Todos temos um mirone em potencial dentro de nós. Sim, podemos negar que somos mirones inveterados, que até não nos interessa grandemente a vida nem as situações alheias...mas quem nunca teve um ataquezinho de curiosidade em relação a algo que não lhe diz directamente respeito? Principalmente se a coisa envolver incidentes, porrada, gritaria ou eventos que chamem a atenção em geral (ou que até não chamam atenção nenhuma, mas que nós queremos ver na mesma, se a coisa se proporcionar).
Existem vários tipos de mirones:
1) mirones acidentais: aqueles que por acaso, e só por acaso, até vão a passar quando ocorre o motivo, e que não resistem a espreitar durante segundos para fazer o ponto da situação; mas que também não alteram a sua vida por causa disso. Ou alteram, mas só um bocadinho.
2) mirones crónicos: aqueles que param para assistir a qualquer coisa, por mais insignificante que seja. Qualquer elevação do tom de voz ou ruído estranho são suficientes para que o mirone crónico estagne, perplexo, ostentando o seu melhor ar mironesco de quem vai ficar ali até ao fim. Os mirones crónicos chegam a tomar partidos e a mandar bocas, caso a situação seja de competição, tornando-se neste caso mirones crónicos interventivos. Nesta categoria, existem ainda os mirones crónicos com costela de realizador, que se dedicam a interpretar os supostos factos e a contar a história a quem estiver por perto, com todos os detalhes vistos e acrescentos mais ou menos picantes que puderem adicionar. Uma vez que esta categoria é bastante abrangente, aqui se incluem ainda os mirones crónicos inveterados: aqueles que nem sequer precisam de motivo plausível; nestes, incluem-se aqueles que gostam de ver obras.
3) mirones de calibre profissional: este tipo de mirone, para além de assistir a tudo o que se proporcione, chega ao ponto de procurar os eventos, percorrendo ruas, autocarros e locais em busca de algo para mirar. Ou simplesmente, permanecendo estático à espera que aconteça alguma coisa. Nesta categoria, incluem-se dois vizinhos meus: um velhinho semi-corcunda de casaco de penas vermelho e t-shirt amarela - todo o ano, todo o santo ano este velhinho anda assim vestido, calcorreando ruas e ruas à procura de casos - e uma velhinha com ar de avózinha sinistra, que se limita a ficar parada à porta do prédio e a olhar para tudo o que mexa, ou para as varandas, ou para a roupa que está a secar, ou para o infinito. Refira-se que estes dois velhinhos são irmãos, pelo que se poderá depreender que a propensão para o mironismo será, possivelmente, genética.
Existem vários tipos de mirones:
1) mirones acidentais: aqueles que por acaso, e só por acaso, até vão a passar quando ocorre o motivo, e que não resistem a espreitar durante segundos para fazer o ponto da situação; mas que também não alteram a sua vida por causa disso. Ou alteram, mas só um bocadinho.
2) mirones crónicos: aqueles que param para assistir a qualquer coisa, por mais insignificante que seja. Qualquer elevação do tom de voz ou ruído estranho são suficientes para que o mirone crónico estagne, perplexo, ostentando o seu melhor ar mironesco de quem vai ficar ali até ao fim. Os mirones crónicos chegam a tomar partidos e a mandar bocas, caso a situação seja de competição, tornando-se neste caso mirones crónicos interventivos. Nesta categoria, existem ainda os mirones crónicos com costela de realizador, que se dedicam a interpretar os supostos factos e a contar a história a quem estiver por perto, com todos os detalhes vistos e acrescentos mais ou menos picantes que puderem adicionar. Uma vez que esta categoria é bastante abrangente, aqui se incluem ainda os mirones crónicos inveterados: aqueles que nem sequer precisam de motivo plausível; nestes, incluem-se aqueles que gostam de ver obras.
3) mirones de calibre profissional: este tipo de mirone, para além de assistir a tudo o que se proporcione, chega ao ponto de procurar os eventos, percorrendo ruas, autocarros e locais em busca de algo para mirar. Ou simplesmente, permanecendo estático à espera que aconteça alguma coisa. Nesta categoria, incluem-se dois vizinhos meus: um velhinho semi-corcunda de casaco de penas vermelho e t-shirt amarela - todo o ano, todo o santo ano este velhinho anda assim vestido, calcorreando ruas e ruas à procura de casos - e uma velhinha com ar de avózinha sinistra, que se limita a ficar parada à porta do prédio e a olhar para tudo o que mexa, ou para as varandas, ou para a roupa que está a secar, ou para o infinito. Refira-se que estes dois velhinhos são irmãos, pelo que se poderá depreender que a propensão para o mironismo será, possivelmente, genética.
No nosso país, ser mirone poderia ser uma profissão a tempo inteiro. Porque há sempre tanta coisa mais ou menos insólita para ver. E tantos, tantos incidentes ridículos que parecem ocorrer só para fomentar a mironice. Bem-hajamos por nos entretermos a nós próprios!
7 comentários:
Sou das mirones ocasionais. :) Curiosidade qb. :)
Eu sou... Português! por isso tenho de ser mirone...mas só um bocadinho! ;-)
Sempre fui defensor de que os mirones profissionais deviam ter CAP e trabalhar para as agências noticiosas(lá estou eu a ser realizador!)
Beijocas
E qdo estão à nossa frente a entupir a auto-estrada só dá vontade é de lhes partir os olhos...
Última Hora: Violentissima operação na blogosfera portuguesa... Zona Franca lança OPA sobre Abrupto
:)
E os mirones interventivos que acumulam com aqueles especialistas da farmaceutica de que falaste há uns tempos?
sua sua...libertina!:)))
beijinhos!
minha cara, bueno, bueno!
eu se pudesse era dos mirones crónicos interventivos mas anexava a propensão para danos físicos sobre o sujeito.
brilhante!
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