18/01/2006

Das distâncias

E de como são relativas. Quando estamos mais afastados fisicamente, acabamos por nos interessar mais por quem está longe, temos saudades, telefonamos o maior número de vezes possível, fazemos muitas perguntas e contamos muitas coisas. Até somos mais simpáticos, de vez em quando.

Já quando estamos supostamente perto, esquecemo-nos cada vez mais dos outros. Passam-se semanas, meses sem que falemos a sério ou estejamos com alguém que até nos é próximo. E com tantos meios de comunicação à mão, para além de ser pouca a distância que nos separa, há muito poucas desculpas.

É pena. E a culpa não é sempre dos outros. É da nossa eterna mania de adiar e esperar, esperar, esperar que sejam os outros a dar o primeiro passo. Mas eu gosto pouquíssimo de esperar e não sou sempre das pessoas mais pacientes. Dou alguns passos, que esbarram com a falta de tempo, com o trabalho, com outros compromissos, com adiamentos intermináveis e mudanças de planos; falta de vontade, também. Secalhar devia dar ainda mais passos; mas importa continuar a tentar. Sem medo. E escrevo isto para mim e para me lembrar disto, sempre.

17 comentários:

fernando lucas disse...

acontece uma coisa muito gira ( ou nem por isso ) quando se muda de emprego.
na parte da despedida os colegas falam em combinar uns almoços ou jantares, ou ir para a noite beber uns copos, quando durante todo o tempo que trabalhamos juntos nunca fui convidado para almoçar, muito menos uns copos à noite... Bah!

izzolda disse...

E depois também ninguém se incomoda muito em pôr esses planos em prática...lá está!

Ana disse...

Tu escreves isto para ti e para te lembrares, mas parece-me que devemos todos lembrar como isto é importante!!!
Eu cá sinto o mesmo...sei que muitas vezes "espero" pelo primeiro passo, mas, ando a tentar mudar!!!
E ainda bem que nós agora nos lembramos disto muitas vezes :) e que assim continue sempre :D

Anónimo disse...

A culpa será sempre nossa,
de uma maneira ou doutra.
Agora não tens desculpa de dar o passo para ires ao Plagiadíssimo e ver a imagem que ilustrei o teu texto.

Unknown disse...

eu faço questão de manter os amigos perto. independentemente das distãncias!

Folha de Chá disse...

Se já dás esses passos, é muito bom sinal. :) Aquela máxima de sempre: «não deixes para amanhã...» :)))

Miguel disse...

É sempre bom verbalizar aquilo que sentimos e nos preocupa. Faz-nos, creio, pensar melhor e quem sabe mudar comportamentos. Este post, quem sabe, mudará não só o teu, mas o de quantos o leem.
Bj

Zé Clarmonte disse...

Queria deixar um comentário com qualquer coisa útil, mas hoje não dá... Por isso deixo só um olá (que é o que devemos fazer a essas pessoas próximas de quem tu falas) e aproveito para dizer que aquela sugestão de fundir os pins está em estudo.

Anónimo disse...

entao ve la tu os € que eu nao gastei em telefonemas desde que vim para Bruxelas!!

e as palavras e encontros que nao aconteceram quando fui no NAtal...

é sempre a mesma treta..

rukia disse...

carissíma - nem tenho palavras.

Tenho uma amiga ou duas que costumam dar muitos passos e esbarram na minha condição da eternamente indisponivel - pelo avoamento, distracção, desorganização temporal, preguiçite aguda, chulé nos pés. e realmente, isto de dar dar e não receber é muito ingrato - a balança tem que ter os mesmos pessegos em cada um dos pratos. E nisso, a minha anda sempre muito desequilibrada.

como dizia o grande shake, os bons amigos são a família que nos permitiram escolher. mas os amigos têm um pressuposto ingrato: o de compreender. Os amigos compreendem, mas o que muitas vezes se esqueçe (eu esqueço, pelo menos) é que funciona nos dois sentidos - é preciso lhes dar um xamego, dizer-lhes que gostamos deles, nem que seja, por exemplo, em plena comunidade bloguística. Por isso cá vai:
Gosto muito de ti miga :*

Poor disse...

é sempre bom não esquecer!e sabes, às vezes a distância maior é daqueles que estão mesmo ao nosso lado!eu tenho pessoas que me são muito queridas e estão longe e esforço-me por manter sempre a ligação!

Terry_Henry disse...

Realmente dá que pensar... Temos sempre vontade para fazer muito mas acabamos por ficar por aí...
Por vezes dou-me a correr a lista de contactos no telemovel e dizer:-" Não vale a pena, já n se deve lembrar de mim...".
Será que haverá alguém na minha lista a dizer o mesmo de mim?!... se calhar nunca saberei..

Mia disse...

Obrigada por me lembrares também! :)
BOM DIA!

Anónimo disse...

Ainda bem que há alguém o escreve...
É que eu também preciso de ser lembrada... E muito!

Anónimo disse...

nocas, e não esperamos todos demasiado, de vez em quando? Felizmente, estamos a conseguir (re)encontrar-nos muito mais vezes, algo que me deixa realmente muito contente. Uma beijoca grande, amiga! E já que estamos em maré de declarações, gosto muito de ti! :)

rukiazinha, a.k.a. fofinha ali das Virtudes, eu compreendo! Daí a minha admissão de às vezes, esperar demasiado tempo pelos outros. Algo que já me fez perder potenciais boas amizades que poderia ter mantido com algum esforço! Secalhar não era para ser. Esse não é, nitidamente, o nosso caso. Acho que já ultrapassámos a fase de testes em que qualquer perda de contacto é fatal, minha amiga; trata-se de um sério caso de amor muito possivelmente eterno! E obviamente, gosto muito de ti! As amizades verdadeiras são um caso à parte, mantêm-se, por mais desencontros que se dêem e por mais desequilibrada que a balança às vezes fique ;)

A todos os restantes comentadores, perdoem eu não fazer comentários personalizados; isso não quer dizer que também não goste muito de vocês ;) ****

izzolda disse...

A anonima anterior era aqui a izzoldinha que escolheu a bolinha de selecção errada ;)

Anónimo disse...

um caminho com dois sentidos :)) beijinhos *