16/11/2006

Liberta o revoltado que há em ti!

Todos temos um revoltado dentro de nós, que ataca com maior ou menor frequência. Família, amigos, transeuntes inocentes, funcionários de lojas ou serviços públicos, qualquer pessoa serve quando queremos transmitir a nossa revolta, seja ela mais ou menos justificada e indignada.

Motivação, não falta, e dentro dos revoltados existem várias tipologias:

I) Revoltado in extremis: poucas vezes se revolta, mas quando o faz, pode passar quatro horas e trinta e sete minutos a descrever o motivo a quem o quiser ouvir. Se ninguém o quiser ouvir, discursa para as pedras da calçada até lavar a alma com palavras de indignação.

II) Revoltado de meia-tigelazinha: este tipo de revoltado é de cariz fracote. Não se dedica afincadamente a extravasar a revolta, limitando-se a esporádicos queixumes acerca do tempo, das filas de espera nalgum local, da secura avançada de um determinado bolo, do trânsito algo incomodativo, etc.

III) Revoltado intermédio: dedica-se aos temas mais em voga na actualidade: aquecimento global, extinção de algumas espécies, inflação, entre outros. Revolta-se com algum afinco e demonstra algum cuidado na selecção das temáticas despoletadoras da revolta.

IV) Revoltado-cliché/por-dá-cá-aquela-palha: tudo e todos revoltam este revoltado inato. Os preços das coisas que estão sempre pela hora da morte desde que veio o euro, os salários que são sempre baixos e lá no estrangeiro é que se ganha bem, o trânsito que está sempre mau, o vencedor do festival da canção porque a nossa canção era bem jeitosa, os políticos - esses gatunos! - que só roubam, a gasolina que não pára de aumentar, a comida que dantes é que era boa e agora nada presta e tudo tem doenças e mercúrio, entre outros inúmeros temas. Tudo pode desencadear a língua viperina deste revoltado, que já não sabe fazer outra coisa a não ser revoltar-se; por ele, por todos os que o rodeiam, pela humanidade em geral.

V) Revoltado por contágio: nunca chega a revoltar-se com nada, mas ouve atentamente todos os outros revoltados e concorda, solidário, com quase tudo.

E vocês, já analisaram o vosso potencial revoltoso?

7 comentários:

Mae Frenética disse...

Eu acho q sou um bocadinho de cada e nada de nenhum... dá para entender?? :)

Miguel disse...

Protesto veementemente com este post!
Eu nunca m'arrevolto!

Rosa disse...

Eu devo ser assim uma espécie de revoltado-sai-de-baixo: posso passar dias, semanas, meses sem me revoltar, mas, estando em dia não, qualquer pretexto serve para soltar o mau feitio que há em mim! E o melhor é não estarem por perto... :)

João Filipe Ferreira disse...

Revoltado de meia-tigelazinha !!
eu sou mais assim,acho eu ehhehehe
adorei :)
beijinhooo

Cláudia Rocha Gonçalves disse...

nao sou revoltada... sou rezingona e refilona! é diferente, não é?

Mónica Lice disse...

Depende do objecto que suscita a revolta...;-)

Beijinhos de bom fim-de-semana!;-)

Anónimo disse...

Izzolda, a nossa canção NUNCA é jeitosa! Ou pelo menos há há umas boas décadas...

PS:Já disse que adoro esta série? Já? Já? Ok, já devo ter dito...