elevador III


Uma das maiores dúvidas que assola os utilizadores regulares de elevadores é seguramente esta: para onde dirigir o olhar quando há mais gente presente?

É curioso como temos bastantes problemas com os olhares. Se não olhar pode ser considerado má educação, olhar em demasia também pode provocar situações embaraçosas e deixar transparecer uma certa má educação. O ideal será...algo de intermédio.

Enquanto alguns tentam não cruzar o olhar com ninguém mexendo no telemóvel, em papéis ou na carteira, outros passeiam os olhos por todo o elevador e procuram evitar a área de contacto visual a todo o custo. Já outros, preferem observar atentamente os interessantes autocolantes do elevador ou fixar o olhar nos números que passam...

Pouco interessantes, os esquemas que arranjamos para não olhar muito para os outros. Mas quase todos os utilizamos, nos elevadores e em muitos outros locais...

17/11/2006

Prognósticos


Bom fim-de-semana :)

Páre, escute e olhe

Estas palavras deviam podiam estar escritas em muito mais sítios. E seriam tão úteis - como nas passagens de nível - a quem lhes desse a atenção devida.

16/11/2006

Liberta o revoltado que há em ti!

Todos temos um revoltado dentro de nós, que ataca com maior ou menor frequência. Família, amigos, transeuntes inocentes, funcionários de lojas ou serviços públicos, qualquer pessoa serve quando queremos transmitir a nossa revolta, seja ela mais ou menos justificada e indignada.

Motivação, não falta, e dentro dos revoltados existem várias tipologias:

I) Revoltado in extremis: poucas vezes se revolta, mas quando o faz, pode passar quatro horas e trinta e sete minutos a descrever o motivo a quem o quiser ouvir. Se ninguém o quiser ouvir, discursa para as pedras da calçada até lavar a alma com palavras de indignação.

II) Revoltado de meia-tigelazinha: este tipo de revoltado é de cariz fracote. Não se dedica afincadamente a extravasar a revolta, limitando-se a esporádicos queixumes acerca do tempo, das filas de espera nalgum local, da secura avançada de um determinado bolo, do trânsito algo incomodativo, etc.

III) Revoltado intermédio: dedica-se aos temas mais em voga na actualidade: aquecimento global, extinção de algumas espécies, inflação, entre outros. Revolta-se com algum afinco e demonstra algum cuidado na selecção das temáticas despoletadoras da revolta.

IV) Revoltado-cliché/por-dá-cá-aquela-palha: tudo e todos revoltam este revoltado inato. Os preços das coisas que estão sempre pela hora da morte desde que veio o euro, os salários que são sempre baixos e lá no estrangeiro é que se ganha bem, o trânsito que está sempre mau, o vencedor do festival da canção porque a nossa canção era bem jeitosa, os políticos - esses gatunos! - que só roubam, a gasolina que não pára de aumentar, a comida que dantes é que era boa e agora nada presta e tudo tem doenças e mercúrio, entre outros inúmeros temas. Tudo pode desencadear a língua viperina deste revoltado, que já não sabe fazer outra coisa a não ser revoltar-se; por ele, por todos os que o rodeiam, pela humanidade em geral.

V) Revoltado por contágio: nunca chega a revoltar-se com nada, mas ouve atentamente todos os outros revoltados e concorda, solidário, com quase tudo.

E vocês, já analisaram o vosso potencial revoltoso?

Vinte mil e quantas?!

Com que então aqui o Errortográficozinho já teve mais de 20 000 visitas* e eu nem reparei?!

Da minha parte, e enquanto sócia-gerente aqui do local, muito obrigada!

*Começo a ficar preocupada convosco, pessoal. Afinal de contas, o que vos faz cá vir e voltar? :)

15/11/2006

Uma questão de território

Da última vez que tive de partilhar território com quase-desconhecidos, a coisa não correu propriamente mal; mas nunca se está tão à vontade como numa casa só nossa ou partilhada com pessoas que conhecemos bem (e mesmo com pessoas que conhecemos bem, os problemas surgem, é inevitável!).

Agora, que tenho de procurar poiso mais a sul, surgiu a possibilidade de partilhar casa com alguém que me é totalmente desconhecido. Não hesitei na resposta: não, obrigada. Vou aproveitar a mudança - por enquanto, apenas temporária - para ter o meu espaço, as minhas coisas, os hábitos que bem entender. Para receber quem me apetecer. Sem ter alguém à perna, sem ter de fazer pouco barulho só porque já está alguém a dormir, sem ter de esperar para ir à casa de banho ou para usar o fogão, sem ter de justificar que me apetece fazer isto ou aquilo ou nada.

Assim sem pensar muito nos pormenores, já imagino a coisa a correr bastante mal com a companhia de um desconhecido; acho que afinal sou muito mais territorial do que pensava :)

14/11/2006

Da comunicação ou ausência dela

Observar um casal conhecido durante algumas horas, num espaço público, e constatar que dedicam mais atenção aos telemóveis* (topo de gama, iguais) do que a quem está mais próximo - o outro elemento do casal. No mínimo, perturbante.

*Se alguma vez eu ficar assim, agradeço um estalo ou até vários. E merecidos.

13/11/2006

Dos possíveis reencontros que não chegam a sê-lo

Noutro dia, podia ter reencontrado alguém que não via há meses. Não vi a pessoa quando passei por ela; vi alguém a fazer sinalefas, mas ignorei-a sem querer e porque ia em conversa com várias pessoas. Depois quando finalmente a vi, já de mais longe, confesso: fingi que não a tinha visto e evitei airosamente o reencontro (ela também não fez grande esforço para além do inicial, saliente-se...a pouca vontade devia ser recíproca).

Odeio fingir que não vejo as pessoas; mas há situações, quando os reencontros vão ser penosos e cheios de sorrisos amarelos, em que não vale a pena o esforço. E esta é só uma das piores sensações que se pode ter em relação a uma pessoa. Mas há pessoas assim, com quem sabemos que não vale a pena criar laços; pior, não conseguimos criá-los, por mais que até haja oportunidade. Quando há tão pouco em comum, quando nem a convivência (forçada) consegue criar algo para além dos sorrisos amarelos e da conversa de circunstância: não adianta forçar uma coisa que não existe. Decididamente, as amizades fazem-se pelas pessoas, raramente pelas ocasiões.

10/11/2006

Surto de comichão no nariz assola Portugal

Com muitos hidratos de carbono, pouca gordura e poucas calorias, as castanhas são "ricas em folato e vitaminas C e B6. São uma boa fonte de ferro, fósforo, riboflavina e tiamina".

