31/12/2012

Mais

Não consegui escrever muito mais no blog do que no ano passado. Mas num ano, consegui ter várias surpresas boas, bastante trabalho, alguns reencontros com amigos de longa data, conhecer amigos novos, aproximar-me de algumas pessoas que já conhecia, mais dias de bem-estar, alguns passeios. Assisti a inícios, infelizmente também a alguns fins, consegui arranjar mais histórias para contar. Não fiz tudo o que queria nem tive tanto tempo como devia para algumas pessoas e coisas, mas aprendi a lidar mais um bocadinho com essa insatisfação e percebi que era sempre possível melhorar. 2012 trouxe-me serenidade q.b. e gostei disso. Por tudo isto, se isto não é um ano bom, não sei o que será; felizmente, não me posso queixar, e como tenho tendência a nem gostar de lamúrias sem grande motivo, melhor para mim. Foi um ano bom, o de 2012. Agora, venha melhor em 2013, e isso inclui o melhor para aqueles que me rodeiam, para as pessoas de quem gosto. Quero tê-las todas bem perto, ou ainda mais perto, em 2013. Bom ano :)

21/12/2012

/ignore

Hoje em dia, é tão fácil chegar às pessoas. Nem vale a pena começar a listar formas. E no entanto, acho que nunca se esteve tão longe de estar verdadeiramente perto. Vivemos a achar que sabemos tudo uns sobre os outros no Facecenas, até vemos o que as pessoas comem em algumas redes sociais, aquilo de que gostam noutras redes sociais diferentes. É todo um mundo de sociabilidade pegada em que todos somos tão amiguinhos.

E mesmo assim, apesar de todas as facilidades, parece que é cada vez mais normal ignorar chamadas, é banalíssimo não as retribuir, é aceite que não se responda a uma mensagem ou a um e-mail porque bem, se essa pessoa quer mesmo falar connosco ela vai tentar por outra das milhentas formas que existem. Afinal, nós temos coisas tão mais importantes a fazer do que falar com ela.

Hoje aconteceu-me exactamente isso, fui ignorada apesar de ter usado três meios diferentes insistentemente, porque apesar de ser para algo meio insignificante, era relativamente urgente. Por isso, obrigada, pessoa que me ignorou; aprendi que mais vale estar quietinho a não gastar latim, mais vale não me incomodar. Não me chateia que me ignorem perguntas ou que recusem o que proponho; chateia-me sabê-las ali sem se darem ao trabalho sequer se escrever "não dá, adeus!". Pelo menos seriam 10 caracteres e não indiferença total. Se calhar era este, o fim do mundo que anunciavam: há sempre alguém para quem já quase morremos ou que morreu para nós.

25/11/2012

Já não tenho idade para certas coisas

Uma delas é estar a secar numa discoteca à espera de concertos a uma sexta-feira às tantas da madrugada. Praticamente dormi em pé enquanto miúdas fresquinhas de 18 abanavam freneticamente a anquinha estreita coberta por trapinho da moda, acompanhadas de bebidas coloridas. Mas a idade, essa também supreende, às vezes: quando finalmente foi hora do concerto e eu já tinha feito umas 4 siestas em pé, as miúdas encostaram às boxes, cansadas e alcoolizadas, e eu, fresca que nem uma alface a aproveitar o concerto. Sim, a idade pode tirar alguma paciência para esperar, mas também nos dá armas para aproveitar melhor.

29/10/2012

Tricotando ou morrendo a tentar

Pois bem, depois de desbravar o glorioso mundo da panificação, vou tricotar. O meu jeito e paciência para os trabalhos manuais é praticamente nulo, mas macacos me mordam se não vou decidir que odeio depois de tentar com algum afinco. Até ver, consegui pôr a mãe às aranhas para explicar; já aniquilei vários pedaços de lã; já fui a uma loja de lãs com uma velhinha enxuta no atendimento; já tive conversas sobre lã na frutaria; a coisa promete. Daqui a nada, estou a contar como já manejo as agulhas como se de sabres de luz se tratassem; é aguardar.

Lá longe, do outro lado do mar

Tenho algumas amigas bem longe, do outro lado do oceano, onde passa uma tempestade que se diz ser muito má. Sabemos que "longe" não existe quando nos preocupamos como se pudéssemos realmente fazer alguma coisa.

28/09/2012

Do exercício

Normalmente, nunca gosto demasiado dos ginásios; vou por pura obrigação. Ultimamente tenho andado bem mais dedicada e passei a gostar até de lá ir, uma questão de professores certos, aulas interessantes e mais companhia para ir. Foi o ginásio que consegui frequentar mais tempo e de que posso dizer que "até gosto". 

Agora que há concorrência próxima, era de esperar que os preços se ajustassem ligeiramente, mas não. Era de esperar que tentassem cativar os clientes actuais e mais antigos, mas não: as ofertas são quase exactamente as mesmas. E assim sendo, vou experimentar outras opções. O que é estranho é que agora queria continuar lá, mas a minha costela da poupança obriga-me, pelo menos, a tentar os outros. Portanto, será um adeus caso eu goste das outras ofertas. Mas só hoje, ao ir a uma aula com um dos professores de que gosto, me apercebi que é verdade, é possível: vou ter saudades da porcaria de um ginásio. Só pode ser da idade.

17/09/2012

Não sou de protestar, que não sou.

É raro, sim, por inúmeros e variados motivos que não são para aqui chamados.

Talvez proteste quando não me deixarem tirar uma tarde inteira, almoçar com uma das melhores amigas de todo o sempre e a sua filhota mais linda, e ainda ir lanchar com outra amiga e o seu rebento fofo que só ele.

