31/03/2005
O poder do sssssssooooooommmmm
Boing cabum xuac pst? Umpf! Poing...zumba puf tungas pás :)
Tlin tim pim, upa truclas. Vrum vrum tum, népias.
Grunf - é a minha favorita...tunflas! Qual é a vossa?
30/03/2005
A importância crucial da chapadona
Ontem ao ver o telejornal, aprendi o ensinamento precioso de um senhor da terceira idade, com certeza bem mais sábio do que eu: um estaladão na altura certa resolve todos os problemas.
"Todos temos por onde sermos desprezíveis. Cada um de nós traz consigo um crime feito ou o crime que a alma lhe pede para fazer." Fernando Pessoa
29/03/2005
A vida numa ilha II: um metro a sério
The Lure of the Underground, Alfred Leete
Habituados que estamos ao nosso pequenino mini-metro do Porto, andar no metro de Londres é utilizar quase 400 quilómetros de linhas do serviço de metro mais antigo do mundo (desde 1863). Segundo os modestos ingleses, também é o mais organizado.
De facto, existem tantas placas, indicações sonoras e cartazes que um turista é imediatamente reconhecido e olhado de soslaio por não cumprir as regras gerais de etiqueta. Das mais famosas indicações características do metro londrino, destaco o mítico aviso sonoro “Mind the gap”, que soa em várias estações, também numa versão revista e ampliada “Please mind the gap between the train and the platform”. A indicação “Stand on the right”, que aparece em TODAS as escadas e mesmo em corredores, é a que os turistas têm mais tendência a desrespeitar, dado que se amontoam tribalmente nas escadas rolantes/estáticas, provocando a ira dos aceleras das escadas. O desrespeito desta regra aparentemente simples pode fazer com que sejamos brutalmente espancados com um simples olhar – a sensação é indescritível.
Uma das mais recentes obsessões sonoras do tube é avisar a toda a hora que para evitar interrupções do serviço, os passageiros devem sempre conservar os pertences junto a si e notificar as autoridades se virem coisas abandonadas. A potente e desconfiada brigada anti-terrorista britânica deve entrar em acção sempre que uma mochila/saco/etc. estiverem aparentemente sem dono, destruindo-os sem pestanejar e mesmo que o conteúdo seja uma inofensiva frutinha.
E bem, acho que já chega de informações sobre o metro :) Falta dizer que é um meio de transporte bastante caro – no mínimo, desembolsam-se cerca de 2,5 euros... Para saber mais coisas, eis alguns sites óptimos que encontrei (e dos quais saliento o que fala das estações que já não são utilizadas, o segundo):
Tubeguru (excelente mapa interactivo do metro)
Underground History – Disused stations on London’s Underground
BBC - Informações gerais sobre o Metro, o design do logótipo, etc.
50 Things you never knew about the London Undergound
Going Underground (página de navegação difícil, mas com toneladas de informação)
28/03/2005
A vida numa ilha I: English breakfast
Quando a pequena bolha onde vivemos muda de coordenadas geográficas, transforma-se numa pequena ilha que é só nossa, noutro local. Quando o sítio para onde vamos é, em si, uma ilha, o confronto é inevitável, pois a coexistência pacífica de duas ilhas é virtualmente impossível.
A lei geral de sobrevivência dita que a ilha maior se sobrepõe à mais pequena, sendo a nossa totalmente aniquilada. Ora no caso de Inglaterra, ocorre não a aniquilação, mas a absorção cultural, sendo nós instados a adoptar os hábitos locais. Neste primeiro relato da minha viagem a Londres, sou obrigada a falar de uma das piores, mais oleosas e aterrorizantes ideias britânicas e gastronómicas em geral: o English breakfast.
Este pequeno-almoço é nada mais, nada menos do que um dos meus ódios culinários de estimação. Começam por nos tentar impingir o dito nos hotéis (onde fiquei, pela módica quantia de mais 4 libras/6 euros que o Continental breakfast incluído). Também conhecido por “fry-up” por [quase] tudo ser frito, inclui salsichas de porco fritas (e a propósito, se ouvirem falar em black pudding, não pensem que é um complemento docinho do pequeno-almoço - “a kind of thick dark sausage made from animal blood and fat”, Longman Dictionary of Contemporary English – atrever-me-ia a chamar-lhe morcela?), bacon frito, ovos mexidos e/ou ovo cozido, cogumelos, feijão em molho de tomate, tomate frito ou grelhado, tostas fritas, cereais, chá preto próprio para pequeno-almoço ou sumo e deve ser complementado com ketchup e brown sauce.