E o cheiro, o cheiro! As castanhas trazem-me das melhores recordações; compradas à beira-mar, na baixa, assadas muito longe de casa depois de recebidas pelo correio, descascadas no final nos almoços de Domingo na minha avó ou nos magustos entre amigos...enfim, gosto muito de castanhas! E sim, fico com bastante comichão no nariz quando as estou a descascar.

Tudo isto para vos desejar um óptimo S. Martinho e um excelente fim-de-semana :)

09/11/2006

O meu já cá canta!

O Acorda, pois claro, aquele álbum que vos sugeri noutro dia! Presumo que todos os leitores solidários do Errortográfico tenham também acorrido em massa às lojas de música deste país para o comprar, certo? Sim, claro que sim, eu logo vi! A causa é boa e a música também. Portanto se ainda não o compraram, colmatem essa grave lacuna brevemente, OK?

É que ainda por cima estão lá os s0ma, que podem conhecer/ouvir neste link anterior e também aqui; e não desfazendo as restantes 59 bandas, que são todas magníficas, excelentes e fofas e tudo, os s0ma são a minha favorita e a mais magnífica, excelente e fofa e tudo* de todas ;)

*Esta não é uma afirmação imparcial, como é evidente, mas tratando-se do meu blog, posso-me dar a estes luxos, ah pois posso; como toda a gente sabe, só os grandes meios de comunicação são sempre imparciais. Cof.

08/11/2006

Do amor, de cor e salteado

Há músicas com que implicamos sem saber muito bem porquê. Outras há, com as quais implicamos por algum motivo em particular: ou porque são de uma determinada banda/cantor de que não gostamos, ou porque nos irritam, etc. E há ainda um motivo muito forte pelo qual podemos odiar uma música: a letra.

Vem isto a propósito de uma música que se tem ouvido bastante por cá ultimamente, dum cantor português que tem um segundo nome (artístico) comum a uma personagem dos Marretas. Para quem ainda não conseguiu visualizar:



Não que eu goste especialmente das músicas dele - confesso que não faz muito o meu género; mas nunca tinha odiado vigorosamente nenhum tema do senhor. Bem, talvez o da proibição dos jardins tenha sido um bocadito batido ao ponto de nos provocar instintos homicidas, há tempos atrás; mas dos ódios de temas pelo motivo de terem sido tocados até à exaustão total, posso falar noutro dia.

Mas afinal, porque é que eu odeio a “sei-te de cor”? Como já disse, pela letra (se não conhecerem, uma pesquisa rápida leva-vos rapidamente ao tema em questão). Porque saber de cor alguém não pode ser bom e muito menos pode ser sinónimo de amor. E também não acho que saber de cor alguém seja mau. Acho, sim, que é péssimo. Senão, vejamos: não há surpresas, porque sabemos tudo e mais alguma coisa dessa pessoa. Não há segredos. Não há desconhecido, porque sabemos tudo de cor nessa pessoa. Sabemos tudo tão de cor que já nem sequer precisamos de pensar para a analisar. E isso, senhores, isso é a pior coisa que pode haver. Não quero decorar as pessoas. Quero-as ir conhecendo, por mais que as conheça há anos. Quero que me surpreendam, quero que guardem segredos, quero que sejam elas próprias e que não se deixem conhecer assim tão facilmente. E pronto, era isto que vos queria dizer hoje.

07/11/2006

Interrupções



Culpada, culpada me confesso. Deveria estar a ler o livro da coluna da direita, mas...não. Interrompi-o para ler este e consegui finalmente acabá-lo, numa daquelas fúrias de leitura que nos dão de vez em quando, particularmente em tardes cinzentas e chuvosas.

Durante a leitura, duas situações curiosas. Numa delas, tinha a TV ligada com música de fundo e precisamente no momento em que lia uma frase que se referia aos REM (sim, a banda), começa uma música deles na TV. A música era a It's the end of the world as we know it (and I feel fine). Ainda bem que não sou dada a superstições e sei que o mundo vai acabando todos os dias pela mão de uns, enquanto outros tentam algo desesperadamente dar-lhe um jeitinho. A outra situação, menos dada a segundas interpretações, é que fui atacada por uma súbita vontade de beber chá preto com leite; saudades disfarçadas, talvez?

Quanto ao livro em si, gostei e recomendo! Quem preferir ver a adaptação cinematográfica, basta esperar uns tempitos, porque a estreia do filme com o mesmo nome prevê-se lá para 2007.

06/11/2006

Precisa-se: almofada perfeita


Acho que um dos grandes objectivos da nossa vida é encontrar a almofada perfeita. Aquela almofada cuja combinação de fofura e conforto é a mais harmoniosa; aquela almofada que só de pensarmos nela, ficamos com sono e os olhos rebolam nas órbitas. A almofada que nos enche as medidas. A almofada que absorve o nosso turbilhão de pensamentos e os transforma em ideias coerentes e decisões acertadas. A almofada à qual contamos tudo e com quem choramos baixinho quando é preciso. A almofada em que podemos bater quando estamos zangados, a almofada a que nos queremos agarrar para dar um berro. Enfim, todos procuramos a melhor almofada para o nosso mundo: "a" almofada (nota-se assim muito que gosto bastante da palavra almofada?).

Ora eu preciso urgentemente de outra almofada perfeita. Ando a dormir pior, tenho acordado mais vezes que o costume e tenho a certeza quase absoluta que a culpa é da minha ex-almofada perfeita, cujas propriedades ortopédicas desapareceram com o tempo e cuja ergonomia já deve ter atingido níveis negativos e até prejudiciais. Desculpa lá, almofadinha, mas está na hora de comprar uma almofada nova; tu já sabes demasiado. Let the search begin!

03/11/2006

A hora do guarda-vestidos

Depois de ter arrumado recentemente o meu armário de sapatos, cuja organização exemplar tem vindo a diminuir significativamente com a passagem do tempo e ao sabor das fúrias para encontrar um determinado par, ontem foi a vez do guarda-vestidos. Então, muni-me do meu capacete e mãos à obra: é que o meu guarda-vestidos não via uma arrumação profunda há...anos. OK, alguns anos. Cof.

A tarefa demorou algumas horas; consegui filtrar muita roupa/carteiras que já não uso, ainda procurei filtrar roupa/carteiras que acho que nunca mais vou usar, num esforço estóico de previsão futurológica. A secção das carteiras teve direito a reorganização total, de acordo com tipos e cores. Organizei ainda a minha gama de pijamas por grau de aquecimento. No final, pensei, na minha inocência: missão cumprida!

