30/12/2005

Tempo

Para dormir mais. Para descansar os olhos, as costas, os braços do computador de todos os dias. Para fazer arrumações e ordenar coisas. Para comprar o que tenho de comprar há montes de tempo sem tempo limite para escolher. Para não fazer nada porque posso e quero. Para ver os ritmos da cidade com a calma de não ter horas. Para pôr as leituras em dia. Para estar sem ter de estar. Para estar só com quem quero estar.

Não, não são resoluções de ano novo. São projectos de mini-férias.

O Errortográfico volta na segunda semana de 2006. Não sem antes vos desejar boas entradas. Desejar que o vosso novo ano seja sinónimo de mais tempo para aqueles e aquilo de que gostam :) E que vos traga boas surpresas e algumas mudanças necessárias.

Eu cá já tenho um dos acessórios indispensáveis dos tempos livres: a minha mantinha nova, uma prenda vinda directamente ali da neve do sistema montanhoso Montejunto/Estrela. E digam lá se esta velhinha simpática do embrulho não é a minha cara? Volto já ;)


Já com saudades, a vossa

Izzoldinha

29/12/2005

Das imitações

Retomando o tema cinzento que despoleta o dizer coisas de que não gosto: não gosto de imitações. Algo que inclui desde o suposto supra-sumo português da imitação (sim, aquele homem que está cada vez mais horroroso e que se nunca imitou propriamente bem, agora está pior do que nunca e com aquele ar ‘porque eu até sou jovem’; desculpem-me os eventuais fãs do senhor e desculpe-me o senhor também), até às pessoas que passam a vida ou grande parte dela a imitar (sem saber muito bem porquê, só pelo acto em si).

Imitar é inevitável, sim; aprendemos muita coisa por imitação, pelo modelo/exemplo. Mas neste caso, refiro-me àquelas pessoas que imitam outras por sistema; se a pessoa A diz que gosta disto ou daquilo, a pessoa B irá começar a gostar rapidamente disso. Se A diz que fez isto ou aquilo, B irá fazê-lo, mesmo que não seja nada o seu género. E assim sucessivamente, muitas e muitas vezes. É irritante. Pronto, já disse.

Do cinzento*

Acho que os dias cinzentos nos fazem querer falar de coisas que não gostamos.
Por isso: odeio passas, sultanas e afins. Uvas ressequidas em geral. Pronto, já está.

*Gosto do cinzento desde que não seja nos dias e nas pessoas.

28/12/2005

#4

Dias para:

idealizar
v. tr.,
dar carácter ideal a;
imaginar;
criar na mente;
fantasiar;
planear.

Sem idealizar demasiado.
Porque desde que a companhia seja boa, os momentos são ideais por definição :)

Flores partidas


Broken Flowers, de Jim Jarmusch

Um filme de silêncios, de viagens interiores e físicas; melancólico, algo escuro, de solidão, de procura e de encontros ou desencontros. De pormenores subtis. De surpresas estranhas. Que recomendo.

27/12/2005

#5

Dias para:

recomeçar
v. tr.,
começar de novo.*


Sem medos. Porque o mais importante, fica sempre guardado.

*Daqui.

Natal? Já era :)

Pois. Demoramos muito mais tempo a prepará-lo do que a vivê-lo.
Portanto, já passou.

O meu foi bom. Familiar. Calmo, aconchegante.
E com as palavras que são precisas ;)

23/12/2005

E agora, para algo completamente diferente...*


Entre sorrisos, doses massivas de açúcar, quantidades industriais de canela e azeite, prendas que agradam ou desagradam, confortos e desconfortos, agradecimentos, enfartamentos, exageros, luzes e fitas e árvores e presépios, dietas, neve ou ausência dela, (im)perfeições e (re)nascimentos, tenham um bom Natal!

*O primeiro Natal aqui do errortográfico ;)

Eu e o Agente Pingú ali da Zona Franca, algures num café do Porto com vista para o rio.
Porquê? Está aqui :)

De manhã cedo isto dá que pensar

Algures num poster de circo deste país, lê-se:

"CIRCO [XPTO]
Junto ao Elefante Azul"

22/12/2005

Natal da minha vida IV

*
Há momentos assim, de espera. E a espera é boa quando é por um bom motivo, por uma coisa boa. Ou por muitas coisas boas. Está quase! :)

*www.muttscomics.com

21/12/2005

Natal da minha vida III

Ou de como o drama de não se receber a prenda que se quer pode traumatizar irreversivelmente uma pessoa.