Todos sabemos que o pequeno-almoço é a refeição mais importante do dia. Mas meus amigos, para mim, esta assembleia gordurosa é um mistério inexplicável, um festim hipercalórico de validade nutricional duvidosa.
Viva a continentalidade do pequeno-almoço! Foi a primeira vitória da minha pequena ilha em terras de sua majestade :)
A lei geral de sobrevivência dita que a ilha maior se sobrepõe à mais pequena, sendo a nossa totalmente aniquilada. Ora no caso de Inglaterra, ocorre não a aniquilação, mas a absorção cultural, sendo nós instados a adoptar os hábitos locais. Neste primeiro relato da minha viagem a Londres, sou obrigada a falar de uma das piores, mais oleosas e aterrorizantes ideias britânicas e gastronómicas em geral: o English breakfast.
Este pequeno-almoço é nada mais, nada menos do que um dos meus ódios culinários de estimação. Começam por nos tentar impingir o dito nos hotéis (onde fiquei, pela módica quantia de mais 4 libras/6 euros que o Continental breakfast incluído). Também conhecido por “fry-up” por [quase] tudo ser frito, inclui salsichas de porco fritas (e a propósito, se ouvirem falar em black pudding, não pensem que é um complemento docinho do pequeno-almoço - “a kind of thick dark sausage made from animal blood and fat”, Longman Dictionary of Contemporary English – atrever-me-ia a chamar-lhe morcela?), bacon frito, ovos mexidos e/ou ovo cozido, cogumelos, feijão em molho de tomate, tomate frito ou grelhado, tostas fritas, cereais, chá preto próprio para pequeno-almoço ou sumo e deve ser complementado com ketchup e brown sauce.
Todos sabemos que o pequeno-almoço é a refeição mais importante do dia. Mas meus amigos, para mim, esta assembleia gordurosa é um mistério inexplicável, um festim hipercalórico de validade nutricional duvidosa.
Viva a continentalidade do pequeno-almoço! Foi a primeira vitória da minha pequena ilha em terras de sua majestade :)
25/03/2005
Cheers from London!
18/03/2005
A estranha magia hipnótica das obras
Na zona onde trabalho, estão finalmente a avançar as obras do metro. Por enquanto, deslocam-se e aplainam-se terras, dezenas de camiões, perfuradoras e retro-escavadoras andam dum lado para o outro, trabalhadores, topógrafos e assistentes não têm mãos a medir...uma azáfama cujos resultados só serão palpáveis/visíveis daqui a meses, mas que “bota fogo de bista”, como já ouvi alguém dizer.
Aqui muito perto, há uma ponte que passa por cima da futura linha do metro. Noutro dia, reparei que ocorreu uma transformação brutal na zona da ponte: uma potentíssima retro-escavadora deslocava quantidades imensas de terra - mas não julguem que era essa a transformação. O que aconteceu de realmente extraordinário foi a concentração/amontoado de dezenas de velhinhos e transeuntes, que se debruçam, acotovelam, inflamam os ânimos para ver, sentir e debater as obras, a técnica, a evolução, o traçado da linha, enfim, tudo o que rodeia as obras é avaliado e dissecado ao pormenor. Alguns, inclusive, tentam ajudar o operador com indicações preciosas – no meio de um ruído infernal, gritam, “mais para a direita/esquerda”, etc, informações sem as quais o operador nunca conseguiria desempenhar o seu trabalho.
Cheguei à conclusão possível de que temos uma costela de engenheiros (especialmente notória na população mais idosa); temos a necessidade imperativa de sentir construir alguma coisa e participar nela de alguma forma – nem que seja com a língua, sentirmo-nos úteis.
Aqui muito perto, há uma ponte que passa por cima da futura linha do metro. Noutro dia, reparei que ocorreu uma transformação brutal na zona da ponte: uma potentíssima retro-escavadora deslocava quantidades imensas de terra - mas não julguem que era essa a transformação. O que aconteceu de realmente extraordinário foi a concentração/amontoado de dezenas de velhinhos e transeuntes, que se debruçam, acotovelam, inflamam os ânimos para ver, sentir e debater as obras, a técnica, a evolução, o traçado da linha, enfim, tudo o que rodeia as obras é avaliado e dissecado ao pormenor. Alguns, inclusive, tentam ajudar o operador com indicações preciosas – no meio de um ruído infernal, gritam, “mais para a direita/esquerda”, etc, informações sem as quais o operador nunca conseguiria desempenhar o seu trabalho.