Ora o grande problema é que depois de toda a filtragem, arrumação e organização, sabem a linda conclusão a que cheguei? Tanto trabalho para nada…o meu guarda-vestidos continua a ser muito pequeno! Será possível?!

02/11/2006

Confirma-se II

Sim, outra vez. Alguns meses depois de uma mudança laboral, anuncia-se outra. Maior, muito maior. Confio que seja também para melhor, ou não teria tomado a decisão final. Só que desta vez, arrumar a papelada não chega...é preciso arrumar muito mais coisas.
No início do próximo ano, o Errortográfico vai fazer a sua primeira mudança geográfica :)

31/10/2006

Todos falamos chinês III

Esta crónica também se podia chamar "de como eu odeio os restaurantes com a mania que são chiques com empregados também com a mania de que sabem tudo".

"EMENTA
(...)
PRATOS VEGETARIANOS
Beringela recheada com não sei quê
Risotto de funghi porcini"

Eu - Queria a beringela.
Empregado - OK.
[Passa-se algum tempo]
Empregado - Peço desculpa, mas não temos beringela!
Eu - Pois, mas eu não gosto desses cogumelos...
Empregado [ar escandalizado] - Cogumelos?! Quais cogumelos?!!
Eu - Esse tipo de cogumelos, os porcini!
Empregado [ar de quem aprendeu isso agora] - Ah...então deixe cá ver. Temos o salmão com não sei quê!
Eu - Pois, mas eu queria um prato vegetariano.
Empregado - Ah! Então já sei, a pasta nera com SALMÃO! [Ar glorioso!]
Eu - Bem, eu vou-lhe explicar. Vegetariano não come carne nem peixe!
Empregado - Ah...
Eu - Pronto, eu como o arroz...mas não devo gostar.
Empregado [ar escandalizado] - Arroz?! O arroz de pato?! [sim, constava do menu]
Eu - Não, o risotto de cogumelos!!
Empregado - Ah...OK.

Parecia uma conversa de maluquinhos, garanto. E pior que não saber determinadas coisas gastronómicas que nem todos temos de saber, é trabalhar num restaurante e mesmo assim não saber determinadas coisas gastronómicas que um colaborador devia obrigatoriamente saber (ainda por cima, a ementa tinha uns 6 pratos). Para piorar as coisas, confirmei que realmente não sou fã de funghi porcini; e o arroz estava verdadeiramente intragável. Para piorar ainda mais as coisas, a brincadeira não saiu propriamente barata. Enfim. Resta-me o consolo de nunca mais pôr lá os meus delicados pezinhos!

30/10/2006

Perspectivas dum fim-de-semana

As mudanças de perspectiva são benéficas e podem ser muito positivas, principalmente quando quem gosta de nós nos dá força e ânimo para considerarmos determinadas hipóteses sem medos que acreditamos ter. Independentemente do que vier a acontecer num futuro relativamente próximo, há que pôr as coisas em perspectiva; e isso, por si só, pode mudar tanta coisa...

É muito mais confortável pensar que não gostaria de algumas mudanças; pensar que prefiro não escolher algumas opções só por ser muito mais fácil nem as considerar sequer. E é reconfortante descobrir que afinal, não tenho assim tanto medo de mim própria, das minhas escolhas e das mudanças que elas representam.

Marie Antoinette



Um ponto de vista sobre o drama pessoal de Maria Antonieta, num filme bastante intenso e envolvente que retrata bem a criticada vida da [ainda mais criticada] rainha na corte francesa. Mesmo que seja só um ponto de vista com base numa única biografia e não nos conte a história toda, gostei muito do filme e recomendo :)

27/10/2006

Crónicas inúteis: das idas a eventos da moda

1. Objectivo: ver e ser visto
O público típico de eventos da moda é assim mesmo: vai lá para ver e/ou ser visto. Quem não vai lá para ser visto, tem de aproveitar a outra parte: ver. Nitidamente, o meu caso pessoal. E como já diz a minha avó, os olhinhos não são para comer sopas, portanto uma pessoa vai a eventos da moda e toca de estar com mil olhos a observar tudo. E é que há mesmo de tudo: VIPs que vão porque sim, tiaças vipíssimas excessivamente perfumadas que vão porque basicamente vão a tudo, gente da indústria que não tem outro remédio senão ir (quanto mais não seja, para falar mal e porcamente de tudo em geral), fotógrafos e repórteres que vão porque estão a trabalhar, pessoal com a mania que é fashion, curiosos e interessados.

2. Vestidos para matar?
No que toca aos trapinhos do pessoal, vê-se de tudo. Aqueles que vão vestidos para matar porque maravilham os restantes, e aqueles que vão vestidos para matar os restantes...provocando-lhes um ataque cardíaco. Há muita gente que ainda não percebeu que o que está na moda não fica necessariamente bem a todos.

3. Corta, tesourinha, corta, corta, corta...
O saldo da ida ao evento é positivo: os olhinhos arregalam-se com os paninhos (ou com a ausência deles, como fazia questão de evidenciar um senhor que só tirava fotografias às modelos que envergavam roupas extremamente transparentes) - e das duas, uma, ou é porque os paninhos valem a pena, ou porque reflectem um momento de insanidade do criador. A moda tem destas coisas: é o que vemos nela que conta ;)

Acorda!*


60 artistas, 120 músicas em formato mp3, mais de sete horas de nova música portuguesa numa colectânea cujos lucros revertem a favor do serviço de pediatria do IPO de Lisboa.

Não é preciso dizer mais, pois não? Toca a acordar e comprar :)

*Mais informações aqui.

26/10/2006

Mofo ou bafio, eis a questão

Num dos meus trajectos quase diários, passo por uma papelaria muito… peculiar. Existe há anos, sempre no mesmo local. Podia ser uma papelaria comum, mas não é. Há algo que a torna especial: o cheiro.

Ora este cheiro até podia ser agradável, mas…não é. Mesmo quando a papelaria está fechada, o odor persiste e emana pelas frinchas, lembrando aos transeuntes a presença da dita loja. Secalhar até é uma boa estratégia publicitária, para quem gostar de maus cheiros intensos... é que o cheiro é nada mais, nada menos que um potente e vigoroso odor a mofo (bafio?).