Raramente fiz listas de prendas por escrito. Aliás, acho que me lembro de escrever uma carta ao Pai Natal, mas como a correspondência desejos/prendas foi nula, devo ter decidido que não era uma tarefa frutífera. O que fiz algumas vezes foi mostrar que gostava de alguma coisa. Pronto, mostrar muito e muitas vezes que gostava mesmo de alguma coisa! Os resultados foram variáveis.

Para me expurgar dos meus males e pesadelos de infância, decidi fazer aqui uma mini-lista de prendas que queria muito e nunca tive...snif, snif! [Bem, na realidade, neste momento só me lembro de duas prendas que queria mesmo muito.] É um momento de grande solenidade, este.


1) O Tragabolas! Não me lembro de querer tanto um jogo como este. Não sei porquê que o achava tão fascinante, mas o certo é que suspirei pelo jogo. Desejei-o. Nunca o recebi. E lembro-me de insistir vários anos sem sucesso.


2) A cozinha da Barbie. Só tive uma boneca Barbie em toda a minha vida. A minha mãe odiava a boneca, portanto não tive grande sorte para fazer a grande colecção de Barbies com que toda a moça sonhava. Mas o que eu queria mesmo era a cozinha da senhora, totalmente equipada com tudo e mais alguma coisa. Insisti bastante, sem resultados.

E é isto, que me lembre. Secalhar foi por estas coisas traumáticas e desejos não correspondidos que fiquei a gostar mais de prendas-surpresa.

É Natal, é Natal...


Até estas verificações andam natalícias!
"Qouvies" é nada mais, nada menos do que "couves" em português do Brasil.
Estes gajos do Blogger pensam em tudo!

Foi a Guida pá, foi a Guida!

Vocês não imaginam. É que vocês não imaginam a quantidade de gente que veio aqui parar ao erro à espera de uma revelação bombástica. Tudo por causa do senhor que não vou voltar a referir e que "morreu" numa novela, que eu calhei de mencionar num post*. Aqui o errortográfico ultrapassou limites que eu não quero que sejam ultrapassados. Portanto, advirto-vos desde já que qualquer semelhança deste blog com a vida real, é pura coincidência ;)

*Atente-se especialmente ao último comentário de um anónimo, escrito numa língua vagamente semelhante ao português. Memorável. Ah! E o meu pai adivinhou há muito tempo quem era o assassino!

20/12/2005

Natal da minha vida II

Ou de como a pergunta "o que é que comes" pode ser mais ouvida do que os votos festivos.
Todo o ano, muitas vezes; e muito, muito, muito mais vezes no Natal.

A uma pessoa vegetariana - o meu caso, para quem ainda não tinha percebido e/ou não me conhece de lado nenhum - esta pergunta é colocada até ao expoente da loucura. E não me refiro às vezes em que é colocada por genuíno interesse ou curiosidade, pois dessas vezes, tenho todo o prazer e gosto em responder [ :) ], mas sim àquelas vezes em que é colocada com outros fins. Para a seguir eu ter de ouvir enaltecer a boa carninha, o bom peixinho, a excelente tradição culinária portuguesa e tudo o mais. Argumentos estafados [e inválidos, acrescente-se] sobre proteínas ou ferro ou falta de coisas essenciais à saúde. Bocas do género "ah e tal, mas as coisas vegetarianas não sabem todas a relva", ou "ah, mas um bom chouricinho, não comias", "mas comes fiambre? Presunto? Delícias do mar? Atum? E marisco?", "mas comes só arroz e batata?!", "não tens saudades de um bom bife", "isso sabe a alguma coisa", "isso não sabe tudo ao mesmo". Podia estar aqui o dia todo.

E ai de mim que responda a provocações - às vezes, muito mal-educadas/intencionadas - com má cara, sem esgrimir toda uma série de justificações coesas e convincentes ou mostrar um vasto leque de receitas interessantes. Ai de mim que não esteja para aí virada e não me apeteça explicar nada. Ai de mim que não me ria das piaditas (que por acaso, só por acaso, são basicamente sempre as mesmas). Além de ser a "esquisita", até tenho humor e vontade própria, imagine-se! Que mal-dispostinhos e chatos são estes vegetarianos. Já não bastava terem a mania que são diferentes!