Cheguei à conclusão possível de que temos uma costela de engenheiros (especialmente notória na população mais idosa); temos a necessidade imperativa de sentir construir alguma coisa e participar nela de alguma forma – nem que seja com a língua, sentirmo-nos úteis.
16/03/2005
Coisas impossíveis de compreender - I
Há atitudes, acções e comportamentos que nos apoquentam, ora porque são descabidos, insólitos, estranhos, ou tão simplesmente idiotas.
Uma das cenas a que assisti hoje mesmo, apesar de simples, foi algo perturbadora. Na minha saída habitual de uma estrada principal (equivalente a uma auto-estrada) para outra secundária, enquanto esperava para virar à direita, há uma senhora respeitável com +/- 60 anos, de vestido impecavelmente vermelho, puxo à antiga, óculos, carteira pendurada no braço, que sai de um carro encostado à berma da estrada principal e se dirige calmamente para trás, caminhando na linha que separa a estrada principal do desvio para a direita onde me encontro. Parece pequenina, no meio de uma grande estrada como aquela. Chegando a um determinado ponto, põe-se a olhar para cima, para a placa que apresenta as direcções para aquela saída onde me encontro – que o carro donde ela saiu já passou, sem ter agora hipóteses de voltar para trás.
Os motivos que levaram esta senhora a arriscar a vida numa estrada de altas velocidades para ver uma placa que já não lhe era útil, não sei. Deve ter a ver com a nossa mania de fazer sempre tudo mais tarde ou tarde demais.
Uma das cenas a que assisti hoje mesmo, apesar de simples, foi algo perturbadora. Na minha saída habitual de uma estrada principal (equivalente a uma auto-estrada) para outra secundária, enquanto esperava para virar à direita, há uma senhora respeitável com +/- 60 anos, de vestido impecavelmente vermelho, puxo à antiga, óculos, carteira pendurada no braço, que sai de um carro encostado à berma da estrada principal e se dirige calmamente para trás, caminhando na linha que separa a estrada principal do desvio para a direita onde me encontro. Parece pequenina, no meio de uma grande estrada como aquela. Chegando a um determinado ponto, põe-se a olhar para cima, para a placa que apresenta as direcções para aquela saída onde me encontro – que o carro donde ela saiu já passou, sem ter agora hipóteses de voltar para trás.
Os motivos que levaram esta senhora a arriscar a vida numa estrada de altas velocidades para ver uma placa que já não lhe era útil, não sei. Deve ter a ver com a nossa mania de fazer sempre tudo mais tarde ou tarde demais.
15/03/2005
Sport Billy - o regresso
Sport Billy
Originally uploaded by izzolda.
Que bom seria se todos tivessemos uma mochila como a do Sport Billy, com tudo e mais alguma coisa! Se bem que certas e determinadas carteiras femininas encerram igualmente todo um mundo de utilidades e inutilidades que podem vir a provar ser de utilidade ;)
14/03/2005
E de repente, fez-se luz!
Lembram-se do meu escritório pouco colorido que descrevi num texto anterior? Consegui injectar alguma vivacidade no aspecto físico da minha secretária cinzenta, não através da OCD*, mas sim dum autocolante em forma de coração vermelho e branco que diz Peace & Love, estrategicamente colado no porta-lápis, e dum colorido copo com bolas bordô, cor-de-rosa e verdes multitonais. A cor está lentamente a invadir este espaço laboral cinzentão. Ninguém conseguirá deter os potentes tentáculos cromáticos que já estão em marcha!
Uma semana colorida para todos, com a ajuda das açucarado-achocolatadas amêndoas da Páscoa que começam a invadir o mundo ;)
*osmose cromatográfica dinâmica
Uma semana colorida para todos, com a ajuda das açucarado-achocolatadas amêndoas da Páscoa que começam a invadir o mundo ;)
*osmose cromatográfica dinâmica
11/03/2005
A pintura - o auge do combate ao stress
Neste caso, refiro-me evidentemente à pintura de habitações e não falo em termos de belas-artes, uma vez que esta última pintura não combate o stress, no meu caso, mas antes o provoca: como a minha vocação artística é altamente questionável e duvidosa (exceptuando talvez uma ligeira tendência para a gastronomia, nem sempre com resultados notáveis), prefiro dedicar-me à pintura de paredes.
