13/10/2005

Um jogo tem menos remates num estádio a sério

Fase 1: Viagem
O metro portuense é seguramente o melhor meio para chegar ao Estádio do Dragão. Mas num dia de jogo....há que conseguir apanhá-lo. Primeiro, a fila para carregar os cartões. Depois, a luta pelos lugares sentados ou pelos 10,5 centímetros onde terá de caber o nosso corpo todo (e estou a ser generosa no exemplo). Já no interior, há o clima de predisposição ao soco - qualquer mini-desentendimento pode gerar um caos mais ou menos violento - e em simultâneo, há a amena cavaqueira típica de sardinha em lata: “desculpe lá o cotovelo cravado nos seus rins”, “não tem mal estar a pisar-me, assim até emagreço a barriga dos pés”, “importa-se de inspirar fundo para eu poder assoar-me”, etc. Há o típico indivíduo que conta piadas a torto e a direito, o velhinho que teoriza a solução genial para a falta de espaço, a senhora ruborizada que está sempre no limite da queda aparatosa, o jovem que não pára de mandar mensagens no telemóvel, há de tudo. Impera a lógica “só mais um” em cada paragem até ao limite do desespero e da senilidade. Logicamente, a chegada é um alívio.

Fase 2: Jogo
Ver um jogo num estádio surpreendeu-me pela positiva. Pensei que ia ser demasiado confuso, e não foi. Pensei que ia ver mal, e vê-se bem. Confirmei que cantar o hino é das partes mais emocionantes. Pensei que ia haver demasiado barulho, e não houve (sim, pode existir silêncio num estádio cheio). Achei foi que há tantas coisas para fazer que acabamos por não prestar tanta atenção ao jogo em si como em casa. Há a onda, as bandeiras para agitar, as canções, os protestos, os aplausos e apupos, as conversas cruzadas, os golos para comemorar, o delírio colectivo. Há menos polémicas do que na TV e menos casos que parecem perigosíssimos.

Fase 3: Fim
No fim do jogo, as comemorações pela nossa apuração para o mundial. Ele foi espectáculo de raios laser, a pirotecnia do costume, música. Gostei particularmente da parte dos raios laser, em que projectaram os nomes dos jogadores da selecção no relvado: ficou provado que erros ortográficos não se dão só no papel e em documentos electrónicos, também existem em versão relva.

Fase 4: Regresso e finalmente, a parte da COMIDA

O regresso foi mais calmo em termos de viagens, mas dominava a fome.
A FOME!
Não esquecer: levar farnel da próxima vez.

5 comentários:

Pedro Soares Lourenço disse...

Grande posta!
Para mim é assim (sem a fase 3) pelo menos duas vezes por mês desde o tempo que ainda ia ao colo do pai, aqui mais a Sul, sempre pelo amor ao meu querido Benfica.

O teu post lembrou me também a minha ultima ida ao Porto. Foi em Maio ultimo, para ir ao Bessa, buscar o campeonato que há tanto fugia ao glorioso.

A selecção não me interessa nada!

izzolda disse...

Pois, a mim não me interessa muito o futebol, daí nunca falar sobre ele :) Mas não desgosto da selecção (nem de outros, alguns clubes).

Rita Maria disse...

lololol!
essa descriçao esta brilhante!

Anónimo disse...

Como complemento da fase 1, para a próxima experimenta na fase 4 ir (tentar) jantar ao Dolce Vita!

Ana disse...

Quanto ao farnel...esquece!!! Não te deixam entrar com ele dentro do estádio!!! Ou comes cá fora ou...então tens que engendrar um sítio para o pôr que não seja revistado :P

Quanto ao resto....Gosto, gosto e gosto!!