Já ouvi de tudo, mas até hoje, pouca gente pensou logo no facto de eu ser vegetariana por gosto. E gostos, meus amigos, não se questionam nem discutem. Aceitam-se. Por mais que custe a muita gente (grande parte da minha família incluída, onde há alguns dos maiores anti-vegetarianos que já vi), eu quero, prefiro e vou continuar a comer o que bem me apetece. E se o que me apetece não inclui o dito 'normal' - que já comi durante duas décadas, duas, e que posso voltar a comer quando quiser - e eu não tento convencer ninguém, já estava na altura de aceitarem a coisa com normalidade. Ou de simplesmente, aceitarem a coisa. Tal como eu aceito que muita gente não goste do que eu gosto.

E eu, eu até sou mais bolos. Doces! Que felizmente, não faltam no Natal. Quando até os sonhos são comestíveis ;)

19/12/2005

Erros não necessariamente errados

Miúda de 6 anos - muitíssimo desdentada - corre pelo escritório, enquanto canta muito alto:

We wish you a merry Christmas
We wish you a merry Christmas
We wish you a merry Christmas
And a happy new YOU!

Há mesmo erros que vêm por bem.
E que não vale a pena corrigir :)

Secalhar está tudo na capacidade de nos sabermos corrigir a nós próprios.
De nos sabermos renovar. Sem medo dos erros.

Natal da minha vida

Ou de como cedo descobri que a história do Pai Natal vir pela chaminé não poderia concretizar-se na primeira casa em que me lembro de viver o Natal: tínhamos exaustor.

Lembro-me de querer à viva força acreditar que ele passava pela frincha entre o exaustor e a parede. Mas quanto mais pensava no mito, mais me convencia da realidade nua e crua: ele era gordo. Logo, teria de entrar por outro lado.

Não sei em que momento o mito terá caído por terra, mas lembro-me vivamente de até querer acreditar nele. A tecnologia não deixou.

A história do Menino Jesus já me parecia mais plausível. A pessoa portava-se bem e as prendas apareciam. Simples. Mas achava estranho as prendas só aparecerem depois de os meus pais acordarem no dia 25.

Lembro-me de uma altura semi-obscura na minha mente em que tentei coordenar ambas as versões Pai Natal/Menino Jesus. Daí até me convencer decisivamente de que eram os meus pais a comprar as prendas, foi um ápice.

O que é que comes

no Natal?*

*Como é uma pergunta que me fazem muitas vezes, aqui no erro vou ser eu a primeirinha a perguntar ;)

16/12/2005

Primeiros dias do resto da nossa vida

O dia em que passamos a ser irmãos.
Porque passamos a viver os nossos primeiros dias e os primeiros dias de quem nasce.
Hoje é um desses primeiros dias da minha irmã. Que ainda há tão pouco tempo andava a dar cabo da sintonia da televisão. A gostar de areia nas mãos. A cruzar os braços como quem não sabe, mas quer mostar amuo.

O primeiro dia de trabalho. Primeiros dias que não se esquecem.

Scoperte III

Nova descoberta, desta vez relacionada com gastronomia. Jantar de Natal da turma de italiano num....restaurante italiano :) Quase literalmente debaixo da ponte da Arrábida - no Porto, pois. Disse-me a recepcionista que existia também em Lisboa. Chama-se Casa d'Oro* e é uma pizzaria no andar de cima e um restaurante italiano no andar de baixo. Com uma vista de cortar a respiração e comida daquelas de comer bastante e chorar por ainda mais.

Mas a melhor parte foi mesmo o início. Aperitivo da casa: martini com manjericão. Ora para quem já é grande apreciador das duas coisas (o meu caso), esta combinação só podia ser um sucesso :) Recomendo!

*Rua do Ouro, 797 - Porto. Telefone: 226 106 012

15/12/2005

Descobrimentos II



Ou de como as prendas de Natal antecipadas são do melhor que há :)
Só têm a desvantagem de não ter a mística da surpresa.
Ou de ter só um bocadinho. É que este relógio foi adquirido aqui neste site, que descobri recentemente. Para além de descontos em relógios, também tem perfumes, artigos para criança, artigos de colecção (embora todos estes sejam em menor quantidade que os relógios). E um serviço irrepreensível (para além de rápido...encomendei anteontem e hoje tinha o relógio a bater à porta). Passe a boa publicidade.