Foi uma arte que experimentei recentemente, devido à onda grupal de mudanças que se abateu sobre os meus amigos, e não é que tenha descoberto propriamente uma vocação, mas acho que ou o cheiro da tinta ou o acto de pintar, se não provocarem enjoos, nódoas persistentes ou quedas aparatosas, fazem com que o pintor fique voltado para o interior e, como consequência, é conduzido a um estado quase meditativo e destressante. Por exemplo, é muito natural que o contacto prolongado com o referido cheiro ou com o todo-poderoso diluente cause a tendência para dar enormes voltas ao quarteirão para atingir certos objectivos – como por exemplo, um determinado restaurante (de acordo com uma sondagem recente efectuada na baixa portuense a 3 indivíduos).
A fiabilidade da pintura de habitações no combate ao stress é de tal ordem que supera a das bolas-mundi de borracha palpável e os sacos de boxe (de acordo com uma sondagem efectuada no Castêlo da Maia, 100% da pessoa em questão mencionou a pintura, especialmente com rolo, como um potente e infalível anti-stress*).
Produtos como a tartaruguinha, a tinta-de-água e outros que tais deviam ser proclamados os novos anti-depressivos. Em conjunção com a osmose cromatográfica dinâmica, esta técnica anti-stress pode alterar totalmente a nossa visão do mundo!
*margem de erro de 100%
Foi uma arte que experimentei recentemente, devido à onda grupal de mudanças que se abateu sobre os meus amigos, e não é que tenha descoberto propriamente uma vocação, mas acho que ou o cheiro da tinta ou o acto de pintar, se não provocarem enjoos, nódoas persistentes ou quedas aparatosas, fazem com que o pintor fique voltado para o interior e, como consequência, é conduzido a um estado quase meditativo e destressante. Por exemplo, é muito natural que o contacto prolongado com o referido cheiro ou com o todo-poderoso diluente cause a tendência para dar enormes voltas ao quarteirão para atingir certos objectivos – como por exemplo, um determinado restaurante (de acordo com uma sondagem recente efectuada na baixa portuense a 3 indivíduos).
A fiabilidade da pintura de habitações no combate ao stress é de tal ordem que supera a das bolas-mundi de borracha palpável e os sacos de boxe (de acordo com uma sondagem efectuada no Castêlo da Maia, 100% da pessoa em questão mencionou a pintura, especialmente com rolo, como um potente e infalível anti-stress*).
Produtos como a tartaruguinha, a tinta-de-água e outros que tais deviam ser proclamados os novos anti-depressivos. Em conjunção com a osmose cromatográfica dinâmica, esta técnica anti-stress pode alterar totalmente a nossa visão do mundo!
*margem de erro de 100%
10/03/2005
O motor do mundo
Estou fula...ou podre, ou irada, ou furibunda. Ou tudo ao mesmo tempo. Qual será o máximo de sentimentos que se podem viver em simultâneo? Os 10% de cérebro que utilizamos não devem ter mãos a medir nestes dias de sinapses intensas e carregadas de fúria.
Podia haver uma maneira de transferir a fúria vigorosa para qualquer coisa e transformá-la em energia; assim pelo menos a pessoa estava furiosa, mas sentia-se a contribuir para alguma coisa que não a deterioração vertiginosa da sua própria sanidade mental e psicológica. Qual hidrogénio, quais energias renováveis...a fúria, essa sim, poderia ser o motor do mundo! Aquela destruição criadora de que falam tantas filosofias.
Também é incrível como meia dúzia de palavras nos podem fazer sentir melhor :)
“Escreve com fúria, mas corrige com fleuma” (W. Roscommon)
fleuma
do Lat. phlegma < Gr. phlégma
s. f.,
humor;
frieza de ânimo, serenidade, impassibilidade, paciência;
pachorra;
aguardente não rectificada.
Podia haver uma maneira de transferir a fúria vigorosa para qualquer coisa e transformá-la em energia; assim pelo menos a pessoa estava furiosa, mas sentia-se a contribuir para alguma coisa que não a deterioração vertiginosa da sua própria sanidade mental e psicológica. Qual hidrogénio, quais energias renováveis...a fúria, essa sim, poderia ser o motor do mundo! Aquela destruição criadora de que falam tantas filosofias.
