Há atitudes, acções e comportamentos que nos apoquentam, ora porque são descabidos, insólitos, estranhos, ou tão simplesmente idiotas.
Uma das cenas a que assisti hoje mesmo, apesar de simples, foi algo perturbadora. Na minha saída habitual de uma estrada principal (equivalente a uma auto-estrada) para outra secundária, enquanto esperava para virar à direita, há uma senhora respeitável com +/- 60 anos, de vestido impecavelmente vermelho, puxo à antiga, óculos, carteira pendurada no braço, que sai de um carro encostado à berma da estrada principal e se dirige calmamente para trás, caminhando na linha que separa a estrada principal do desvio para a direita onde me encontro. Parece pequenina, no meio de uma grande estrada como aquela. Chegando a um determinado ponto, põe-se a olhar para cima, para a placa que apresenta as direcções para aquela saída onde me encontro – que o carro donde ela saiu já passou, sem ter agora hipóteses de voltar para trás.
Os motivos que levaram esta senhora a arriscar a vida numa estrada de altas velocidades para ver uma placa que já não lhe era útil, não sei. Deve ter a ver com a nossa mania de fazer sempre tudo mais tarde ou tarde demais.
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