05/06/2005

Os bibelôs nunca nos desiludem

Houve uma época em que toda a gente tinha bibelôs por toda a parte. Hoje isso já não acontece em tão grande escala, mas ainda persistem bibelôs que se tornam uma companhia diária, pois mesmo que não queiramos, eles estão lá para nós – especialmente quando não controlamos totalmente as escolhas decorativas do local onde vivemos. Ele é pessoas, animaizinhos, anjinhos, chaveninhas, caixinhas, dedaizinhos, pratinhos, frutinhas, florinhas, cestinhas, enfim, tudo serve para adornar cada milímetro de espaço livre das casas. Hoje em dia, e apesar de haver mais algum espaço livre – minimalismo oblige – muitos bibelôs povoam ainda a típica casa portuguesa.

Mas o que me leva realmente a falar de bibelôs é o tipo de bibelô que mais me faz espécie: animais vestidos.

Recentemente confrontada com a presença de um novo bibelô-coelho cá em casa, que até tem um ar relativamente amistoso e ostenta um bem-disposto sorriso, reparei que ele enverga uma t-shirt e um macacão very retro (e atenção, toda a vestimenta está cuidadosamente coordenada do ponto de vista cromático, com o cuidado acrescido de este coelho ser fashion q.b., pois os tons do vestuário oscilam entre o caqui e o castanho). Se tudo parasse por aqui, estávamos conversados, mas além da vestimenta cuidada e do ar feliz, este coelho está sentado numa confortável posição de pernas cruzadas, qual yôgi, e agarrado a uma cenoura gigante.

Palavras para quê, amigos, rendo-me a toda a vasta equipa de criativos que produziu este coelho, pois dei comigo a querer que ele falasse. Mal me explicasse o porquê da cenoura gigante, acho que podíamos ser grandes amigos.

Por enquanto, vou-me limitar a retribuir o sorriso quando passar por ele. E cheguei à conclusão que os bibelôs existem para nos ensinar que há sorrisos que estão sempre lá para nós :)

1 comentário:

Ana disse...

Posso dizer que o meu doce lar é mais um tipicamente português! Ou era....Estava povoado de bibelôs, até que depois de uma batalha sangrenta e cerrada, lá conseguimos convencer os pais a despachar uns quantos!! Claro que, há sempre os resistentes...a chavenazinha, o pratinho...mas, devagar se vai ao longe!!!
Agora ando em limpeza ao meu quarto...e descobri muitos bibêlos esquecidos no fundo do armário, entre os quais um coelho!
Um coelho, vestido com umas jardineiras azuis e uma t-shirt branca, chapéu de palha na cabeça e um cesto com flores!
Começo a pensar que os coelhos eram os reis dos bibêlos! E não há lar que se preze no qual não haja ou tenha havido, pelo menos, um exemplar!