31/01/2006

Que te viu e quem têvê


Vejo mesmo pouca televisão. Mas admito: já não concebo a coisa com menos de 50 hipóteses, mesmo que nunca veja todos os canais e que existam alguns cujo interesse seja equivalente ou inferior ao despertado pelo perturbante dilema existencial do salmão azul. E até existem alguns com menos interesse ainda. Ao termos acesso a 50 [ou mais] canais, calamos eternamente o eterno lamento característico do síndroma dos quatro canais: ah, 4 canais, nunca dá nada de jeito, não se aguenta, a televisão portuguesa anda pela hora da morte, blá blá blá.

Apesar disto, admito também: a vida com 50 canais é igualmente difícil e desesperante. Passamos a viver o eterno drama da escolha, versão televisiva 2.0: e agora, vejo este excitante documentário sobre a ameaçadora caravela portuguesa ou um dos raros programas de música que passa neste canal supostamente musical? Para além de que nunca, nunca conseguimos estar a par da programação que nos interessa, sob pena de passarmos horas sem fim a analisar grelhas que não serão cumpridas. E culminamos novamente num lamento: 50 canais e rigorosamente nada para ver?! O meu rico dinheirinho a ir-se e eu a ver passar navios! Ou então: queria tanto *ter visto* aquilo!
Muito provavelmente, nunca vamos estar satisfeitos com a televisão que vemos.
Eu pelo menos, raramente estou. Portanto, rejubilo com as pequenas grandes surpresas que a TV me oferece: por exemplo, a estreia de Calma, Larry! (Curb Your Enthusiasm) na dois! A isto, chama-se estar no sítio certo, à hora certa. Sensação que me agrada particularmente quando finalmente me decido a ver televisão.

30/01/2006

Manias

Sou de ideias fixas em relação ao pequeno-almoço. Em todas as outras refeições, vario, gosto de experimentar coisas novas, canso-me se comer sempre o mesmo ou se repetir refeições muitas vezes. Mas não ao pequeno-almoço. Não me mexam no pequeno-almoço. É que quem me tira o meu pão com pouca manteiga e a meia de leite, destrói todo o meu conceito de início de dia quase perfeito. É mania, eu sei.

Mas a coisa ainda fica pior em termos de manias: é que eu consigo ficar chocada com os pequenos-almoços dos outros. A ponto de me apetecer questioná-los relativamente às opções que fazem. Principalmente se alguém pedir:

- um prego e um sumo gaseificado de ananás;
- uma fatia de bôla e uma cerveja cortada com favaíto;
- duas fatias de pizza e uma cola;
- um pastel de carne aquecido, uma bola de berlim e um fino/imperial;
- aguardente velha.

E todos estes pedidos são reais, para além de feitos antes das 11h da manhã.
Eu sei, não tenho nada a ver com isso. Mas se alguma vez alguém vos perguntar descaradamente "vai mesmo comer isso a estas horas?!" com um ar entre o escandalizado e o aterrorizado, posso muito bem ser eu.

Boa semana ;)

A vista

Aquela, dali de baixo. É de Lisboa :)

27/01/2006

Gong xi fa cai!*

**

Já estão a decorrer as festividades comemorativas do ano novo chinês, com muito vermelho, dourado, fogo de artifício e desejos (correcção: não começa hoje o ano; decorrem, sim, as festividades, já que a chegada do ano em si será a 29 de Janeiro, Domingo).

2006 vai ser o Ano do Cão***.

Para comemorarem em beleza, descubram o vosso nome em Mandarim.

Desejo-vos um bom ano novo chinês e um óptimo fim-de-semana :)

*Saudação em mandarim que deseja saúde e sucesso no novo ano chinês.
**Caligrafia desta frase do título retirada daqui.
***Mais informações sobre os vários anos e características dos nativos de cada ano.

Donde será esta vista?*


Alguém reconhece?

Quanto à máquina de escrever anterior, ninguém adivinhou onde morava...pois, também não era propriamente fácil. É que ela está na Casa Milà/La Pedrera, em Barcelona.

*Uma fotografia minha dedicada à Margarida, do infusões, pela surpresa e pelas palavras :)

26/01/2006

Trftrftrftrftrftrftrf!*

Meninas e meninos, senhoras e senhores, estimado público!
O Errortográfico tem o prazer e o privilégio de apresentar, em rigoroso exclusivo na esfera circense blogosférica:

UMA DAS LETRAS DE CANÇÃO MAIS RIDÍCULAS DE TODOS OS TEMPOS!

