Pois é, chega a altura das festas das cidades, vilas, aldeias e afins deste Portugal. As vendas de material pirotécnico, açúcar, carvão e óleo para fritar atingem o seu pico máximo, graças ao fogo de artifício, à doçaria tradicional das romarias, às sardinhadas, às farturas! As pessoas, essas tiram dos armários as mais vistosas farpelas romeiras e toca a divagar por essas romarias afora, sedentas de fogacho de artifício, doçaria hiper-calórica, sardinhas, febras, pimentos e ansiosíssimos pela bela da fartura! Há também uma febre de rifas que costuma surgir associada a estas romarias tradicionais, bem como uma estranhíssima vontade de arriscar a vida em perigosos carrosséis cujo nível de segurança anda próximo do nulo. Se associarmos a tudo isto o facto de haver um mundial de futebol e uma onda de calor algo generalizada aqui no cantinho à beira mar plantado, começamos a ter uma ténue ideia do coeficiente de loucura colectiva que anda à solta nas ruas portuguesas: o ambiente propício para o desenvolvimento salutar do romeiro estoura-vergas.
O nível de loucura colectiva pode ser espelhado de forma quase perfeita através do fogo de bonecos. Para quem não conhece, o fogo de bonecos é uma tradição que consiste em colocar bonecos feitos em madeira, metal e papel no cimo de estacas de madeira. Geralmente, os bonecos representam personagens-tipo, profissões ou actividades: noivas e noivos, peixeiros, talhantes, polícias e ladrões, etc. Os bonecos estão equipados com vários efeitos pirotécnicos que, quando são activados, fazem com que os bonecos executem uma acção (por exemplo, os noivos dançam, o polícia bate no ladrão, etc.). Depois da tal acção, os bonecos podem a) rodar ou fazer algo vertiginosamente e a cabeça explodir no final ou b) não fazer mais nada, mas a cabeça explode na mesma no final. Um a um, os vários bonecos vão explodindo ruidosamente. Esta tradição ilustra bem o carácter do romeiro estoura-vergas, que explode nas romarias. Ser um romeiro insuportável e estoura-vergas implica:
1. Cheirar tremendamente a sovaco e/ou álcool e/ou fritos e/ou mau perfume e/ou mofo;
2. Comer como se não houvesse amanhã e desafiando todos os valores ideais para as análises sanguíneas e outras que tais; acompanhar toda e qualquer coisa comestível com bebidas alcoólicas, se possível vinhaça de qualidade duvidosa;
3. Andar pela romaria ignorando deliberada e orgulhosamente todas as regras de convivência sadia (ex. distribuindo encontrões gratuitamente, roçando o algodão doce em todos os casacos ou espirrando por cima da travessa das farturas para esbranquiçar as fatiotas mais próximas, falando o mais alto possível, etc.);
4. Rir desalmadamente sempre que a cabeça dos bonecos explode, no caso do fogo de bonecos, e vibrar loucamente com o fogo de artifício; é a nossa costela pirómana no seu melhor!
5. Assistir a todos os espectáculos musicais, entoando energicamente todas as letras e rodopiando sem prestar atenção a transeuntes inocentes e/ou a outros espectadores;
6. Comprar pelo menos um manjerico gigante, uma pistola barulhenta/telemóvel falso para cada elemento da prole e levar 25 farturas para comer mais tarde;
O nível de loucura colectiva pode ser espelhado de forma quase perfeita através do fogo de bonecos. Para quem não conhece, o fogo de bonecos é uma tradição que consiste em colocar bonecos feitos em madeira, metal e papel no cimo de estacas de madeira. Geralmente, os bonecos representam personagens-tipo, profissões ou actividades: noivas e noivos, peixeiros, talhantes, polícias e ladrões, etc. Os bonecos estão equipados com vários efeitos pirotécnicos que, quando são activados, fazem com que os bonecos executem uma acção (por exemplo, os noivos dançam, o polícia bate no ladrão, etc.). Depois da tal acção, os bonecos podem a) rodar ou fazer algo vertiginosamente e a cabeça explodir no final ou b) não fazer mais nada, mas a cabeça explode na mesma no final. Um a um, os vários bonecos vão explodindo ruidosamente. Esta tradição ilustra bem o carácter do romeiro estoura-vergas, que explode nas romarias. Ser um romeiro insuportável e estoura-vergas implica:
1. Cheirar tremendamente a sovaco e/ou álcool e/ou fritos e/ou mau perfume e/ou mofo;
2. Comer como se não houvesse amanhã e desafiando todos os valores ideais para as análises sanguíneas e outras que tais; acompanhar toda e qualquer coisa comestível com bebidas alcoólicas, se possível vinhaça de qualidade duvidosa;
3. Andar pela romaria ignorando deliberada e orgulhosamente todas as regras de convivência sadia (ex. distribuindo encontrões gratuitamente, roçando o algodão doce em todos os casacos ou espirrando por cima da travessa das farturas para esbranquiçar as fatiotas mais próximas, falando o mais alto possível, etc.);
4. Rir desalmadamente sempre que a cabeça dos bonecos explode, no caso do fogo de bonecos, e vibrar loucamente com o fogo de artifício; é a nossa costela pirómana no seu melhor!
5. Assistir a todos os espectáculos musicais, entoando energicamente todas as letras e rodopiando sem prestar atenção a transeuntes inocentes e/ou a outros espectadores;
6. Comprar pelo menos um manjerico gigante, uma pistola barulhenta/telemóvel falso para cada elemento da prole e levar 25 farturas para comer mais tarde;
E aqui está, a lista de requisitos necessários. Se ainda não cumprem todos, tracem o vosso plano de acção para 2006, porque as feiras, festas e romarias andam aí! :)
6 comentários:
Muito engraçada a descrição que fazes da população do nosso Portugal, sim, porque estas características não esão presentes só nas romarias!
Quando vamos à praia, o que é q vemos? uma família inteira a ocupar muitos metros de praia, e em amena cavaqueira, a incomodar os outros banhistas em redor, e quando chega a hora do almoço é uma festa!
E na passagem de ano, a malta vai toda ver o fogo de artifício e apanhar a bebedeira, para esquecer as tristezas do ano que passou e para entrar bem o ano.
P.S. Parece-me que não conheço o fogo dos bonecos! deve ser típico daí!
beijinhos e obrigada pelas gargalhadas:)
Eu peço imensa, imensa, imensa desculpa, mas não tenho tempo de ler isto tudo. Prometo voltar noutra altura, agora fica apenas um "alô"! :)
Fee, as idas à praia davam outro "Liberta..."! Vou anotar a ideia, eheh ;)
Rosa, alô recebido! Desculpas não precisavas de pedir, ninguém tem culpa de eu estar dada a textos extensos ;)
Obrigado por este excelente "Manual de Sobrevivência" para as festas populares que se avizinham e para as quais o Senhor de Matosinhos deu o arranque!;-)
Beijos
Ohh! Esqueci-me de comprar o manjerico!!! Mas comi farturas... muitas!!! E comprei uma assadeira... mas era pequena! Será que estou contemplada? :)))
Fica aqui uma promessa: vou empenhar-me ao máximo para progredir e atingir todos os requisitos para as próximas....vou já tentar no Sr dos Aflitos em Valdares city....lolol
Enviar um comentário