E agora perguntam vocês, porque é que o dono de uma papelaria deixa que ela fique a cheirar ao tão pouco apelativo mofo? Não sei. Consigo imaginar, sim, o porquê dela cheirar a mofo. O sítio nunca viu uma remodelação, um arranjinho que fosse, e está cheio de humidade e pó; há artigos que estão no mesmo sítio desde que a papelaria abriu, num ano ido do século passado - jogos com caixas descoloradas, livros com humidade, artigos perdidos no meio de camadas e camadas de pó, impressos que não se usam há décadas. Nem os donos e funcionários devem saber o que por lá há. Para além disso, o espaço está tão atafulhado e (aparentemente?) desorganizado que mal se consegue andar. Possivelmente, subsistem vários ecossistemas raros naquele ambiente, entre traças, bichezas do papel e outra fauna característica de papelarias. Como se tudo isto não bastasse, abrem e fecham às horas que querem. Ou seja, atingiram um nível de desleixo quase impensável num estabelecimento comercial.

O mais estranho nisto tudo? As pessoas fazem fila para lá ir, esperam pacientemente que abra, todos os dias. E esperam para ser atendidos, porque lá também não se prima pela rapidez. Um autêntico enigma, esta papelaria.

25/10/2006

E ainda dizem...

...que as flores não andam!

Não é que tenha sido um piropo muito original, mas até foi dos melhores que ouvi nos últimos tempos. Dito à chuva, no meio da rua, de manhã cedo e em altos berros, até que nem soou mal. A chuva não consegue pôr toda a gente mal-disposta :)

24/10/2006

Ai queria qualquer coisinha, era?

9h45, algures numa repartição das finanças…

- Bom dia, eu queria tirar o cartão de contribuinte e tenho aqui…

- Ah, nem pense nisso, não pode ser! Estamos sem sistema informático. Vá dar uma voltinha por aí, vá até ao café e volte mais tarde!

[Ouve-se aguaceiro torrencial lá fora.]

- Mas…

- Ó menina, sem sistema informático não posso fazer nada! Vai ter de voltar depois!

[Não, felizmente não se passou comigo. Só assisti e esbocei o meu sorriso solidário matinal número 2.]

23/10/2006

Sim, é possível I

Há aquelas coisas que não sabemos bem se são possíveis, tão simplesmente porque saber que são possíveis é daquelas coisas que não contribuem com quase nada para o que quer que seja. Pois bem, é com gosto que revelo aqui que sim, é possível descascar uma manga num avião. Utilizando uma faquinha metálica de avião, e sem efeitos secundários (nódoas, portanto). Como descobri? Descasquei uma, obviamente. Eu, que só não como as frutas com casca se esta for intragável; eu, que prefiro assumidamente as fast-frutas e que gosto tanto, tanto de cravar a pessoa mais querida e fôfinha que estiver ao meu lado para me descascar uma dada fruta, se for impossível comê-la com casca.

Alguém tem de descobrir estas coisas, não é? Boa semana :)

20/10/2006

Todos falamos chinês II

Quando temos de dizer muitas vezes era uma piadaagora estou a falar a sérioagora já era para rir...não, claro não vou mesmo comprar essa camisola!, sabemos que não temos grandes possibilidades de alguma vez nos entendermos realmente com essa pessoa.

Por outro lado, há
pessoas que nos conseguem traduzir sempre :)

Todos falamos chinês I

Por mais claros que tentemos ser e por mais explícitos que pensemos que somos, há sempre alguém que não compreende ou que compreende…tudo ao contrário.

A - Gostaria de reservar X, Y e Z, blá blá blá, agradeço confirmação.

[Passam-se dois dias]

A - Reenvio o pedido anterior, pois não tive resposta, queria reservar X, Y e Z.

[Passa-se mais um dia]

B - Pedimos desculpa pela demora. Informamo-la de que já dispomos de J.

A - ??!

19/10/2006

Efeito borboleta*

Ontem, como não me bastava ainda ter apanhado uma violenta molha e ter sido atacada pelo guarda-chuva, fui ao dentista. Não, não apanhei mais molhas. Ao contrário do que até seria previsível, consegui esgueirar-me por entre locais abrigados e andar a céu aberto só em períodos sem chuva; uma técnica que gosto de utilizar, mas que falha redondamente muitas e muitas vezes. Adiante.

Intriga-me o porquê do meu dentista dissertar enquanto trata dos dentes; pior, ele espera respostas. Pôs-se a falar da teoria do caos e da sua aplicação à situação política. Ora estando uma pessoa parcialmente anestesiada, com um aspirador e vários outros elementos metálicos na boca – todos ruidosos q.b., torna-se difícil emitir algum ruído perceptível que não soe ridículo, que fará manter um diálogo. É de mim, ou não há assim grande liberdade de expressão no dentista?

*Mais informações aqui.

18/10/2006

A chuva em três actos e epílogo

Acto primeiro. Decido confiar que o meu guarda-chuva é resistente e leal. Erro. Rajada de vento transforma o meu guarda-chuva num ser amorfo e mutante em apenas milésimos de segundo.

Acto segundo. Guarda-chuva semi-esfrangalhado ganha vida própria quando decido fechá-lo e desfere um brutal golpe contra o meu dedo mindinho. Dedo mindinho incha e eu só não uivo de dor a meio da rua por ser ridículo deixar-me afectar por algo tão insignificante como um dedo mindinho.

Acto terceiro. Decido abrigar-me o mais possível durante o percurso até casa para evitar que a molha certa seja o descalabro total. Tarefa revela-se possível, mas inglória; ou seja, a molha é certa, sim, mas o descalabro é total na mesma apesar dos meus esforços para me abrigar.

Epílogo. Passarei a tarde a lamentar o sofrimento atroz do meu dedo mindinho e a repetir para mim mesma andar a pé é saudável e ecológico, andar a pé faz bem. Bolas, pá, não há mesmo verdades universais e vamos sempre descobri-lo da pior forma.

17/10/2006

Primeiro estranha-se, depois…

…continua-se a estranhar?!

Há sempre momentos em que um determinado produto comestível se vê muito e de repente toda a gente decide prová-lo e grande parte dessas pessoas ficam fãs e/ou viciam-se nele. Outras odeiam-no, secreta ou publicamente. Quem não gosta chega a sentir alguma mágoa por não gostar, porque afinal das contas, não gosta de um produto comestível que todos parecem amar e idolatrar. Mas não há nada a fazer: há coisas de que não conseguimos gostar, e eu tenho de revelar um dos produtos de que não consigo gostar: é oval, é feito com mais leite e menos cacau e tem um brinquedo lá dentro. O nome dele, caso ainda não tenham adivinhado, começa por k, acaba em r e tem inde no meio.