Que - pasme-se! - pode tornar-se ainda mais ridícula (sim, é possível!) com uma arrojada proposta de tradução do nosso simpático amigo
peixe de babel. E essa canção é...tcharan:

Que você gon' com toda essa sucata?
Todo esse interior da sucata que tronco?
I'ma começa, começa, começa, começa, você bêbedo,
começa lhe o amor bebido fora de meu hump.
Que gon de u' com todo esse burro?
Todo esse burro dentro deles calças de brim?
Eu sou um make, faço-o, faço-, faço-o grito fazer o grito de u, faço-lhe o grito.
Cos de meu hump, meu hump, meu hump, meu hump.
Meu hump, meu hump, meu hump,
minhas protuberâncias encantadoras da senhora.
(verificação ele para fora).**

Mais palavras para quê? :)

*Tentativa algo frustrada, mas bem-intencionada, de reproduzir o rufo de um tambor.
**What you gon’ do with all that junk?
All that junk inside that trunk?
I’ma get, get, get, get, you drunk,
Get you love drunk off my hump.
What u gon’ do with all that ass?
All that ass inside them jeans?
I’m a make, make, make, make you scream
Make u scream, make you scream.
Cos of my hump, my hump, my hump, my hump.
My hump, my hump, my hump,
my lovely lady lumps.
(Check it out).

25/01/2006

Onde morará...*


...esta máquina de escrever?

*Não, infelizmente não é comigo :)

Não polaroids II

Passei grande parte da minha infância em casa dos meus avós.
E perdi um dos meus avôs muito cedo, com mais ou menos seis anos.

Falava tão pouco, tão pouco. Tinha o cabelo tão branco e a cara tão vermelha.
Vestia-se de preto. Muitas vezes, partia pedras no quintal, acto que eu insistia em imitar com o meu próprio mini-martelo e as minhas próprias pedras escolhidas a dedo; sentava-me perto dele sem que nenhum de nós dissesse nada. E não me lembro de mais nada dele.

No dia do funeral, deram-me um livro para colorir.
Pareceu-me simples, na altura, deixar de o ver.
Hoje em dia, aceito de muito pior maneira a ideia de deixar de ver alguém.

Não polaroids I

24/01/2006

Respirar fundo

E pensar que vai tudo correr pelo melhor.

Sobretudo, quando não podemos fazer muito mais que isso.

23/01/2006

Tanto com tão pouco

Pouco tempo, muita coisa.

Gosto destes fins-de-semana, tão pequenos, mas onde cabe tanto.

Incluindo mudanças de pneus atribuladas, cinemas com muita sorte à mistura (num filme que recomendo vivamente!), novas experiências de jogatina até altas horas, chá e bolachas deliciosas, lutas amigáveis com pauzinhos num restaurante japonês, danças em espaços exíguos, cruzinhas e visitas. Com resultados variáveis, melhores ou piores.

Quanto à semana, vai ser muito mais atarefada que o costume. Vai faltar o tempo para as leituras de que gosto tanto. Mas é só uma questão de tempo. Boa semana para todos :)

20/01/2006

Vamos a votos!

Bom fim-de-semana e...ir fazer uma cruzinha não custa mesmo nada :)

Jogamos?



Facto: não tenho grande paciência para jogos de tabuleiro. O factor essencial, como em muitas outras coisas, é estar para aí virada. Depois de conseguir estar para aí virada, é vital que as regras do jogo não sejam exageradamente complicadas; é que se não perceber rapidamente a mecânica, lá se vai o interesse todo tão depressa como surgiu, se tiver de estar sempre a fazer perguntas intermináveis sobre as regras.

Outro facto: farto-me rapidamente dos jogos. Mesmo que até esteja a gostar, isso não quer dizer que vá gostar sempre. É assim com quase todos os jogos de cartas, por exemplo: gosto da novidade, depois abandono-os: a) porque me farto; ou b) porque não jogo durante algum tempo e esqueço-me rapidamente das regras. Até no decurso de um jogo, sou capaz de me fartar e adoptar inadvertidamente a minha cara de seca número três, aquela que é um misto da sensação de fastio-vou-desmaiar-de-tédio-a-qualquer-momento com aquela sensação “mas isto nunca mais acaba?!”.

