04/04/2006

Dos conselhos

Eu gosto de conselhos. Gosto de os ouvir e de confrontar quem os dá, de contra-argumentar e convencer ou de ceder perante os argumentos. Valorizo os conselhos. Principalmente, se vêm de quem nos quer bem, de quem tem mais experiência ou os dá desinteressadamente e com boa vontade; às vezes, o mero senso comum pode ser bom conselheiro.

Posto isto, custa-me ver alguém ignorar - deliberadamente - outros conselhos e outros pontos de vista. Ignorar as chamadas de atenção. Ignorar o senso comum. Ignorar alguma prudência. Ignorar-nos e desvalorizar totalmente aquilo que lhe estamos a querer comunicar. Ignorar os próprios limites - que já se conhecem tão bem, neste caso; porque há limites que por mais que isso nos custe, temos de conhecer e aprender a aceitar. É que entre a persistência e a obstinação, a fronteira é ténue.

Não consegui ajudar. Tentei, persisti, expliquei por outras palavras, com calma, com menos calma, recorrendo a exemplos. Em vão. Foi igual a falar para uma parede. Não gostei, confesso, porque todos gostamos que nos ouçam e nos tenham em conta. Mesmo assim, valeu a pena. Porque há coisas que simplesmente têm de ser ditas, por mais difíceis que sejam de ouvir. E neste caso, espero sinceramente não ter razão.

15 comentários:

Pedro Soares Lourenço disse...

...é uma moda semi-nova não ouvir os outros. Estamos tão embrulhados no nosso umbigo que nem sequer paramos para escutar. É pena!

Folha de Chá disse...

Os conselhos não se dão. Pedem-se. :) Mas deixa estar: se cumpriste a tua parte, se alertaste (quem te avisa, teu amigo...) nada a fazer, a não ser esperar. Quem sabe se essa pessoa não tinha mesmo que passar por determinadas situações para descobrir, por si só, a resposta a essas dúvidas.

izzolda disse...

Pedro, totalmente verdade. Não que a nossa opinião tenha de ter uma grande importância, mas já que a estamos a dar, não devia custar ouvi-la. Era o mínimo :)

Folhinha: hmmm. A maior parte das vezes, eu não peço conselhos e mesmo assim, dão-mos e eu ouço :) Portanto, até agradeço que mos dêem sem os ter de pedir; no fundo, quem nos dá conselhos acha/sente/intui que precisamos deles! Daí que não ache necessário pedi-los. Secalhar a pessoa vai ter mesmo de descobrir por si, tens razão. Só tenho pena que tenha tomado uma decisão que me parece precipitada. É como digo, espero mesmo não ter razão, neste caso.

Mónica Lice disse...

É fundamental ouvir os outros...
E ter em atenção aquilo que pensam!

Beijinhos.

Rita Maria disse...

É sempre assim, não te preocupes...rezemos para que não tenhas realmente razão, e vai pensando que ficasempre por ~lá alguma coisa....

MIN disse...

Bom conselho! Fizeste a tua parte!

Periférico disse...

Pelo menos ficaste de consciência tranquila... fizeste a tua boa acção ;-)!

Beijos

teresa.com disse...

o grande handycap dos conselhos é que só são ouvidos quando sao pedidos... mas realmente às vezes custa ficar calada!

teresa.com disse...

bolas, tenho que comecar a ler os comments dos outros senão pareço meia palerma a repetir o que disseram.. sorry!

Dora Rebelo disse...

São escolhas...a vida é gerida pelos seus donos.

Anónimo disse...

às vezes fica fora das nossas mãos.
mas basta que a estendas. aceitar ou não é sempre opção do outro. :)
não temas tanto pelos erros dos outros. no fim, mesmo que se confirme como erro ou precipitação, não julgues. apoia. todos erramos. mesmo quando nos avisaram antes. porque às vezes é mesmo assim que tem que ser. e acaba por ser um erro que se aprende. talvez não da melhor maneira, mas aprende. e por mais que nos custe, às vezes temos que ver - e deixar - os amigos baterem com a cabeça na parede. e no fim, apenas ficar lá, sem julgar.

claro que o teu empenho, ajuda e preocupação depende do grau de intimidade que tenhas com a tal pessoa.

beijinho, izzolda *

Mae Frenética disse...

:))
"Mais cego é o q não quer ver.."

Rosa disse...

Às vezes deixar andar é tão difícil... Mas não há outra solução.

Wakewinha disse...

Há pessoas que têm uma estranha razão que ninguém compreende, e quando são confrontadas com isso ainda ironizam "estás a dizer-me que eu é que sou anormal?" Apetece responder igualmente irónica... Nããããã, és um parvo / uma parva de primeira categoria, mas tens a razão que a tua cabecinha pequenina quer ter, por isso que fazer? Que nervos... Essas pessoas não vão longe, valha-nos isso!

Beijito*

[Lê e Divulga!]

Anónimo disse...

e com este post aconselhaste...