21/11/2008

Só mais uma, só mais uma!*

Morando eu numa rua que faz parte do roteiro habitual de todas as manifs, começo a conhecer os hábitos das mesmas, porque é sempre a mesma rotina: polícia a chegar e a cortar a rua, as vozes a ouvir-se primeiro ao longe e depois cada vez mais perto, praticamente sempre as mesmas pessoas ao megafone, palavras de ordem muito semelhantes.

Nunca vi tantas manifs em tão pouco tempo, mas nada parece resultar; o descontentamento volta...

Valha-nos o FDS para arejar :)

*Ou de como o descontentamento vem sempre parar à minha rua.

20/11/2008

Oh, Campos Elíseos...

O treino intensivo para o errortographique em solo francês* irá ter início em breve: eu, Izzoldinha, irei colocar baguetes debaixo do braço todos os dias, comer croissants dos folhados e eclaires, carregar insistentemente nos Rs em qualquer conversação. Pondero também comprar uma boina para dar realismo à coisa.

Sim, os estereótipos são giros, pelo menos quando não fazemos parte deles! Agradecem-se sugestões de visita na zona da capital lá para os lados do Sena :)

19/11/2008

Palavras que devíamos poder utilizar mais vezes II

Escorrichar! Uma palavra que me acompanha desde pequena e que ainda hoje provoca olhares de espanto e frases do género "isso existe?!" com ar horrorizado. Pois que existe :)

18/11/2008

Resolução antecipada

Com a novidade do digital, tirava tantas, se calhar demasiadas fotografias. É por isso que tenho imortalizados os momentos mais estranhos, mais inúteis e mais úteis; há eventos entre amigos dos quais só eu tenho fotografias. Tantos instantes de quem já ninguém se lembra muito bem guardados. Sei que as melhores fotografias é a memória que tira, mas sinto falta dos auxiliares. E perguntam vocês, e eu, o que se passou para eu passar a tirar muito menos fotografias? Não sei. Ou então, não se passou nada, e por isso é que não sei o que se passou. Só sei que agora há tantos e tantos momentos por registar em auxiliares cuja memória é infinitamente melhor do que a minha. Lamento as fotografias que não tirei, tenho pena das imagens que posso já ter perdido. Foi por isso que hoje decidi que tenho, decididamente, de tirar mais fotografias.

Para ti :)

Ver aqui.

Porque gosto de ti.

16/11/2008

Be careful what you wish for

Porque se queremos muito, muito comer castanhas, pode ser que de repente haja um magusto na nossa própria casa e não só há imensas castanhas, como toda a gente traz imensas castanhas e sobram imensas castanhas, assadas, cozidas e por cozinhar. E de repente, a gente do magusto vai-se e ficam quilos e quilos de castanhas por todo o lado, a lembrar que muitas, tantas vezes, o que desejamos torna-se tão, mas tão realidade. Portanto se conhecerem alguém que tenha receitas absolutamente imperdíveis que levem muita castanha, já sabem. Conheço alguém que precisa. Cof.

Palavras que devíamos poder utilizar mais vezes I

Turfa. E que desperdício tão grande que eu não possa usar esta palavra sempre que me apetece.

13/11/2008

Claro como água. Ou então nem por isso.

(...) As flores masculinas, sésseis, apresentam perigónio sepalóide constituído por dois verticilos de duas peças e quatro estames.(...)*

17 palavras, 17, e tantas delas a passar-me ao lado. Nesta vida, são muito mais as palavras que desconheço do que as que conheço. Mas quanto mais conheço a área da botânica, mais medo tenho dela.

*
buxo. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2008. [Consult. 2008-11-13].
Disponível aqui.

12/11/2008

É o caos, senhores, é o caos!

Dezenas, dezenas de palavras novas na aula de hoje. E o grande problema das palavras em língua gestual é que...são assim um bocadinho difíceis de anotar. Eu bem que tento fazer uma lista:

tradutor - esticar palma da mão esquerda voltada para cima, bater com indicador e médio da mão direita uma vez, voltar dedos e voltar a bater na mão

E este é um gesto SIMPLES. Agora digam-me, como é que eu consigo acompanhar os gestos, reproduzi-los para os aprender, descrever rapidamente por escrito todo o processo em palavras e recomeçar tudo de novo com a palavra seguinte?! Pior, a pressa é tanta devido ao ritmo bastante acelerado da aula, que se torna bastante difícil compreender a minha própria caligrafia e as minhas abreviaturas algo caóticas. Para ajudar à festa, a minha memória sempre foi má. Portanto como se vê, sou a aluna perfeita.

Bem, caos à parte, uma das colegas de turma perguntou-me o que estudava. O que estudava! Muahahahaha! Depois de conseguir parar de rir, lá lhe expliquei que ainda a bolonhesa estava a ser congeminada, já andava eu por esse mundo das palavras afora. A rapariga pareceu-me genuinamente chocada, portanto decidi que (por enquanto), é a minha colega de turma favorita. Um anjo de moçoila, aquela!

11/11/2008

Ai que não caibo em mim

...de tanta emoção! Também há amola-tesouras e navalhas a passar aqui na rua! Bem que gostava de ter uma tesoura ou uma navalha para amolar só para poder ir a correr atrás dele e ouvir a música mais de perto. Aquele tom sinistro sempre me intrigou.

Dia de castanhas

Tenho saudades de não ter de me preocupar com nada (ou quase nada). É que dantes, as castanhas apareciam, algures no magusto da escola. Agora se as quiser, tenho de ir à procura delas, escolher a proveniência, ter em atenção o preço, golpeá-las e cozinhá-las eu (sim, também há a hipótese de me colar ao magusto público mais próximo). Ser crescido é, oficialmmente, uma seca. No dia de S. Martinho e em tantas outras ocasiões.

07/11/2008

Obras, obras e mais obras

Finalmente, está terminada a obra de que tanto me queixei aqui. Vitória, vitória! Na minha inocência, pensei que agora poderia ter paz, algo que não acontecia desde que me mudei para esta casa. Houve, de facto, alguns dias de acalmia, altura em que pude rejubilar com o som matinal dos passarinhos e restantes bichezas que habitam a área, bem como respirar ar sem pó ou cheiro a qualquer coisa relacionada com verniz ou tinta.

Mas a renovação da cidade não pode parar, nunca! E então, noutro belo dia, quando acordei ao som de obras e constatei que tem agora início, em frente à casa onde vivo e trabalho, uma renovação, que envolve demolição total e posterior construção, senti-me novamente em casa. Sim, voltaram as obras, o pó, o ruído, os cheiros. Com o bónus de que estes senhores começam ainda mais cedo (por volta das 7h30). Estas coisas lembram-me que às vezes a renovação está bem mais literalmente presente nas nossas vidas do que gostaríamos. E posto isto, bom fim-de-semana!

05/11/2008

04/11/2008

Truques na manga

Daqueles que usamos muitas vezes, para abrir aquela porta do armário sem ruído, para fechar a porta sem que ela volte a abrir, para fechar a gaveta do congelador sem encravar a porta. Toda a gente tem os seus. Estava entretida a listar mentalmente os meus, quando me apercebi que são mais que muitos. Numa casa, especialmente numa casa antiga, há que ter truques para contornar as portas empenadas e as janelas que não fecham sem artimanha. Conhecemos uma casa quando podemos andar nela de olhos fechados, ou sem luzes, e quando sabemos exactamente o que fazer para que a persiana fique totalmente fechada; uma casa é realmente nossa pelos hábitos.