08/11/2006

Do amor, de cor e salteado

Há músicas com que implicamos sem saber muito bem porquê. Outras há, com as quais implicamos por algum motivo em particular: ou porque são de uma determinada banda/cantor de que não gostamos, ou porque nos irritam, etc. E há ainda um motivo muito forte pelo qual podemos odiar uma música: a letra.

Vem isto a propósito de uma música que se tem ouvido bastante por cá ultimamente, dum cantor português que tem um segundo nome (artístico) comum a uma personagem dos Marretas. Para quem ainda não conseguiu visualizar:



Não que eu goste especialmente das músicas dele - confesso que não faz muito o meu género; mas nunca tinha odiado vigorosamente nenhum tema do senhor. Bem, talvez o da proibição dos jardins tenha sido um bocadito batido ao ponto de nos provocar instintos homicidas, há tempos atrás; mas dos ódios de temas pelo motivo de terem sido tocados até à exaustão total, posso falar noutro dia.

Mas afinal, porque é que eu odeio a “sei-te de cor”? Como já disse, pela letra (se não conhecerem, uma pesquisa rápida leva-vos rapidamente ao tema em questão). Porque saber de cor alguém não pode ser bom e muito menos pode ser sinónimo de amor. E também não acho que saber de cor alguém seja mau. Acho, sim, que é péssimo. Senão, vejamos: não há surpresas, porque sabemos tudo e mais alguma coisa dessa pessoa. Não há segredos. Não há desconhecido, porque sabemos tudo de cor nessa pessoa. Sabemos tudo tão de cor que já nem sequer precisamos de pensar para a analisar. E isso, senhores, isso é a pior coisa que pode haver. Não quero decorar as pessoas. Quero-as ir conhecendo, por mais que as conheça há anos. Quero que me surpreendam, quero que guardem segredos, quero que sejam elas próprias e que não se deixem conhecer assim tão facilmente. E pronto, era isto que vos queria dizer hoje.

9 comentários:

Mónica Lice disse...

O saber de cor, sem compreender, de nada vale...:)

Beijinhos para ti!;-)

Miguel disse...

Até o próprio, triste, acaba por reconhecê-lo:
"Sei de ti mais do que queria (...)".

Olha, não te agastes, deixa-o lá; devem ter sido as melhores rimas que encontrou.

Cá por mim, deve ser pela idade, cada vez sei menos de cor e mais com o Cor...ação.
Beijo

fernando lucas disse...

conhecer uma pessoa de cor é um erro.
porque o ser humano está em constante mutação, no dia é assim, noutro dia é assado. burro é a pessoa que pensa que a outra não vai mudar... e tenho dito!

racker disse...

O meu problema com essa música é diferente: gosto da letra... não gosto é da voz do senhor nem por nada deste mundo! Nunca gostei! Embirrei com o homem!
Enfim, deixemos o senhor descansar... já tem problemas que cheguem com o alcoól!

ups disse...

Acho piada à forma como fazes sempre uma introdução nos teus posts.

Margarida disse...

é, é isso mesmo. apesar de ter ouvido essa música até à exaustão... cansei-me de a saber de cor! ;)

besos

Ana disse...

Ora nem mais!!!
Saber de cor, por saber, traz inevitavelmente rotina...e há lá coisa pior para o amor?
É como dizes, seja no amor ou na amizade, a magia é ir descobrindo... :)

Anónimo disse...

Olá Izzolda
Estava aqui de visita a alguns blogs,quando encontrei o seu! Achei logo imensa piada, porque eu também tenho um ódio de morte a essa música!
Irrita-me profundamente! E irritam-me as pessoas que a conseguem ouvir e ainda gostam dela!
Também tinha pensado fazer um post sobre ela! :-D
Acho que já não vou fazer, visto que já o fez e muito bem!
Uma beijoca

Folha de Chá disse...

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