Ou a aplicação real e obsessiva do mote “não vá, telefone”.
Todos sabemos que praticamente toda a gente em Portugal tem telemóvel. Por isso, andamos sempre todos dependentes do telemóvel para tudo: dou-te um toque quando chegar, manda-me uma mensagem quando saíres, liga-me quando chegares, dá-me um toque se quiseres uma bola de berlim e dois se quiseres um milfolhas, enfim. Acordamos com o despertador do telemóvel, a nossa memória está dependente dos lembretes, da agenda, das notas, da capacidade do cartão de memória...Até spam para telemóvel já há, há mensagens em cadeia com a temível ameaça “envie já a 347 pessoas, senão terá 27 anos de azar no amor”, há vírus transmitidos via Bluetooth, há 1 nov lgg p falar q temux d percebr ...não nos falta nada. Com tudo o que de bom e mau isto tudo acarreta.
De bom, estamos sempre em contacto com toda a gente. De mau, precisamente o mesmo, com a agravante particularmente irritante de perdermos muito tempo a falar ao telemóvel *acerca* do próprio telemóvel:
“Estou? Estás bem? Liguei-te já 7 vezes e não atendeste...que se passa?”
“...”
“Como, não ouviste?! Ah, estava sem som e estavas no banho. Mas liguei-te 7 vezes, parece impossível! Foram mais de três minutos a marcar e remarcar. E já liguei prá tua mãe e prá tua tia a ver se estavas lá e tudo.”
“...”
“Só sei que liguei 7 vezes, tinhas rede e fartou-se de chamar, chamar, eu aqui a ralar-me, ia sempre para a caixa postal...estava a ver que te tinha acontecido alguma coisa ou que te tinham roubado o telemóvel. Pronto, também era só para saber se estava tudo bem, então xau, ligo-te mais logo.”
“...”*
O telemóvel está a tornar-se uma droga dura altamente viciante. Quem é que nunca perdeu as estribeiras por se ter esquecido do telemóvel?
*conversa ouvida por mim, mas simplificada.
1 comentário:
essa conversa simplificada pelos teus belos dizeres passa-se CONTINUAMENTE com esta tua companheira, que tem uma mãe a + de 200km, e que se esquece CONTINUAMENTE do telélé em casa :) é um desespero!!
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