Por tudo isto, gosto de pouquíssimos jogos. Aquele das perguntas que dão queijinhos e aquele em que se formam palavras são os meus favoritos. Esporadicamente, aquele em que se compram ruas e hotéis. Mais esporadicamente ainda, aquele em que se fala por gestos para os outros tentarem adivinhar, entre outras actividades. Portanto, foi algo surpreendente constatar que gostava de jogar mais um. Este, o Himalaya*, propriedade do maior entusiasta (e criador!) de jogos que conheço, gerente ali do Serapilheira. O jogo é giro e tem iaques fôfinhos. Para além disso, a companhia era óptima (essencial!).**

Ainda vou virar fã de jogos de tabuleiro :)

*Imagem retirada daqui.
**Ganhar na estreia também não foi mau :)

19/01/2006

Das proximidades



Eu sei que as hierarquias sempre existiram e existem para que haja alguma organização. Neste caso, refiro-me a hierarquias laborais e de empresas em geral - grandes ou pequenas, todas têm uma hierarquia mais ou menos vincada. Nada de demasiado novo até aqui; uns mandam, outros obedecem com maior ou menor autonomia e cumprindo ou não as suas funções, outros andam a enfeitar ou a fingir que estão ocupados, ou ocupam-se a dar graxa aos superiores, etc. - o normal numa empresa com organização do tipo pirâmide.

O que não acho tão normal é a importância que damos à hierarquia nas relações interpessoais e nas formas de tratamento. Senhor doutor para cá, senhor engenheiro para lá, doutora isto, doutora aquilo, senhor professor xis e zê. Educação continua a ser sinónimo de títulos, de termos de utilizar três palavras em vez de uma para falarmos com alguém. É a burocracia aplicada aos relacionamentos. Como se o respeito ou a autoridade que alguém inspira ou possui se medissem pela quantidade de títulos que se utilizam para designar essa pessoa.

Esta situação irrita-me particularmente em empresas pequenas (porque é numa delas que trabalho). Sim, que não há-de ser por ser uma micro-empresa que não há direito a títulos, não senhor! Chefe é chefe e empregado é empregado e há que distinguir a coisa fazendo com que os funcionários tratem os chefes por senhores doutores, mas não vice-versa; isto apesar de as habilitações académicas serem as mesmas e as funções, praticamente as mesmas. E com isto, não quero implicar que queria que me tratassem por senhora isto ou aquilo ou de forma diferente. Só queria que fosse menos complicado lidar com quem trabalho todos os dias. É
que o palavreado todo que implicam os títulos é assim um bocadinho...irritante. É uma perda de tempo materializada em palavras.

Pior ainda, achar que por causa desse mesmo palavreado estamos numa posição menos “importante”, não tendo direito a determinadas coisas. Direito a discordar e ter uma opinião diferente. A chamar a atenção - sempre educadamente, claro. Disso, não há palavreado que me impeça.

18/01/2006

Das distâncias

E de como são relativas. Quando estamos mais afastados fisicamente, acabamos por nos interessar mais por quem está longe, temos saudades, telefonamos o maior número de vezes possível, fazemos muitas perguntas e contamos muitas coisas. Até somos mais simpáticos, de vez em quando.

Já quando estamos supostamente perto, esquecemo-nos cada vez mais dos outros. Passam-se semanas, meses sem que falemos a sério ou estejamos com alguém que até nos é próximo. E com tantos meios de comunicação à mão, para além de ser pouca a distância que nos separa, há muito poucas desculpas.

É pena. E a culpa não é sempre dos outros. É da nossa eterna mania de adiar e esperar, esperar, esperar que sejam os outros a dar o primeiro passo. Mas eu gosto pouquíssimo de esperar e não sou sempre das pessoas mais pacientes. Dou alguns passos, que esbarram com a falta de tempo, com o trabalho, com outros compromissos, com adiamentos intermináveis e mudanças de planos; falta de vontade, também. Secalhar devia dar ainda mais passos; mas importa continuar a tentar. Sem medo. E escrevo isto para mim e para me lembrar disto, sempre.

17/01/2006

Para engripados e saudáveis

Monitorização da gripe em tempo real.

Participem aqui.