Muito em voga durante anos e ainda com inúmeros fãs incondicionais, este produto oval fazia (e faz) as delícias de miúdos e graúdos. Pelo chocolate, pelo brinquedo ou por ambos, muitos gostam dele. Quanto a mim, obviamente que o experimentei, inclusive várias vezes para me certificar de que não me fiava só nas primeiras impressões, sim, eu conseguiria aprender a gostar daquilo, mas oh! Azar dos azares, não gostei e nunca aprendi a gostar. Pior ainda, odiei-o desde sempre. E pior do pior, achei-o intragável ao ponto de nem o brinquedo me convencer a comer o que o envolvia. Um verdadeiro drama infantil, não ter acesso fácil a apelativos brinquedos minúsculos. Hoje em dia, sem o apelo do brinquedo, é muito mais fácil não gostar do ovo mais famoso do mundo e voltar-lhe a cara com um sonoro umpf!

E vocês, lembram-se de algum produto de que até tinham/têm uma certa pena de não gostar?

16/10/2006

Dos dilemas

Poder escolher é bom. Pena que nem sempre as escolhas que se nos proporcionam são as que realmente queremos fazer. É que o pior de ter de escolher é que temos também de não escolher qualquer coisa.
Boa semana!

14/10/2006

Parabéns!


Porque há amigos assim, que merecem tudo e mais alguma coisa!
Um dia muito achocolatado, especialmente para
ti, minha querida :)

13/10/2006

Acalmia

Profissionalmente, sei que o que faço hoje em dia é aquilo que gosto de fazer (ou uma das coisas que gosto de fazer). No entanto, fico triste ao constatar que apesar de me sentir realizada por fazer algo de que gosto na minha área laboral (sim, tenho alguma sorte nisso), não é isto que quero fazer e - decididamente - não é isto que me vai realizar plenamente. Muito menos nas condições que esta área me oferece e vai oferecer num futuro próximo. Preciso de mais e melhor, numa área que até tem muito potencial, mas que é totalmente esquecida, desmenosprezada, desvalorizada e cujos profissionais são os primeiros a demonstrar uma imensa falta de…profissionalismo. Ambição saudável. Brio, determinação, qualquer coisa. Obviamente que isto acontece em muitos outros sectores, mas cada um fala do que conhece - ainda por cima, tenho plena consciência de que as coisas não vão mudar tão cedo, muito por culpa dos próprios profissionais nos quais me incluo. Sim, tenho culpa e tenho culpa outra vez por não mudar efectivamente as coisas. Ou por não as querer mudar…

É natural que a desilusão venha ter connosco mais cedo ou mais tarde. E a desilusão em si não me assusta, nem sequer me entristece. Assusta-me mais concluir que para mim, seria muito melhor e muito mais fácil mudar de área do que tentar mudá-la a ela; e pior: chego à conclusão que secalhar não quero mudar a área tanto como me quero mudar a mim própria. Egoísmo, talvez. Ou tão simplesmente, bom senso. A ver vamos.

Bom fim-de-semana! O meu começa num tom pensativo :)

12/10/2006

Histórias das férias em poucas palavras

De como os pés nem sempre estão assentes no chão.


No país dos côcos...


...do mar...


...da comida deliciosa...


...e de nomes que nos fazem sorrir numa língua que também é nossa :)

11/10/2006

Regresso ao costume :)

Tem mesmo de ser, não é? Pois cá estou, mais o errortográfico.

Regressar custa só um bocadinho. Afinal de contas, regressamos por vontade própria ao costume que escolhemos para nós. Costume esse que felizmente nos permite fugas esporádicas. Portanto, e por melhores que sejam as fugas, não me queixo muito dos regressos. Porque há pessoas e coisas a que gostamos de regressar, ah pois há ;)

29/09/2006

Férias II


Outras areias me esperam :)

Até breve!

Seis coisas aleatórias sobre mim

(desafio da Margarida, do Infusões)

1. Gosto de ar puro; não tenho fobia a locais fechados, mas prefiro sempre locais a céu aberto ou locais onde o ar circule. A primeira coisa que faço ao chegar a algum sítio é abrir as janelas (carro e escritório, principalmente).

2. Não durmo tão bem sem o ritual pré-sono, e é raro passá-lo à frente. Não acordo bem se não for espreitar a vista lá de fora acompanhada de um grande copo de água.

3. Sou relativamente viciada em livros de culinária e compro bastantes, mas só dos que têm boas fotografias. Se o livro não tiver fotografias, não me apetece cozinhar coisas de lá.

4. Perco facilmente a paciência quando estou à procura de uma coisa, acuso quem estiver por perto (pois, por vezes injustamente) de lhe ter mexido, esperneio, tudo para depois descobrir que a coisa estava num sítio algo óbvio e muitas das vezes, fui eu mesma que a pôs lá.

5. Não resisto a uma boa mala/carteira. Desde miúda.

6. Vejo os erros ortográficos a quilómetros de distância. Exagero, claro; mas vejo-os quase sempre. Digamos que num texto com 1500 palavras, os meus olhos vão direitinhos ao único erro…não é de propósito, mas acontece milhentas vezes.

Quanto a passar adiante…considere-se convidado quem estiver para aí virado :)

28/09/2006

A arte de fazer malas II

Há vários tipos de fazedores de malas: os ultra-cuidadosos, os regulares e os baldas.

Os ultra-cuidadosos preparam listas com dias de antecedência, compram tudo e mais alguma coisa por pensarem que pode vir a ser necessário e certificam-se de que tudo está lavado e preparado para o transporte. A mala é escolhida a dedo, cumpre todas as normas internacionais, para além de acomodar precisamente tudo o que o ultra-cuidadoso quer levar. É quase impossível que o ultra-cuidadoso se esqueça de alguma coisa. O problema é que os ultra-cuidadosos de gema não conseguem deixar de ultrapassar largamente os limites de peso, pois têm de levar mesmo tudo. No entanto,
também há ultra-cuidadosos que estudam detalhadamente o conteúdo e conseguem levar o estritamente necessário. Por fim, há ultra-cuidadosos azarados, que por mais cuidado que tenham, esquecem-se sempre de alguma coisa.

Os regulares limitam-se a preparar tudo com relativa antecedência, podem eventualmente ter listas, mas nem sempre, e confiam no instinto - e não no estudo - para seleccionar o conteúdo da mala. Normalmente, esquecem-se de alguma coisa.

