31/01/2007

Not-that-desperate housewife...yet

Isto de andar na chamada "lida da casa" tem que se lhe diga. As coisas não podem ser feitas só se e quando nos apetece porque...têm de ser feitas na mesma. E quando somos só nós a ter de fazê-las, está bem de se ver para quem é que vai sobrar. Mas essa parte do planeamento e execução de tarefas eu até consigo organizar decentemente.

O que me anda a irritar mais solenemente são as terríveis consequências de ser dona de casa: e já nem falo nas mãos mais secas ou nas unhas sempre a precisar de arranjo urgente. Falo dos cortes, senhores, dos cortes. As facas de cozinha são novinhas em folha, eu sei; mas isto de me cortar inúmeras vezes quando isso até raramente acontecia dantes (e eu já cozinho para mim há anos!) anda-me a dar cabo do juízo. A minha última proeza foi esfacelar a superfície do meu polegar a cortar ingredientes para a sopa. Nem reparei que isso estava a acontecer, porque felizmente os cortes foram superficiais; reparei no final que tinha o dedo num estado lastimável. Como se não bastasse, para além dos cortes, ando com uma estranha tendência para dar com a cabeça nas portas dos armários da cozinha e para me queimar.

Quero de volta a fada do lar praticamente exemplar (e extremamente charmosa, diga-se de passagem) que há em mim, sim? Senão começo a temer seriamente pela vida, dada a escalada de violência que se tem vindo a abater sobre a minha pessoa. Agradecida.

30/01/2007

Das opções erradas

No meu ginásio novo, dei por mim a cometer a insanidade de ir experimentar uma aula com um nome apelativo em estrangeiro. Puro engano, senhores, uma típica opção errada que não voltarei a repetir nos próximos tempos.

A aula até pode ter um nome pomposo, de estalo, daqueles que basta pronunciar para emagrecer; mas a realidade nua e crua é que se podia perfeitamente chamar saltos até mais não. O nome reflectiria, assim, a verdadeira essência da coisa e poupava-me o trabalho de ir experimentar, porque à partida eu saberia que não gostando de andar a saltar coisas, não deveria ir àquela aula - e isso revelar-se-ia uma decisão sábia e acertada, que iria contribuir decisivamente para o meu bem-estar corporal e auditivo (ouvir música aos berros e uma pessoa histérica a berrar em simultâneo também não me agrada particularmente). Bem, aprendi a minha lição: não confiar nunca na senhora da recepção e ir espionar as aulas antes de as experimentar a valer.

28/01/2007

Somos o que comemos, certo?

Então este fim-de-semana já fui uma lasanha vegetariana (feita por mim própria), o melhor bolo de chocolate do mundo (não sou eu que digo, é mesmo o nome do bolo), um buffet inteiro, um brunch delicioso à beira-rio, dois pastéis de Belém e um chocolate preto com recheio de morangos silvestres (entre outras coisas mais). Decididamente, planeamos muito da nossa vida em redor das refeições. E isso sabe ó-tão-bem :)

26/01/2007

Sacrifícios em prol da vitamina C e outras histórias

Odeio descascar citrinos cor-de-laranja em geral. Não pela casca em si, nem pela cor do citrino, mas sim pelo cheiro que fica nas mãos. Não gosto, pronto. O dilema é que eu até gosto bastante desses frutos; ou seja, quando tenho quem cravar, ponho o meu melhor olhar pedinchão e essas frutas aparecem descascadas, plim!, magia, é só comer (e aqui fica o meu agradecimento especial aos meus descascadores de tangerinas e laranjas oficiais). O problema é que agora que moro sozinha, adeus descascadores oficiais. Ainda cheguei a considerar a viabilidade de pedir a um vizinho o grande favor de me descascar uma tangerina; mas tive de encarar a cruel realidade - as únicas mãos aqui são as minhas, e é mesmo com elas que vou ter de descascar as ditas frutinhas.

Portanto cedi. Comprei tangerinas. Descasco-as. Lavo bem as mãos para tentar tirar o cheiro. Não resulta. Mas pelo sabor, vale a pena o esforço.

...

Por acaso alguém sabe como eliminar completamente o cheiro a tangerina das mãos? :)

Bom fim-de-semana!

25/01/2007

Dar-se ares

O meu carro teve de ir fazer uma visitinha à oficina para uma operação de rotina. Ora quando digo “operação de rotina”, é precisamente porque estou farta de ir fazer exactamente o mesmo a outros locais, há anos. Só que agora, como os locais habituais são bastante longe, experimentei ir a uma oficina aqui perto.

O velhinho mecânico que me veio atender tinha ar de avô simpático. E até foi simpático, (pelo menos até certo ponto da visita), apesar de me obrigar a falar a berrar por ser claramente meio surdo. Pois bem, o que se passa é que sendo eu gaja (ou seja, para a maioria dos mecânicos, ser gaja equivale a não perceber népias de automóveis), e neste local onde me encontro, gaja-que-não-tem-pronúncia-daqui, o velhinho achou por bem cobrar-me um real balúrdio pelo serviço. É uma opção, sim, está no direito dele.