Uma por todas



O pressuposto de que todas as mulheres, sem excepção, são azelhas ao volante, já vem de há muito tempo. E raro será o espécime masculino que nunca, jamais, em tempo algum mandou a sua boca foleira ou a sua piadinha fácil. Simplesmente para ofender, ou porque é um preconceito instituído e qualquer machão empedernido tem de o referir, ou com o objectivo de despertar a ira de uma condutora, ou por utilizar a piada mais à mão. E quando digo “piada”, não incluo aqui uma das frases mais batidas deste mundo, a celebérrima rima “mulher ao volante, perigo constante”, à qual se segue, no máximo, um sorriso mais do que amarelo e nunca uma gargalhada sincera ou aquele sorriso solidário de “essa piada até é gira”.
Se ainda por cima, o espécime masculino trabalha numa oficina, é quase indispensável que a questão venha à baila, nem que seja com um simples:

Consegue tirar o carro?

dito com um tom mais ou menos sarcástico e eventualmente acompanhado de um esgar de troça ou mesmo de piedade. Isto quando a porta da oficina está em frente ao carro e tem cerca de 15 metros de largura, sem obstáculos visíveis e com espaço e altura suficientes para passarem três camiões TIR, duas retro-escavadoras e um cão de grande porte. Para acentuar o tom discriminatório, podem ainda explicar o problema do carro recorrendo: a) a termos extremamente técnicos que quase ninguém percebe; ou b) falando muito lentamente e muito alto como se o ouvinte não fosse português.

A conclusão a que pretendo chegar não é nada transcendente nem visionária.
Só que acho que a azelhice toca a todos, mais cedo ou mais tarde. E que acharmo-nos campeões da estrada não faz de nós melhores condutores. E era isso.

16/01/2006

Contactabilidade: essa grande utopia humana*



Com todas as novas tecnologias de comunicação disponíveis, cada vez devíamos estar mais acessíveis e contactáveis. Num mundo com cada vez mais ligações sem fios, seria de esperar que as informações circulassem cada vez mais depressa e que rapidamente pudessem ser partilhadas, sempre que quiséssemos e precisássemos. Via telemóvel, por exemplo (que faz hoje parte do conjunto de dispositivos que desperta maior número de relações de amor/ódio).

Não.

Muitas das pessoas que queremos/precisamos de contactar, geralmente:

- têm o telemóvel (ou vários telemóveis) sem bateria, por motivos que variam entre o esquecimento genuíno e o pensamento “isto ainda aguenta”;
- esqueceram-se de um ou vários telemóveis em casa ou no fundo da piscina ou noutro sítio qualquer;
- não têm rede;
- têm um problema raríssimo na central de mensagens e não recebem nada [a tempo];
- têm todos estes problemas em simultâneo;
- têm qualquer outro motivo [que muitas vezes, soa a estapafúrdio] para não estarem contactáveis.


Sim, eu sei, tudo isto acontece de vez em quando a toda a gente, a tecnologia falha e errar é humano e se as vacas voassem é que tudo seria realmente mau. Mas haja paciência para todos estes problemas se forem crónicos. É que pôr sempre as culpas na tecnologia não resolve tudo. Isto porque muitas das vezes, a tecnologia depende de nós próprios.

*Exemplo que despoletou este post e que se repete muitas vezes:
- Bom dia! Recebeste a minha mensagem há bocado?
- Não, porque [chorrilho de desculpas ridículas].

13/01/2006


Do sítio do costume

Bom fim-de-semana!

Estranhas e inexplicáveis coisas?

A mania de fazer corninhos aos outros ao tirar fotografias. Nunca percebi muito bem o porquê.

É que nas fotografias de turma ou de visitas escolares, não é raro haver sempre uma meia dúzia de miúdos que se divertem a fazer corninhos aos outros - que por sua vez, ficam muito enfunados quando sabem que isso acontece no próprio momento ou quando as vêem depois.

Será que é uma espécie de abordagem infantil empírica à previsão astrológica?
Quem ficou com corninhos nas fotografias veio a tê-los na realidade?

Alguém com uma teoria consistente?
[E será que hoje em dia, o hábito se mantém?]

12/01/2006

Sacos de porrada humanos*

Aqueles que quando menos se espera ou quando já todos esperam, vêm à baila por qualquer motivo. Geralmente, para piadas e gáudio geral ou para lhes atirarmos com a culpa de todos os males do mundo.