Dica: se fizerem encomendas até ao dia 19, recebem-nas antes do Natal!
Se ainda têm compras a fazer, é aproveitar ;)

Descobrimentos I

"Governo quer substituir o galo de Barcelos por Jorge Gabriel
Segundo o executivo, o apresentador de televisão é uma representação mais fiel da tradição cultural portuguesa."

Mais aqui, no Imprensa Falsa. Uma boa descoberta de hoje :)

Cala-te

Esta palavra é, seguramente, das piores palavras que se podem dizer a alguém. Não me refiro àqueles “cala-te” a brincar; falo dos “cala-te” a sério, ditos com ar de quem não vai suportar nem mais uma palavra – e que significam que a pessoa que fala atingiu o ponto insuportável.

Quase toda a gente odeia que a mandem calar, porque quando se chega a esse ponto, isso é um golpe fatal para o ego: alguém não nos quer ouvir falar. E nós queremos sempre que nos queiram ouvir.

Portanto, o que fazer quando a única palavra que nos apetece dizer a alguém com quem até podemos não ter grandes confianças é um sincero e sonoro “cala-te”?

Calamo-nos nós e esperamos que a conversa se auto-destrua? Explicamos simpaticamente que temos de fazer qualquer coisa que requer concentração ou que simplesmente temos coisas melhores para fazer? Ignoramos a pessoa? Vamos embora? São soluções possíveis, consoante as situações. Mas não resultam sempre, principalmente quando quem fala adora ouvir-se falar e fala, fala, fala, mesmo que seja em monólogo. E existe ainda o risco de magoarmos quem nos ouve.

Termos de dizer cala-te é um ponto de viragem; ainda bem que não acontece muitas vezes.*

*E esta semana, tenho sorte aqui no escritório - só ouço o que quero ;)

14/12/2005

Vem gi-nas-ti-car!*

Ginasticar?!
É bom ginasticar,
Vamos lá praticar!
Dá mais força ao coração.
Pois então, tens razão!

Para quem não está a ver donde vêm estas rimas: deviam ter visto [mais vezes] a Rua Sésamo.

Uma das casas da minha infância tinha por vizinhança um ginásio. E como a minha mãe decidiu frequentá-lo, lá fui eu de requitó, equipada com um belíssimo fato coleante azul-bebé e collants a condizer. A turma era constituída por muuuuuuitas senhoras da idade da minha mãe e por duas miúdas de mais ou menos seis anos: eu e a minha melhor amiga dos tempos da primária (que felizmente, também costumava usar o seu próprio fato coleante azul às riscas, ficando assim impedida de me gozar até às lágrimas; se bem que nos oitentas, tudo era extremamente relativo em termos de pinderiquice). Das aulas em si, lembro-me de pouco.

Mas desde essa altura que frequento ginásios ou semelhantes, com maior ou menor assiduidade, empenho e resultados.
Conclusão: eles lá na Rua Sésamo sabiam mesmo como fazer passar as mensagens!

*Esta semana está a ter o seu quê de nostalgia!

Previsões de meia tigela

Hoje na rádio, ouvi que muitos sítios que até agora não tinham de ter livro de reclamações, vão passar a tê-lo obrigatoriamente. Entre esses sítios, estão os ginásios.

...

Quer-me parecer que o número de reclamações vai subir em flecha.

13/12/2005

Raispartam o António!

Não sou espectadora assídua de telenovelas há já alguns anos. Desde os tempos em que havia só dois canais portugueses, quando ainda não se falava em televisão por cabo; desde aqueles tempos de infância em que as saídas à noite eram só com autorização. Nessa altura, toda a gente, ou quase toda, devorava “a” novela. Sim, porque só havia uma.

Em casa de uma das minhas avós e da minha tia-avó, corria para o meu lugar favorito da sala por volta da hora de início - geralmente, ao colo de alguém - e só descansava quando ouvia a música da novela. E então cantava muito alto para quem quisesse ouvir: "ai quem me dera meu chorinho, há tanto tempo abandonado..."