Também é incrível como meia dúzia de palavras nos podem fazer sentir melhor :)
“Escreve com fúria, mas corrige com fleuma” (W. Roscommon)
fleuma
do Lat. phlegma < Gr. phlégma
s. f.,
humor;
frieza de ânimo, serenidade, impassibilidade, paciência;
pachorra;
aguardente não rectificada.
08/03/2005
Ela flutua, ela hesita: em suma, ela é mulher (Racine)
Não sei bem se concordo que a mulher flutua ou hesita mais que o homem, mas de qualquer forma gosto de flutuar e hesitar.
De qualquer forma, não podia deixar passar em branco este grande dia :) Por isso hoje, para todas as minhas amigas que tiveram a paciência de visitar o blog, uma grande beijoca e um dia excepcional! Para os restantes, quando chegar o dia internacional do homem falamos ;)
De qualquer forma, não podia deixar passar em branco este grande dia :) Por isso hoje, para todas as minhas amigas que tiveram a paciência de visitar o blog, uma grande beijoca e um dia excepcional! Para os restantes, quando chegar o dia internacional do homem falamos ;)
07/03/2005
A capacidade de fazer desesperar
Há pessoas que conhecemos ao longo da vida que têm uma capacidade intrínseca de nos levar ao quase-desespero. Há outras que, inevitavelmente, invocam o desespero total. Existem duas que não posso deixar de referir: a minha professora de saúde do 9º ano e o Sr. Mário da aula de italiano. Da professora, digo-vos apenas que um guarda-chuva, uma gabardina (do Cast. gabardina s. f., espécie de sobretudo, de fazenda impermeável; gabinardo; a própria fazenda > gostei da definição, em particular do sinónimo gabinardo, que tenciono passar a utilizar com frequência!), ou mesmo uma tenda fortemente impermeável, não vos salvariam de uma projecção interminável de perdigotos (do Lat. perdicottu, dim. de perdice, perdiz s. m., filho da perdiz; pop., salpico de saliva, ao falar> OK, prometo que não irei inserir mais definições deste utilíssimo Dicionário de Língua Portuguesa online http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx). Inacreditável. A senhora cuspia vigorosamente para cima de toda a turma, e a ordem alfabética que se impunha na disposição da sala fazia com que eu estivesse sempre nos lugares frontais. Não irei debruçar-me muito sobre este facto, pois já imaginam as temíveis consequências. A melhor posição da sala era, claro, junto à parede, do lado oposto às janelas, uma vez que em contraluz, ocorria um espectáculo de luz, som e cor de rara beleza; por vezes, chegava-se a ver o arco-íris. Os lugares junto à parede eram a cobiça de toda a turma.
Quanto ao Sr. Mário, era um reformado que frequentava as minhas aulas de italiano. Tinha o dom de complicar qualquer assunto e fazia perguntas até à exaustão, até que toda a turma tivesse uma extrema vontade de encetar qualquer acto violento contra o aparentemente simpático e bonacheirão reformado. Qualquer pormenor irrelevante era elevado à apoteose da complicadez, qualquer regra óbvia era contrariada e decepada sem dó nem piedade. Sr. Mário, eu sei que não me está a ler, mas gostava de lhe dizer que nunca tive aulas tão insuportáveis, nem mesmo as de algumas línguas que se falam melhor com uma batata quente na boca.
Tenho dito.
Quanto ao Sr. Mário, era um reformado que frequentava as minhas aulas de italiano. Tinha o dom de complicar qualquer assunto e fazia perguntas até à exaustão, até que toda a turma tivesse uma extrema vontade de encetar qualquer acto violento contra o aparentemente simpático e bonacheirão reformado. Qualquer pormenor irrelevante era elevado à apoteose da complicadez, qualquer regra óbvia era contrariada e decepada sem dó nem piedade. Sr. Mário, eu sei que não me está a ler, mas gostava de lhe dizer que nunca tive aulas tão insuportáveis, nem mesmo as de algumas línguas que se falam melhor com uma batata quente na boca.
Tenho dito.
06/03/2005
Do tempo do arroz de quinze!
Hoje ao almoço, a minha avó utilizou a expressão "é do tempo do arroz de quinze", que confesso que não conhecia. Pois é tão simplesmente para indicar que uma determinada coisa é do tempo em que o arroz custava 15 reis... Resolvi que tinha de partilhar este preciosismo convosco :)
05/03/2005
Por fim, um verdadeiro erro ortográfico!