Por isso, por mais que me tirem e às malfadadas vítimas dos recibos de cor esmeralda, não me vão, nunca, tirar o que realmente me interessa.


Sabemos que estamos em casa quando...

...lá fora, se ouve sem parar a ronca do nevoeiro.

22/08/2012

Das corridas

O mais próximo que irei estar de aderir à recente moda das corridas - toda a gente corre, toda a gente quer correr e pôr os exercícios bem visíveis nas redes sociais para todos verem que corre, ter sapatilhas da moda e roupa fluorescente daquela que seca rápido - fiz um magnífico sprint hoje: atingi a velocidade de ponta no corredor, fiz curva rasante para a cozinha, derrapei na direcção do caixote do lixo, retirei tampa, enojei-me com o cheiro do lixo como sempre acontece, fechei saco, retornei a correr, desci as escadas duas a duas, tudo para chegar a tempo do camião de recolha a passar.

Há quem corra para exercício; eu só corro para que não cheire mal.

14/08/2012

Da extrema importância de ter um amigo piloto de aviões

Poder desconstruir quase todos os estereótipos sobre pilotos de aviões; e ter alguém que nos explica que o GPS não é nefasto para o cérebro. 

Para além disso, chegar à conclusão de que se pode ter bastante em comum com um piloto de aviões :)

Se eu escrevesse uma história hoje

Dar-lhe-ia o título "O estivador ninja".

13/08/2012

Era doce 1

Todos os anos festejo o aniversário, todos. E como todos gostamos que se lembrem de nós nesse dia, com uma palavrinha que seja. Nos últimos anos, são muitas as palavras no mundo virtual, cada vez menos as reais; reflexo dos tempos, sim. Contentamo-nos com pouco, com atenções mais impessoais, com um "Parabéns, beijinhos" bem intencionado - e não desvalorizo a atenção, pessoas que não nos davam os parabéns há anos passaram agora a fazê-lo outra vez, e se foi bom reencontrá-las, melhor ainda se têm esse cuidado. Outros costumavam ligar-nos ou enviar mensagens e agora confiam ao virtual a tarefa; nada contra, se calhar afastámo-nos, se calhar eles não têm tempo para mais.

Só que há pessoas de quem esperávamos mais. Aquelas que se lembram sempre, que telefonam sempre, aquelas que esperávamos que estivessem sempre lá. De repente, um belo dia, não estão, e nem sequer se lembram que existimos, nem sequer no nosso dia de anos. Ficamos tristes.

Depois, prometemos a nós próprios que vamos tentar não fazer isso às pessoas de quem gostamos. E agradecemos ter havido quem se lembrasse e se desse ao trabalho.

02/03/2012

O mundo é cruel

E o glorioso mundo da panificação não foge à regra. Anda uma pessoa à roda de uma massa durante tempos infinitos, a tratá-la bem, quase a dar-lhe beijinhos e a aguardar pacientemente, apenas para verificar que o que devia acontecer (ela crescer), não acontece. Ser aspirante a padeira é complicado; mas eu tenho um fraquinho por coisas que dão luta. Em compensação, este post é totalmente desinteressante e admiro quem o continuou a ler.

01/03/2012

Sabemos que estamos a ficar velhos

Quando começamos a dizer "estamos em Março, já?!" com ar entre o chocado e de quem acabou de passar os últimos tempos a achar que ainda era lógico considerar-se o ano novo.


É nessas alturas que penso, quero lá saber de estar a ficar velha. Se estar velha significa poder andar com os filhos dos amigos ao colo e brincar com peluches outra vez, fazendo vozes idiotas sem ninguém se ralar, ir comer a restaurantes melhores porque já não preciso de poupar todo o tusto da mesada e passear mais vezes, venham os anos todos.

15/02/2012

Quem diz 3, diz 4

Só para acrescentar que a minha costela panificadora está a dar frutos: ele é pão da avó, ele é pãezinhos de alho, ele é biscoitos salgados, ele é pães aromatizados. Insignificantes para a humanidade em geral, grandes conquistas para uma preguiçosa nata como eu.

E já agora que não há 2 sem 3

Porquê chamar "relva sintética" a algo que não é uma planta, nem sequer é vegetal, não é verde e não é agradável? Não se pode bani-la?

Dos grandes ideais românticos

Acho que perdi os meus algures entre dobrar 53 pares de meias sem êxito de correspondência cromática e dimensional, fazer o almoço para amanhã e varrer a casa pela 657.ª vez esta semana para tentar captar todos os vestígios de relva sintética.

Quando eu for grande

Noutro dia, pensava em quantas das coisas que idealizava para quando fosse grande terei cumprido. Pelas minhas contas, nenhuma. Pior ainda, agora que já sou grande sinto-me relativamente pequena outra vez, à espera de crescer qualquer coisinha um dia destes, mas desta vez a saber que maior, em tamanho, não vou ser (sendo optimista e considerando que não vou engordar muito além do actual). Mas é curioso constatar como mudei e como mudou aquilo que considerava ideal.

Apesar de todo este existencialismo em potencial, há coisas que não mudam; continuo a gostar de: morangos, rolo de cenoura, falar com amigos, gelado quente e frio, passear, malas e carteiras, mar, escrever com lápis, biscoitos. Coisas simples. Acho que não preciso de muito mais quando for crescida.

18/01/2012

Infinitamente pior

Que um blog morto, é um blog alvo de desleixo. Por isso mesmo, uma das minhas resoluções importantíssimas para 2012 é apenas não o matar de vez. Porque a matá-lo, ele precisaria de bastante mais vida do que esta; e no entanto, vai vivendo. Bom 2012!