Hoje em dia, desabituei-me de seguir telenovelas e vejo muito raramente, quando alguém lá de casa está a ver e eu não me importo de estar a vegetar. Fico insuportável, dizem-me, porque como não vejo, faço imensas perguntas sobre o enredo. Comento muito. Critico os penteados (e aqui, lembro-me da telenovela com nome de sobremesa, vá-se lá saber porquê) e as maquilhagens, sempre semelhantes, sempre impecáveis e algo exageradas, as roupas, a acção. E aqui é que entra....o António.

É que eu realmente já não consigo ouvir falar do António. Mais de metade da novela em questão foi passada a avançar teorias sobre quem terá morto o António. Capas e capas de revistas a anunciar vários assassinos, todas as semanas. Ainda por cima, o desfecho está a ser bem à portuguesa: arrasta-se, arrasta-se, arrasta-se e imaginem que nem sequer se sabe ainda quando vai ser transmitido o episódio final, tal é a guerra de audiências do horário entre os vários canais (já era para ser a semana passada). Isto já não é suspense, senhores, isto é a lama, o lodo. Haja misericórdia! É que paciência, já não há.

Depois não digam... III


...que não sabiam. “Os Encantos de Medeia”, uma co-produção do Teatro de Marionetas do Porto e do Teatro Nacional de S. João, baseada na obra homónima de António José da Silva/“O Judeu”. No Porto, de 3 a 23 de Dezembro. Eu vou hoje :)

Mais informações:
Teatro de Marionetas do Porto

Teatro Nacional de S. João

12/12/2005

Da importância do cabeleireiro II*

E lá fui eu outra vez, decididíssima. Ia cortar pouco e aplicar uns produtos maravilhosamente caros e luxuosos que fazem o cabelo falar de tão viçoso que fica. Empanturrar-me de revistas cor-de-rosa choque. Tentar escapar às conversas sobre novelas e actualidade política. Tentar esquecer o impacto da visita no orçamento mensal.

Objectivos conseguidos com bónus: consegui que me cortassem a quantidade de cabelo ideal. Consegui sobreviver às leituras arroseadas. Escapei às conversas de ocasião devido ao movimento intenso que não deixava parar as mãos e as tesouras e as escovas e o ar a soprar. E o impacto no orçamento, senhores, o impacto. Foi o tal bónus: impacto zero. Paguei nada mais, nada menos do que nicles batatóides. É o que dá, ter uma madrinha que frequenta o mesmo cabeleireiro. Até me esqueci de que não tinha ganho o tal do jogo que cria excêntricos todas as semanas. E lembrei-me de como gosto de prendas de Natal surpresa!

*A parte I esteve
aqui :)

Mais

Queria mais, pode ser?

Não?...

Não faz mal então, que hoje estou bem-disposta :)
Boa semana!

07/12/2005

Bridge

Extra, extra, Errortográfico initiate promising career in civil engineering.
The errors come back before in the monday... or, if to give me for such ;) *
Ali, só podia

*Extra, extra, Errortográfico inicia promissora carreira em engenharia civil.
Os erros voltam na segunda-feira...ou antes, se me der para tal ;)

A curiosidade...

...matou o gato?!

Estes provérbios conseguem ser violentos, de vez em quando. Pobres gatos! Já não lhes bastava levarem com paus por dá cá aquela palha, ainda batem a bota pelo simples facto de serem curiosos. Bem, pelo menos são-no, mas com a classe que caracteriza os felinos :)

[Faça-se aqui a devida homenagem aos meus gatos favoritos, Sêdona Casca, Sr. Guna e Sêdona Pucca, gatos fôfinhos de amigos; sim, porque eu não estou autorizada a ter animais próprios, com grande pena minha :(]

Nas pessoas, se a curiosidade pode ser uma boa característica - por nos fazer querer saber mais, por nos despertar perguntas que não faríamos caso não fôssemos confrontados com determinada coisa, por nos fazer experimentar - também se pode transformar num dos piores vícios/defeitos, e até descambar para a cusquice (entenda-se: a cusquice, que aquela saudável nunca matou ninguém, que se saiba). As fronteiras são ténues.

Mas o nosso humano 'morrer de curiosidade' é mais suave que o dos gatos.
Nós morremos por não saber; eles morrem por tentar.

Aqui há gato...

Depois não digam... II

...que eu não avisei - a sequela.