[Pois bem, Sr. Velhinho, fique sabendo que para a mesma operação de rotina no futuro, não mais porei os meus delicados e sensuais pezinhos na sua oficina. Posso até ter ar de gaja (que sou), ter ar de quem não é daqui (que não sou) e ter ar de zero à esquerda em mecânica (até certo ponto, sou). Mas de otária, não tenho grande coisa. Passe benzinho, sim?]

23/01/2007

Eu leio rápido...

...mas a ligação à Internet aqui em casa é tãaaaaaaaaaaaao lenta, tantas e tantas vezes (a maior parte delas). Um autêntico exercício de auto-superação e um teste constante aos nervos. Acho que a única solução é tentar ler mais devagar, que largar mais carcanhol por mais velocidade está fora de questão, ó se está; ouviram, senhores da net portátil? Haja paciência.

22/01/2007

Scoop



Sondra: Oh, you always see the glass half empty.
Sid: No, I always see the glass half full. Of poison!

[Fui ver este, e recomendo!]

Pouca terra, pouca terra

Um dos meios de transporte de que mais gosto é o comboio. Desde pequena que gosto do embalar da linha, do ruído, das paisagens. Comecei por fazer algumas viagens com os meus avós e pais; fui fazendo inúmeras sozinha, em trabalho, outras com mais gente e também mais esporádicas, para passear. Agora, o comboio também me leva a casa (sem precisar de bússolas). Pena que ainda tenha algumas desvantagens - muitas delas facilmente minoradas e resolvidas com mais e melhor capacidade de organização; mas isso, já são outros assuntos.

O que me leva a falar dos comboios hoje é o que ele supostamente diz. Pouca terra, pouca terra. É que nenhum outro meio dos transporte nos está sempre a lembrar que nunca estivemos tão perto de chegar.

17/01/2007

Mais a sul, perder o Norte...

Aqui em casa, tenho uma joaninha-bússola que me diz sempre onde está o Norte. Infelizmente, não estava comigo hoje quando vinha para casa - OK, duvido que ajudasse muito, mas podia reconfortar-me :) - depois da primeira ida ao cinema mais a sul. Chegar ao cinema em si, cheguei muito bem, graças às informações-infusões preciosas da Guida; voltar a casa é que foi mais complicado, devido ao elevado número de placas que existe e ao reduzido número de placas com informações claras e realmente úteis. Bom, nada que não se resolvesse andando mais um bocadinho e voltando a encontrar o caminho certo: as boas notícias são que de facto, acabei por o encontrar e já estou em casa; as más notícias são que não fixei o caminho certo por ter dado algumas voltinhas extra. E uma vez que a minha condução na área metropolitana de Lisboa ainda não é nada intuitiva, prevejo futuros problemas; haja gasolina que chegue (e paciência, assim...muita) para procurar as placas certas.

Quanto ao cinema em si, foi um evento histórico, porque pela primeira vez, fui sozinha. Não custou nada. Fui ver este filme. É uma comédia levezinha, tem alguns bons momentos.

E agora se me dão licença, vou ali beber uma infusão marroquina; não é que afinal gosto de alguns chás com toques de menta? É o que dá, conviver diariamente com inúmeras pessoas viciadas em chá. E é o que dá uma delas praticamente me obrigar a provar todos os que existem no escritório.

16/01/2007

Olha o passarinho!

Nunca percebi bem por que motivo utilizavam esta expressão quando iam tirar uma fotografia. Ao olha o passarinho!, seguia-se na maior parte dos casos uma potente e violenta flashada. Mas adiante, que nem sequer é sobre isso que eu vou falar.

A propósito de passarinhos, é normal que se oiçam alguns de vez em quando, no campo - principalmente - e na cidade - mais raramente. O que é muito mais raro é ouvir um passarinho de cidade que canta mesmo bem; não aquele piar irritante, não o chinfrim habitual da passarada, mas sim um trinado elaborado, daqueles esmerados, que parecem exigir horas e horas de treino intensivo e dedicado. Tentei descobrir o passarinho (para que conste, a minha inexistente formação ornitológica não me permite ir além da classificação "passarinho" e termos semelhantes; que me desculpem os entendidos!) por entre a folhagem dos quintais dos vizinhos, mas não há maneira de o encontrar. De qualquer maneira, espero que ele continue a investir nas pequenas cordas vocais dele; acho que há boas possibilidades de virem a descobrir o Pavarotti dos pássaros aqui bem ao lado da minha casa mais a sul.

15/01/2007

Mais a sul III

Isto de acomodar os velhos hábitos e arranjar tempo para os novos dá muito que fazer; quando mudou tanta coisa, temos de nos adaptar aos poucos. Não está a ser demasiado complicado; mas reencontrar o ritmo certo demora bastante. Quando dou por ela, passou mais um dia e não fiz tanto do que queria fazer; não me incomodo demasiado - faz parte.