É que mesmo que se fale da cultura da batata nos Andes ou da interacção sócio-piscícola da truta, é sempre possível fazer um trocadilho qualquer com um "saco de porrada humano".

Depois, a nossa atitude ambivalente: rimo-nos da piada para depois eventualmente nos culpabilizarmos e chegarmos a ter pena dos visados [ou secalhar...até não, em alguns casos].

*Um exemplo recorrente: a banda do "sou como um rio, que vive só para ti...".

11/01/2006

Mudanças

Pois. A preguiça, a preguiça de pesquisar e experimentar levou a que visse a vida cor-de-rosa durante demasiado tempo.

Portanto estava muito mais do que na hora de mudar.

Esta é a fase de testes número 1 :)

Bravo de Esmolfe*

Seguramente uma das melhores qualidades de maçã do mundo (ver descrição aqui).
Assim estaladiça, saborosa, tão pequenina, fôfinha, queridinha e tãaaao saudável e nutritiva.

Agora imaginem esta maçãzinha assim mergulhada num fondue de chocolate.

É daquelas coisas de cortar a respiração.

*Até o nome é trincável.

10/01/2006

Piiiiiiiiiii...iiiii...iiiiiiii

Som que ouço neste momento pelo meu ouvido da direita, depois de levar com a chiadeira dos travões de um autocarro directamente pelo tímpano adentro, décibeis e décibeis possivelmente ilegais entregues por telefone e sem aviso prévio.

Ou de como o microfone de um telemóvel pode captar todos os sons que nos rodeiam mas não os que realmente interessam: os de quem fala connosco.

Liberta a abécula ambulante que há em ti!

O nosso potencial de abéculas ambulantes é muito variável. Ora vejamos:

1. abécula ambulante letal: aquela que ingénua ou propositadamente encarna o papel sem mácula e de modo crónico. Dedica-se a infernizar a vida dos restantes mortais com afinco, não olhando a meios para atingir o fim (que geralmente, não é nenhum em especial a não ser ser insuportável). A pior: a abécula ambulante inveterada e maléfica, cujo plano de infernização mundial e interplanetária é traçado ao pormenor para estraçalhar qualquer hipótese de resistência paciente. Desenvolve-se particularmente em ambientes de funcionalismo público, em repartições de correios, em locais com filas normalmente extensas e claro, na política (genericamente falando e não desfazendo ninguém em especial, uma vez que todas estas classes e locais possuem louváveis excepções).

2. abécula ambulante moderada: aquela cujos níveis de abeculice vão oscilando dentro do aceitável, embora tenha momentos de apoteose capazes de fazer desesperar o mais tolerante dos mortais. Observada frequentemente em posições de chefia, embora também existam, provavelmente, excepções.

3. abécula ambulante ocasional: a mais comum. Todos encarnamos esta personagem de vez em quando. Todos mergulhamos no abeculismo quando menos esperamos e reconhecê-lo é o primeiro passo para uma eventual cura. Ser abécula ocasional também pode ser obra de engenho e arte (casos raros).

E pior que uma abécula, só várias abéculas juntas - caso observado com frequência em determinados países mais ocidentais da Europa.


Outros títulos da série "Liberta...que há em ti":
Liberta o medieval que há em ti
Liberta o biscateiro que há em ti!
Liberta o sôdoutor que há em ti!

09/01/2006

1.1 - (Re)solução à vista

No seguimento do ódio figadal que possuo relativamente às passas - e constatei que afinal, não sou só eu - a fruta escolhida para acompanhar as doze badaladas foi a nutritiva amora. Sob a forma de goma, evidentemente, que nesta altura as amoras mais saudáveis e menos brutalmente açucaradas não se vêem muito. Portanto passas, nunca mais. Não se pode começar o ano com sacrifícios. Logo, assunto resolvido.

Balanço

Mini-férias: boas, muito boas!
Regresso de férias: já tem sido pior. Finalmente (e foram precisos alguns anos) começo a interiorizar que é inevitável voltar ao trabalho e não adianta ficar deprimida à medida que a contagem decrescente avança. Mais vale aproveitar tudo.

O resto da vida em 2006 segue dentro de momentos!

E agora se me dão licença, tenho de pôr as leituras em dia, que as saudades já apertavam.

Nota: muito obrigada pelos vossos desejos todos do post anterior ;)