04/03/2005
Ritmo diabólico ou a necessidade de (não) dormir
Disseram-me que tinha um ritmo diabólico por conseguir dormir pouco e sobreviver na perfeição, sem ficar demasiado cansada nem parecer uma morta-viva :)
Se dormirmos as aconselháveis 8 horas por dia em 365 dias e vivermos 70 anos, passamos 204.400 horas/8517 dias/23 anos da nossa vida a dormir.
Será possível que alguém durma pouco por ter um mecanismo de defesa existencial inconsciente que impede a não-vivência dessas horas? E porquê? Ter sono, implica ter necessidade de dormir?
Eu dormia mais se tivesse mais tempo para não dormir. Acho que era justo.
dormir - do Lat. dormire
v. int.,
descansar no sono;
fig.,
estar ou ficar imóvel;
descansar na morte;
ser descuidado;
negligente;
estar latente;
entorpecido;
v. tr.,
dedicar ao sono certo espaço de tempo;
s. m.,
estado de quem dorme;
o sono.
(http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx)
Se dormirmos as aconselháveis 8 horas por dia em 365 dias e vivermos 70 anos, passamos 204.400 horas/8517 dias/23 anos da nossa vida a dormir.
Será possível que alguém durma pouco por ter um mecanismo de defesa existencial inconsciente que impede a não-vivência dessas horas? E porquê? Ter sono, implica ter necessidade de dormir?
Eu dormia mais se tivesse mais tempo para não dormir. Acho que era justo.
dormir - do Lat. dormire
v. int.,
descansar no sono;
fig.,
estar ou ficar imóvel;
descansar na morte;
ser descuidado;
negligente;
estar latente;
entorpecido;
v. tr.,
dedicar ao sono certo espaço de tempo;
s. m.,
estado de quem dorme;
o sono.
(http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx)
03/03/2005
Einstein tem sempre razão
"Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta." (www.citador.pt)
As cores que fazem falta
Este fundo cor-de-rosa situa-se algures entre o inspirador e o pindérico (depende da disposição), mas por enquanto vou escrevê-lo e inscrevê-lo na vasta blogosfera. Aproveito para me dar a mim própria as boas-vindas e a quem ler também :)
Algo que deve contribuir para a necessidade do cor-de-rosa é o cinzento do dia-a-dia: não a disposição pessoal, pelo menos não a minha neste momento, mas as cores que nos rodeiam. No escritório onde trabalho, quase tudo é cinzento: móveis, divisórias, aparelhos electrónicos, caixote do lixo, estores, módulos de móveis...donde estou, só vejo ao longe o colorido dos botões de uma impressora, o meu novo tapete de rato redondo com bolas coloridas (made in taiwan) e um tristonho boneco gigante vermelho de uma reconhecida marca de chocolate que derrete na boca (...) – que está de pé, solitário em cima de um armário; tristonho, porque apesar de acenar e ostentar um leve sorriso, está vazio e não fornece chocolate.
O ideal era que existissem injecções de cor para tudo: mobiliário, objectos e, claro, pessoas, que de vez em quando também precisam! Estas injecções para pessoas eram especiais porque não envolviam agulhas, mas sim um processo de transferência por osmose cromatográfica dinâmica.
Algum interessado?
Algo que deve contribuir para a necessidade do cor-de-rosa é o cinzento do dia-a-dia: não a disposição pessoal, pelo menos não a minha neste momento, mas as cores que nos rodeiam. No escritório onde trabalho, quase tudo é cinzento: móveis, divisórias, aparelhos electrónicos, caixote do lixo, estores, módulos de móveis...donde estou, só vejo ao longe o colorido dos botões de uma impressora, o meu novo tapete de rato redondo com bolas coloridas (made in taiwan) e um tristonho boneco gigante vermelho de uma reconhecida marca de chocolate que derrete na boca (...) – que está de pé, solitário em cima de um armário; tristonho, porque apesar de acenar e ostentar um leve sorriso, está vazio e não fornece chocolate.
O ideal era que existissem injecções de cor para tudo: mobiliário, objectos e, claro, pessoas, que de vez em quando também precisam! Estas injecções para pessoas eram especiais porque não envolviam agulhas, mas sim um processo de transferência por osmose cromatográfica dinâmica.
Algum interessado?
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