Boa semana :)

11/01/2007

Até podia escrever

...um post todo janota a dizer que fui comprar muitas coisas para a casa nova aos saldos e não sei quê. Mas de repente, alguém me disse que hoje dava o primeiro episódio da 3ª série do Dr. Casa. E eu não posso perder esse episódio. Portanto as minhas desculpas aos leitores e às minhas células corporais, mas vou escrever menos, passar a minha hora de deitar altamente recomendada, ficar com uma camada de sono brutal amanhã. Mas vou ver o dito episódio. Há opções que uma pessoa tem de fazer.

10/01/2007

Ora era um banhinho de imersão, ó sáxavôri!

Em miúda, tomava banhos de imersão quando ficava na minha avó e ainda cabia deitada no chão da banheira. Poucos, mas demorados, até ficar com a pele tipo ameixa seca e não aguentar mais. Hoje, queria ter tomado um banho de imersão daqueles. Garanto que ficava na água até não poder nem mais um segundinho que fosse*. A culpa desta vontade súbita? É do cansaço e desta dica excelente da mini-saia. Até já me cheira à hortelã do quintal da minha avó, daqui de longe.

*Pena que a minha consciência ecológica fale mais alto tantas vezes.

09/01/2007

A brincar, a brincar...

Uma das formas mais usuais que temos de dizer as verdades é precisamente a brincar. Portanto, quando não estamos mesmo a brincar, estamos muito provavelmente a falar a sério. O problema é quando somos os ouvintes e constatamos - porque frequentemente, há brincadeiras que deixam transparecer verdades - que por detrás da ironia, das piadas e graçolas, está uma verdade que parece magoar e muito; é que nem a maior das brincadeiras esconde uma grande verdade.

08/01/2007

Mais a sul II

Das coisas de morar sozinha. Para variar, sou eu a ter de saber aonde estão as coisas, querendo coisas neste caso dizer tudo. A sensação é boa; só há o pequeno problema de não poder perguntar a ninguém onde está qualquer coisa, de não me poder vingar em alguém por não encontrar algo (é da maneira que perco esse péssimo e antigo hábito).

Lá em cima, cá em baixo. Quanto ao primeiro fim-de-semana passado cá em baixo, foi excelente. Apesar da seca nas filas da Gulbenkian; da valentíssima seca à procura de lugar para estacionar em quase todo o lado; do elevadíssimo nível de picante de certas e determinadas comidas. Felizmente, as secas foram sempre em excelente companhia e o sabor picante, esse desaparece depressa. A lei da compensação ditou que as ditas secas também fossem compensadas pela ida a um dos melhores restaurantes vegetarianos de que tenho memória (Terra). Ah, e já tinha dito que tive a melhor das companhias? :)

Boa semana!

07/01/2007

A propósito dum chá verde

Cada vez mais, acho que não somos só nós que conseguimos fazer as melhores escolhas para nós próprios. Às vezes, não sabemos bem do que gostamos. É por isso que as pessoas de quem gostamos se encarregam de nos mostrar, oferecer, etc. aquilo de que sabem que vamos gostar. E é tão bom que seja assim, que sejam capazes de escolher coisas tão boas para nós. Como se fôssemos nós próprios a escolhê-las.

05/01/2007

Mudam-se os tempos...

Na escola primária, a professora perguntava sempre quem queria leite quente. O "quente" era conseguido pondo os pacotes em cima dum aquecedor.

No escritório, estamos à espera do novo frigorífico. E para manter os iogurtes frescos...as embalagens vão directamente para o parapeito da janela.

Arranja-se sempre maneira de contornar certas coisas, não é? Bom fim-de-semana :)

03/01/2007

Mais a sul I

1. Não é nada que eu já não previsse, mas...casa própria (ou antes, não de família) dá trabalho. Muito. E faz-se pouca coisa em muito tempo; gostava de ser um bocadinho menos perfeccionista (e até não acho que seja muito).

2. Tenho de me habituar a deitar cedo. Tenho mesmo. MES-MO.

3. Novo emprego: em fase de ambientação. Até ver, gosto. Os desafios fazem-nos bem.

4. Já disse que tinha de me habituar a deitar cedo? Pois.

02/01/2007

Primeiro de 2007


2006 acabou muito bem, embora tenha obrigado a algumas despedidas [muito] temporárias mais custosas - facilitadas por todos os mimos (um dos quais este bolinho magnífico!), prendas, mensagens e desejos. Foi um ano que me trouxe várias mudanças boas, algumas novas experiências e um conhecimento renovado de mim própria. Foi também um ano de consolidação de amizades e relações pessoais. Balanço bastante positivo, portanto.

Vamos a 2007, então. Eu começo com uma viagem de mudanças para sul. Até já :)