Os baldas são os piores dos fazedores de malas. Fazem as malas à última da hora e limitam-se a atirar lá para dentro o que estiver mais à mão. Invariavelmente, esquecem-se de 80% dos itens de que vão realmente necessitar. Há os baldas com sorte, que acabam por conseguir levar o que é preciso, e há os baldas com azar, que acabam por andar toda a viagem a cravar itens aos restantes companheiros ou a comprar o que falta.

Para além destes três tipos de fazedores de malas, há os mistos, que aliam características de vários tipos. Eu, por exemplo, penso com relativa antecedência no que quero levar, mas já não faço listas (porque sei de antemão que não vou olhar para elas mais tarde, como já confessei uma vez aqui), confiando portanto no instinto para me dizer o que falta; não costumo esquecer-me de muita coisa, porque a minha lista mental costuma ser fiável. Não faço a mala com muita antecedência, só um ou dois dias antes. E a pior das minhas características de fazedora de malas: nunca viajo com pouca coisa por ter uma costelinha de ultra-cuidadosa...e vocês, como fazem as vossas malas?

27/09/2006

A arte de fazer malas I

Estando eu já numa fase relativamente avançada de preparativos para a viagem que se aproxima, procurei uma lista de itens proibidos a bordo de aviões. Encontrei-a aqui.

Esperava ver listados itens corriqueiros: canivetes, lâminas, líquidos inflamáveis, enfim, aquelas coisas que logicamente não é conveniente levar a bordo de um avião.

Não esperava que fosse proibido transportar material radioactivo (a sério, tinha lá uns taparuerezinhos mesmo preparados para levar), granadas de todos os tipos (sem comentários), fogo de artifício (bolas, já nem nos deixam celebrar condignamente!),
sabres (nem de luz?), espadas e bengalas de estoque, rosetas de arremesso (?!), picadores de gelo (esta agora...lá vou eu ter de levar a 123!), minas e outros explosivos militares (azar dos azares, pessoal), entre vários outros itens com designações pomposas e extremamente pormenorizadas que não lembram ao Pai Natal.

Ora esta, pá, que grande maçada. Lá vou eu ter de prescindir de inúmeros itens que costumo sempre levar comigo! Fazer malas dá muito trabalho!

26/09/2006

Estações

Aqui, já chegou o Outono, ainda antes do dia oficial. Vê-se pelas folhas, pela cor do céu, pelo vestuário das pessoas (embora neste domínio, reine o semi-caos, com gente ainda a insistir em tops de alças e sandálias e pessoas [num ataque de loucura, quanto a mim] a usar pesados casacos de Inverno). Numa altura em que os limites das estações se notam cada vez menos por diversos motivos, é de certa forma um privilégio notá-las nos devidos momentos e ver que as fronteiras estão mais ou menos aonde deviam estar.

E no entanto, para a semana vai ser Primavera outra vez. Mudar de estação assim por vontade própria também é bom. Pois, férias à vista ;)

25/09/2006

Sinais? Quais sinais?

Era de esperar que fosse possível circular num determinado local e, seguindo os sinais, chegar ao destino pretendido em tempo útil. Pois era. Mas na realidade, todos sabemos que isso simplesmente não acontece. Na maior parte das localidades portuguesas, por exemplo, a política de sinalização é para chegar, há que penar. E as localidades, através das entidades de sinalização competentes, aplicam esta política com afinco e dedicação, dificultando ao máximo a tarefa de chegar a qualquer lugar. Existem várias técnicas: a ausência total de sinalização, a sinalização escondida, a sinalização em excesso, a sinalização errada ou a sinalização por sinédoque (exemplo: quando o destino é olhinhos de baixo, há que seguir as placas para o laguinho piqueno; problema: ninguém sabe que este lago fica em olhinhos de baixo).

Aliás - e esta informação é um rigoroso exclusivo mundial do errortográfico - a conhecida frase vá para fora cá dentro não é mais que uma versão abreviada da frase vá para fora, vá, tente, mas nunca conseguirá sair cá de dentro. A nossa política de sinalização visa isso mesmo. E mesmo cá dentro, há sítios dos quais é impossível sair...pois muito bem, agora todos sabemos porquê! Portanto da próxima vez que se perderem, inspirem fundo e pensem no bem da pátria. É tudo pelo bem da pátria.

Boa semana ;)

22/09/2006

Não polaroids III

Ou eu, e as caixas de bolachas. É que gosto tanto do cheiro das caixas de bolachas; sei logo se vou gostar do conteúdo. Desde pequena que gosto de abrir as caixas de bolachas todas (também por causa do ruído!), cheirar e deixar o nariz decidir se me apetece alguma coisa.

Uma das minhas avós comprava algumas vezes biscoitos digestivos de manteiga. Eu e o meu primo, habitués da casa, não conseguíamos parar de comer até acabarem ou até o sentimento de culpa falar mais alto, algo que basicamente, nunca acontecia nem costuma acontecer aos miúdos. Aqueles digestivos de manteiga eram simplesmente os melhores biscoitos que podia haver, e seriamente viciantes. Descobrir aqueles biscoitos nalguma das caixas era sempre uma surpresa, porque não tinham momento certo de chegar, nem a minha avó nos dizia que tinha comprado porque sabia o que se seguiria: a devastação total e impiedosa do stock de biscoitos.

Noutro dia, cheguei à conclusão de que há coisas que simplesmente não mudam…esses biscoitos aparecem de vez em quando lá em casa, silenciosos e letais, pela mão da minha mãe. Quando os descubro, a reacção é quase a mesma, é muito difícil parar de os comer; o sentimento de culpa até está lá num cantinho escuro, mas não prevalece. Não com estes biscoitos :)

Bom primeiro fim-de-semana de Outono! Quer-me parecer que vai estar bom para biscoitos…

21/09/2006

Regresso à máquina

Sub-repticiamente e com um sorriso maquiavélico, dirijo-me para ela. Uma expressão simples, penso eu, basta uma expressão simples para desferir um golpe fatal contra a máquina. Não foi preciso pensar muito. Deixa-me rir! É isso mesmo! Deixa-me rir!, penso eu, e digito a expressão na devida caixa. E ela deixa, ó se deixa:

It leaves to laugh me!*

Senhoras e senhores, meninas e meninos, lembram-se da saga da máquina? Ah pois. Que saudades já tinha dela! É que é mesmo irresistível, ainda para mais num dia como este, tão cinzentão :)

*Deixa-me rir traduzido pela máquina do costume.

