17/10/2010

Às 8 da manhã ao domingo

Não há ninguém na rua às 8 horas de um domingo de manhã. Devagar, subo a rua, observo, respiro o ar fresco. 4 pães são as duas primeiras palavras de um dia quase em contínuo desde ontem. Saio da padaria, desço a rua para voltar a casa. Ainda ninguém na rua às 8h03 de domingo de manhã. À esquerda, espreito o topo da 25 de Abril, entre algum nevoeiro. Observo as persianas, ainda todas fechadas, o bairro dorme num silêncio quase total (não fossem os pássaros). Sorrio ao constatar que o céu tem pelo menos cinco tons de cor diferentes, o ar fresco na cara a lembrar que é cedo, embora o sol nasça tarde. São 8h06 e entro em casa. Ninguém na rua, às 8 e picos da manhã, ao domingo.

14/10/2010

Lições úteis para a vida I

Responder a um bom dia é bem-educado e olha, pasme-se, nem custa assim tanto! Ouviram, piquenos mal-educados que trabalham aqui ao lado? Obrigadinha!

09/10/2010

A minha avó Ema

Uma das minhas avós faz hoje noventa anos. Era a ela que eu e o meu primo torrávamos a paciência com a construção de barracas e instalação do caos em geral lá em casa. Era a minha avó que tinha alcatifa azul no quarto onde eu tinha de dormir a sesta; que me levava ao Bolhão e não conseguia sair de lá sem que eu tivesse um pão com morcela na mão (como os tempos mudam!), e que tinha coelhos no quintal, algo que fez com que deixasse de comer coelho para todo o sempre. É a minha avó que mais se queixa, para quem tudo nunca está grande coisa ou sempre mais ou menos. Muito do que sou, devo-o a ela, por ter sido sempre e ser ainda capaz de levar a dela avante.


Contente por ela fazer 90 anos, triste por não estar com ela neste dia. Parabéns, avó :)

04/10/2010

Pessoas que vêm, pessoas que vão

Ultimamente, tenho tido algum azar com as pessoas. Desiludem, desmarcam, dificultam, ignoram, inviabilizam e muitas outras palavras com partículas de cariz negativo que não vou enumerar. Isso incomoda-me e entristece-me, claro. Tanto como me incomoda a areia nos pés quando está dentro de sapatos: aborrece-me, queixo-me dela. Depois sacudo-a e ela desaparece. É o que aprendemos a fazer com as pessoas que a custo, concluímos que não querem, ou não podem, ou não merecem fazer parte da nossa vida, e é a essa conclusão a que chego a cada dia que passa. Quem realmente faz parte da nossa vida nunca é como a areia que incomoda nos pés. É nessas pessoas que me vou concentrar, em vez de perder tempo a sacudir areia.