15/12/2005

Cala-te

Esta palavra é, seguramente, das piores palavras que se podem dizer a alguém. Não me refiro àqueles “cala-te” a brincar; falo dos “cala-te” a sério, ditos com ar de quem não vai suportar nem mais uma palavra – e que significam que a pessoa que fala atingiu o ponto insuportável.

Quase toda a gente odeia que a mandem calar, porque quando se chega a esse ponto, isso é um golpe fatal para o ego: alguém não nos quer ouvir falar. E nós queremos sempre que nos queiram ouvir.

Portanto, o que fazer quando a única palavra que nos apetece dizer a alguém com quem até podemos não ter grandes confianças é um sincero e sonoro “cala-te”?

Calamo-nos nós e esperamos que a conversa se auto-destrua? Explicamos simpaticamente que temos de fazer qualquer coisa que requer concentração ou que simplesmente temos coisas melhores para fazer? Ignoramos a pessoa? Vamos embora? São soluções possíveis, consoante as situações. Mas não resultam sempre, principalmente quando quem fala adora ouvir-se falar e fala, fala, fala, mesmo que seja em monólogo. E existe ainda o risco de magoarmos quem nos ouve.

Termos de dizer cala-te é um ponto de viragem; ainda bem que não acontece muitas vezes.*

*E esta semana, tenho sorte aqui no escritório - só ouço o que quero ;)

10 comentários:

Unknown disse...

confesso que gosto do impacto que causo ao proferir tal coisa!

ehhehehe


sou tão mauzinho...

Miguel disse...

Melhor mesmo, e perdoa-me a franqueza, só "Cala-te, car%&%!, ..dasse!"

fernando lucas disse...

há sempre o "pff. cala-te!" mas só em pensamento e de olhos nos olhos da pessoa, crendo que a pessoa receba impulsos cerebrais que tentamos transmitir.

Sukie disse...

Eu digo montes de "cala-te" mas é na brincadeirinha!

. disse...

Tens razão, há palavras que são um ponto de viragem, depois de as deixarmos sair não há como tudo permanecer igual, e "cala-te" é uma delas. Confesso que sou uma fraca, embora já o tenha desejado nunca tive coragem de a dizer a ninguém. Mas não consigo deixar de me colocar no lugar da outra pessoa e de me retrair ante a possibilidade de a magoar. Por outro lado, com isso criamos uma injustiça para nós mesmos - até que ponto é justo termos de ouvir certas coisas, certas pessoas, qd elas não demonstram ter nem metade dessa consideração por nós?! Olha, é como diz um amigo meu, "aguenta, não chora" lololol
;)

Poor disse...

depois do cala-te está tudo perdido!:)

Margarida disse...

pois, eu sou como a rosebud :) vontades até tenho. essencialmente uma colega que tem uma voz mt fininha e irritante, e fala muito mas muito alto, e está sempre a "gabar-se"... não há paciência.

boa tarde! :)

Periférico disse...

Tmabém há outro tipo de cala-te, o chamado "cala-te boca" antes que se fale demais e se diga algo de que nos vamos arrepender!;-)

Beijos

ups disse...

Parece uma facada no peito ouvir uma coisa dessas. Parece que cai tudo a volta quando se repara que não se estava a fazer as coisas bem.

Felizmente situações dessas são raras, muito raras!

Ana disse...

Hmmm...eu ouvia isso quase em todas as aulas...falo mesmo muito!Tanto que Às vezes até me canso a mim :P, mas, tirando esses "cala-te" nunca ouvi nenhum daqueles poderosos.
Já disse um ou outro...e no trabalho tenho uma vontade quase diária de o dizer à minha vizinha da frente..mas, respiro fundo, mergulho no teclado´, "count to ten and start again"