20/09/2006

Os nomes que nos dão

Tenho alguns nomes pelos quais me tratam - mais de meia dúzia, entre próprios, diminutivos, alternativos, inventados e afins. Alcunhas, tive uma (que eu saiba!), que odiava; felizmente, foi muito temporária e morreu com o fim da escolaridade primária.

Vem isto a propósito do segundo nome. Hoje em dia, cada vez mais cai em desuso ter um segundo nome; muitas crianças já não têm segundo nome, para grande gáudio delas próprias no futuro. É que o segundo nome por si só, geralmente não é utilizado (sim, obviamente sei que com algumas pessoas, passa-se exactamente o contrário); mas o primeiro e o segundo nome são uma combinação poderosa que normalmente implica...descompostura ou sova, não necessariamente por esta ordem e não necessariamente ambas. Esta combinação pode também ser sinónimo da expressão "estás aqui, estás a [...]", ou seja, ala, que se faz tarde. Quem não se lembra do pai ou da mãe com um tom de voz temível, a utilizarem o primeiro e o segundo nome para nos chamarem? Ouvir o primeiro e o segundo nome em conjunto não é, geralmente, muito bom sinal. Portanto, pais de hoje, é um grande favor que fazem às futuras gerações; mas depois estou para ver como os vão chamar quando eles partirem aquele jarrão Ming que está na família há 23 gerações. De propósito, claro. E usando o animal de estimação ou o irmão mais novo como arma de arremesso. Vai ser o bom e o bonito, quando não existirem segundos nomes ;)

19/09/2006

E das coisas erradas nos sítios errados

Descobrir que um determinado local é mau indo lá, é pior do que mau: é péssimo. É muito preferível que alguém nos diga que esse local é altamente evitável. Mas quando esse alguém somos nós, cabe-nos a nós próprios, vítimas da nossa curiosidade em experimentar o desconhecido, alertar a restante humanidade para o que a espera nesse local. No fundo, espalhar a nossa opinião aos sete ventos é uma forma airosa de auto-flagelo e em simultâneo, uma contribuição para o bem-estar da sociedade: descrever o sacrifício que foi permanecer/comer/... nesse local e evitar que outros caiam no mesmo erro, admitindo assim que fizemos uma má escolha, embora ressalvando a importância dessa má escolha para as futuras boas escolhas dos outros. Adiante.

O que me pôs a pensar até nem foi a notória má qualidade de atendimento e das refeições do local em questão, foi o porquê de abrir ou manter aberto um restaurante tão gritantemente mau. Porque é só uma questão de tempo: quando começa a correr que uma coisa é má, as pessoas começam a saber que não vale nada a pena experimentá-la (vice-versa com coisas boas). Sim, a melhor e a pior publicidade fazem-se pessoalmente. E quando a coisa envolve comida, ninguém nos pise os calos porque todos somos excelentes publicitários - para o bem e para o mal. E agora se me dão licença, vou só ali falar mal de um restaurante de fondue com vista para a Ribeira do Porto e já venho, está bem?

18/09/2006

Das coisas certas nos sítios certos…

…mesmo quando essa coisa certa era a uma das últimas que esperávamos ver nesse sítio.

Tinha lido a descrição do espectáculo que ia ter lugar, mas confesso que não o esperava, e muito menos o esperava numa das praças emblemáticas do Porto, e da minha infância. Na praça onde ia para comer gelados, comer croissants (vulgo panikes, para quem conhece a designação) e admirar discos que um dia achava que ia gostar de ter.

É que não é todos os dias que se pode dançar em coreografia com uma multidão numa praça do Porto sem nos acharem doidos varridos. Foi o que aconteceu com o espectáculo Bal Moderne da belga Compagnie Rosas, integrado no Festival Internacional de Marionetas do Porto. Muito, muito bom. Dançar é, decididamente, uma das melhores descobertas [contínuas] que podemos ter, connosco próprios e com quem nos rodeia!

15/09/2006

Mistério...

...estão a passar-se coisas muito estranhas neste computador. Portanto hoje a coisa não dá para mais, snif snif.

Bom fim-de-semana!

14/09/2006

Sapatos novos, eu?!


Nã! Que ideia! :)

Gostei deles assim que os vi. Algo que não costuma acontecer frequentemente com as colecções de calçado actuais, por acaso, fazendo com que eu por vezes comece a entrar em stress pré-sapático - porque toda a gente sabe que gaja que é gaja, tem de investir periodicamente em sapatos; mas o meu orçamento até agradece, encarecido e rejubilando alegremente com a poupança, que eu seja bastante esquisita nas escolhas para os pezinhos.

13/09/2006

Dos momentos

Há inúmeras coisas que escapam totalmente ao nosso controlo. Por isso, acredito que a sorte existe. Não pode é estar com todos ao mesmo tempo, nem sempre com a mesma pessoa. Pode ser ingrata, de vez em quando; mas também pode fazer a diferença. Agradeço quando a faz. E confesso, fico a pensar se será só sorte, um acaso feliz, ou outra coisa qualquer.

12/09/2006

A criteriosa selecção do local na praia

Um dos rituais inevitáveis de quem chega à praia é a selecção cuidada do local onde vai passar as próximas horas (ou o dia inteiro, no caso dos que só saem da praia quando o corpo não tolera em absoluto mais horas de sol por ter atingido o nível escarlate total). Entre as categorias de Pesquisadores de Locais Ideais Para Abancar (PLIPAs), salientam-se:

I) PLIPAs fãs do abrigadinho: estes PLIPAs não descansam até encontrar o local mais abrigadinho da praia. Para além de levarem 4 guarda-sóis, 3 tapa-ventos, dúzias de esteiras, 34 toalhas, todo um arsenal de equipamento de protecção e inúmeras geleiras e termos, ainda têm de se posicionar em recantos ultra-abrigados junto a falésias, rochas, rochedos, etc. Ai de quem se aproximar.

II) PLIPAs cimento-cola: esta categoria de pesquisadores limita-se a escrutinar o horizonte em busca das vítimas ideais. Mesmo numa praia com 45 quilómetros de areal livre, os PLIPAs cimento-cola colocam-se estrategicamente a 4,7 centímetros de uma das orelhas de um membro do grupo de frequentadores da praia mais próximo.

