16/08/2006

A vida num elevador II

Após efectuar uma análise olfactiva recente aos utilizadores dos elevadores do meu local de trabalho, tenho igualmente de referir uma das características que mais se destaca nos seus utilizadores: o cavalheirismo. Mais novos ou mais velhos, quase todos fazem questão de defender essa velha tradição de boa educação.

Vivemos numa época em que a maioria das pessoas já não espera o cavalheirismo e já não o considera indispensável. Até me mudar para um escritório num edifício com muito mais gente, nunca tinha reparado que o cavalheirismo ainda tinha tanta expressão, muito provavelmente porque nos locais cujos frequentadores são da minha idade ou de idades próximas da minha, já é considerado normal não ser cavalheiro, e até se considera obsoleto sê-lo.

Eu mudei ligeiramente o meu ponto de vista: se dantes quase não reparava que existia, agora reparo quando não existe. Bom, isto também pode ser um sinal de que estou a ficar velhinha. Mas um bocadito de cortesia nunca fez mal a ninguém, e porque não mantê-la? O gajedo agradece e até não desgosta!

8 comentários:

Margarida disse...

não ligo nada a essas coisas, mas também reparo quando o cavalheirismo nao existe nos elevadores. assim de repente, julgo que é o único ponto a que ligo :)

um grande beijinho izzolda, e já agora como vão os oitos? ;)

Ana disse...

Eu cá tenho que confessar...gostos desses "pequenos" pormenores! Deixar passar, abrir uma porta...Também já não vou a extremos como abrir a porta dos carros ou puxar a cadeira...lol, mas, que pequenos gestos, muitas vezes fazem toda a diferença, lá isso... :)

. disse...

É engraçado como certas coisas nos deixam com a ideia de que podemos estar a ficar mais "velhinhas", como dizes, no sentido de podermos estar a ficar mais obsoletas, mais caretas, mais conservadoras, mais aquilo que jurámos um dia nunca vir a ser! Mas quanto mais vivo menos me parece que o avançar da idade e as descobertas inerentes a esse crescimento sejam sinónimo desse tão temido envelhecimento no que tem de mais bafiento. Vamos ficando mais definidos como pessoas, conseguimos apreciar mais claramente os pormenores, incorporamos hábitos à nossa rotina que nos constroem... eu pelo menos sinto-me crescer, não envelhecer! E, tal como tu, vou descobrindo esses tais pormenores que me seduzem e dos quais gosto cada vez mais. A conclusão mais fascinante é descobrir que nada disso nos estreita a visão, muito pelo contrário, dependendo de quem somos pode ampliar-nos infinitamente os horizontes, ensinando-nos a viver muito melhor...
Espero q continues a encontrar mt cavalheirismo, nos elevadores e não só ;)

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rosa disse...

...e quanto menor o decote, maior o cavalheirismo....

eu ADORO e valorizo muito pessoas educadas, independentemente do sexo e das acções, e no meu edifício... não são muitas. Tenho pena!

FFreitas disse...

Não acredito no cavalheirismo, mas sim na cortesia! E esta dá para os dois lados!
Há coisas no cavalheirismo que me soam sempre a exagero...
Mas isso sou eu que digo...

racker disse...

Izzolda,
eu ainda sei ser cavalheiro... pergunta à Fee!

Mia disse...

O que eu gosto que sejam cavalheiros comigo!! :)

Rita Maria disse...

Eu também já tive um elevador desses...nos primeiros tempos, ficava sempre espantada quando, depois de ser a primeira a entrar, era também a primeira a sair, mesmo que depois saísse todo um elevador cheio de homens atrás de mim (mim essa que estava lá no fundo, porque tinha sido a primeira a entrar). Passei umas boas duas semanas a pensar que, de repente, depois de me ver sair, se tinham lembrado de que afinal também queriam sair naquele andar...