19/05/2006

Do trabalho

Gosto do que faço e felizmente, tenho um emprego de que gosto. Não é perfeito, às vezes detesto-o, protesto, queria mudar tanta coisa ou tudo e só queria não ter muito menos ou nada para fazer, mas lá no fundo é óbvio que não me agradaria não ter trabalho e tudo o que isso implicaria a muitos níveis.

No entanto, não consigo viver para o trabalho, seja isso um defeito ou simplesmente feitio ou escolha de vida, como acho que é. Podia aceitar mais trabalhos do que os que já faço no escritório, ganhando, como consequência, bastante mais dinheiro. Podia trabalhar mais horas para cair nas boas graças dos empregadores e provavelmente, ganhar igualmente mais dinheiro. Podia, podia, podia.

Podia, claro. Mas onde é que eu ficava no meio disso tudo? Onde é que as outras pessoas de quem gosto ficavam? Onde ficavam as outras actividades de aprendizagem ou lazer, os tempos mortos...aonde iria parar a sanidade, o descanso mental? Não acho que se possam pôr essas coisas em modo de pausa. Ah, invisto muito no trabalho agora e *mais tarde* gozo...sejamos realistas: isso muito provavelmente, não irá acontecer. Porque quando existirem os tais momentos mortos ou de lazer, já não sabemos estar sem ser...a trabalhar. Ou já perdemos o contacto com tantas pessoas com as quais era tão importante ter mantido o contacto. Ou já dá demasiado trabalho...não fazer nada.

Por mais importância que o trabalho e actividades relacionadas tenham na minha vida, espero nunca as deixar ter mais importância do que eu própria e do que as pessoas de quem gosto. Não quero chegar a mais tarde e ver que quase tudo me passou ao lado por minha própria culpa. Porque garantido, só temos o agora. E não é por isto ser um cliché que deixa de ser verdade.

Com mais ou menos trabalho, bom fim-de-semana a todos! :)

10 comentários:

Ana disse...

Então, somos duas!
Não vivo para o trabalho e recuso-me a fazê-lo! Tenho uma vida fora das paredes dos escritório...ok, às vezes pode ser monótono, sem nada de especial, mas, é a minha!
Gosto de trabalhar, acho que não sabia viver eternamente sem o fazer (ainda que diga o contrário), mas, lá está, gosto de o fazer durante uma parte do dia..não o tempo todo!

E por falar nisso...é quase fim de semana :)

Beijocas e até amanhã :)

Mae Frenética disse...

Clap clap clap! Apoiado a 200%!

Syd disse...

Muito bem...!

joaninha disse...

Já trabalho no mesmo sítio há mais de 5 anos e ainda ouço "já vai embora?" quando saio à hora de saída e apesar de sempre ter saído a essa hora!!!!

Periférico disse...

Há que dar valor ao essencial e dispensar o acessório! E carpe diem!;-)

Beijos

Folha de Chá disse...

Que atitude tão inteligente, querida Izzolda. :) :) Bom fim-de-semana.

Helder Ribau disse...

gostei do teu blog... vou voltar... mais vezes... :) Parabens...

Margarida disse...

ora aí estáa, disseste tudo :) sem faltar uma vírgula. acho que vou roubar o teu texto e prespegá-lo no infusões ;) deixas?

bom fds izzoldinha.
beijos muitos

. disse...

Bom fim de semana :)

**

izzolda disse...

Margarida: é uma honra aparecer por lá mais uma vez ;)