III) PLIPAs mega-activos: para os PLIPAs mega-activos, escolher um local na praia é uma mera formalidade; aliás, esta categoria devia designar-se pseudo-PLIPAs, pois na realidade estes pesquisadores não querem um local para abancar, eles querem é abandonar as coisas para sair dali o mais rapidamente possível. Num máximo de 5 segundos após a chegada à praia, estes indivíduos já estão a escalar intrepidamente o rochedo mais próximo, a jogar, a construir na areia, a apanhar conchinhas ou seixos, etc. Qualquer actividade é boa e quanto menos abancarem, melhor.

IV) PLIPAs apanhadores: estes PLIPAs dedicam todo o tempo passado na praia a apanhar coisas; mais uma vez, a escolha do local para abancar é uma formalidade, pois os PLIPAs passarão todo o dia a divagar pela praia numa procura incessante de coisas para apanhar. Há os apanhadores de comes: tudo o que possa ser comido, eles apanham. Mesmo que o saldo do dia se resuma a 2 míseros caranguejos e 7 amêijoas, tudo vale a pena para comer qualquer coisinha. Há os apanhadores de itens em geral, que se dedicam a apanhar conchas, seixos, estrelas-do-mar, algas. Imagino que a decoração da casa deles seja bastante marítima, pois ninguém quererá tanta coisa para guardar em caixas no sótão. Ou então, constroem coisas com itens marítimos. Ou são coleccionadores. Bem, não sei, mas fico sempre a pensar qual o motivo da apanha de tanta coisa.

V) PLIPAs azarados: qualquer que seja o local escolhido, será necessariamente muito mau. Não há critério que os salve: calham sempre perto do puto que berra mais, da velhinha com o tom de voz mais estridente, do cão mais sacudidor de areia que existe, da família mais ruidosa, do senhor que ressona mais. É escusado. E numa praia deserta, levam com os PLIPAs cimento-cola ao lado.

Existem ainda os PLIPAs mistos, que têm um bocadinho de cada categoria. Quanto a mim própria, não me consigo categorizar, mas confesso que não me custa estar espraiada ao sol sem fazer grande coisa (não sou, portanto, muito activa), gosto de uma certa distância de segurança em relação a outras pessoas para evitar chatices e raramente apanho coisas. Acho que devo fazer parte dos PLIPAs que-não-se-chateiam-por-aí-além :) E vocês?

11/09/2006

Descida à terra

Alguma turbulência devido aos afazeres pendentes, mas nada que não se resolva. Há férias assim, que parecem curtas, mas que nos fazem tão bem (a provar que o tempo é mesmo o que se faz com ele). Há férias assim, que chegam na altura certa e são exactamente o que precisamos :)

Boa semana!

31/08/2006

Se há coisa que me irrita…

…é quando me fazem perguntas cujas respostas eu sei, mas também estou careca de saber que quem fez a pergunta sabe. Ou quando a resposta é tão óbvia, que só o facto de se colocar a pergunta é um bocadinho mau – não, não é grave perguntar, mas é grave utilizar a pergunta em exagero e por sistema, demonstrando que não pensámos nem um bocadinho antes de a fazer.

É que todos fazemos perguntas estúpidas, daquelas que mal acabámos de fazer a pergunta, percebemos que foi estúpida e injustificada. Mas a maior parte de nós não faz 478,3 perguntas estúpidas por dia. Ainda mais grave, quando devíamos e
temos de saber a resposta, e mesmo assim optamos por perguntar. É muito mais fácil ser preguiçoso; mas também se torna muito mais fácil cair no ridículo e passar por insuportável. E eu para pessoas insuportáveis, tenho muitas respostas...mas a maior parte são tortas. E agora pergunto-me eu a mim própria: será melhor responder a tudo e ir a correr explicar qualquer coisa as vezes que forem precisas, ou dar algumas respostas tortas e passar por menos prestável e até por antipática, mas fazer com que a pessoa consiga encontrar as respostas sozinha?

Aprendi a não esperar que os outros me respondam a tudo; talvez por isso, espere a mesma atitude e não tolere a preguicite aguda. É que tudo tem limites, e os limites da minha tolerância a perguntas estúpidas, confesso, são bastante baixos.

30/08/2006

Liberta o meteorologista que há em ti!


O meteorologista que há em nós é impossível de não libertar. Todos temos um, mais ou menos rigoroso, que libertamos constantemente em conversas de ocasião, tempos mortos, onde quer que seja. Sim, é que praticamente todas as nossas conversas têm uma forte componente meteorológica; seja mascarada de frase banal - com este calor foi difícil trabalhar - ou apregoando aos sete ventos o que lemos/ouvimos dizer - hoje davam 32 graus. Isto se a meteorologia em si não se tornar o próprio motivo de conversa, rendendo horas e horas de opiniões, previsões, dados factuais e acesos, interessantes debates, para além de uma dose q.b. de queixumes e lamúrias ou alegria inspirados pelo tempo que faz.

Dentro da categoria dos meteorologistas de meia tigela, na qual 98,6% da população portuguesa se insere, existem diversos tipos.

a) Meteorologista corporal: tem um reloginho nalguma parte do corpo, normalmente uma articulação problemática, que lhe permite prever com relativa exactidão o tempo que vai estar consoante o estado dessa articulação. Admite argumentação, mas fica sempre com a pulga atrás da orelha porque o reloginho raramente falha;

b) Meteorologista etário (ME): a idade, neste caso é um posto. Os MEs possuem toda uma experiência no campo, aliando normalmente o método empírico de avaliação ao reloginho e à leitura/audição atenta de todas as previsões, bem como recorrendo à troca de impressões com outros MEs. Os embates entre vários MEs rivais são extremamente violentos e culminam geralmente em zangas vitalícias ou que duram enquanto houver memória para as lembrar;

c) Meteorologista gregário (MG): o meteorologista do diz que. Diz que vai estar calor, diz que vai chover, diz que…não se sabendo muito bem quem disse nem se alguém realmente o disse. Os embates entre vários MGs podem ser de estalo, pois nem todos temos as mesmas fontes: e se diz que vai chover num lado, pode muito bem dizer que vai estar de sol noutro. Outra expressão muito utilizada pelos MGs é “amanhã dão chuva” - atribuindo a previsão a uma espécie de entidade superior que coisas, de maneira a evitar o confronto. Para além disso, ninguém recusa nada que seja dado. Este é o tipo mais comum de meteorologista de meia tigela;

d) Meteorologista falhado (MF): o meteorologista que não acerta uma. Por mais que tente, avalia sempre mal os dados, ouve mal as previsões e é arrasado por todos os outros meteorologistas. No entanto, manda sempre o seu bitaite.

E vocês, que tipo de meteorologista são? :)