Depois da Artesanatus 2005 - a feira a que todos vocês da região já foram ou vão com toda a certeza, pois não iam/vão querer perder a oportunidade (têm até dia 11!), e que vale bem a pena a visita porque há lá um pouco de tudo, desde doçaria, passando pelas carteiras giras de que já vos tinha falado (à venda no stand 7 ideias, juntamente com outras coisas giras), muitas cerâmicas e artigos em vidro, artigos de bijuteria e ourivesaria, artesanato regional, etc. - chega agora a Festa da Poesia.


(clicar para ampliar)

É uma boa oportunidade para ver exposições, ouvir poesia ou tão simplesmente ouvir "cuidado Casimiro, cuidado Casimiro, cuidado co'as imitações!" ao vivo e a cores (não reconheceram? Eu canto outra: "hoje soube-me a tanto, hoje soube-me a tanto, hoje soube-me a tanto, hoje soube-me a tanto!" Portanto?).

Fica mais esta sugestão :)

06/12/2005

O ar engana

Eu sei, ou pelo menos acho, que as relações humanas se devem basear em pressupostos de sinceridade e honestidade. Mas antes de dizerem a alguém (especialmente de manhã, mas não ) que está com um ar cansado, esgotado, com olheiras até ao Brasil ou com ar de quem dormiu pouco, pensem em que medida é que isso vai contribuir para alguma coisa.

É que até pode ser sincero, pode ser dito de forma corriqueira ou com a melhor das intenções. Mas na maior parte dos casos, ou vão acertar num dia em que a pessoa até está óptima, mas vai ficar a matutar no motivo do comentário (e eventualmente, piorar); ou vão acertar precisamente num dia que já estava a ser mau ou começou mal. E que não vai melhorar com o comentário.

Existirão mesmo sinceridades dispensáveis? E até que ponto é que a sinceridade é sempre o ideal? Quem nunca disse uma mentirinha piedosa que atire a primeira pedra ;)

05/12/2005

Não polaroids*

Corrida de brincadeira que termina em queda com testa de encontro a esquina afiada de mesa de vidro. Chinelos vermelhos no carro a caminho do hospital em pés que não chegam ao chão e baloiçam no ar. Calma. Só dois pontinhos. Não doeu nada. Mas marcou, até hoje.

Foi a grande queda da minha infância.

*Porque de muitas coisas, não há registo fotográfico físico :)

E quando...

...não se consegue parar de falar, pela noite adentro?

O resultado é, normalmente, uma dose descomunal de soneira.

Ou olheiras. Ou ambos.

Mas há coisas para que nunca, nunca estamos cansados.
Ou de como as palavras também descansam :)

02/12/2005

Porque é que... II

...é tão difícil para algumas pessoas acertar na quantidade certa de perfumes e produtos desodorizantes em geral?

Não usar nada poderá gerar odores cavalares bastante incomodativos.
Usar demasiado poderá provocar graves crises de tosse em quem se cruzar connosco.
Usar ultra-super-mega-hiper-maxi golfadas poderá ter efeitos paralisantes e altamente tóxicos.

E todos estes efeitos adquirem dimensões catastróficas num elevador.

Porque é que... I

...há coadores (vulgo: porteiros) à porta dos sítios supostamente mais selectos?

Assim a nata da sociedade não entra.

30/11/2005

Boa restauração

...que é como quem diz, bom feriado!

E depois já é sexta-feira outra vez.
Ah, como gosto de feriados a meio da semana!

Mesmo que isso implique fazer o trabalho de 5 dias em 4.

Depois não digam...

...que vos passou ao lado. Isto claro, se estiverem no Grande Porto ou vierem cá nos próximos tempos. Se não estiverem nem vierem, irá com certeza passar-vos ao lado. Mas cada um puxa a brasinha... para os seus lados ;)

Artesanatus 2005 - Feira de Artes e Ofícios do Porto

No Mercado Ferreira Borges. Ali muito pertinho da zona ribeirinha. Sim, aquela que aparece nos postais quase todos. De 30 de Novembro a 11 de Dezembro, ‘o melhor do artesanato tradicional e contemporâneo português’. Incluindo carteiras e poufs daqui (site da amiga Ana, também cheiiiinhoo de prendas para o Natal totalmente personalizáveis!).

Abertura: Segunda a Sexta-feira - 16h30; Fins-de-Semana - 15h30.
Encerramento: Sextas e Sábados - 00h30; restantes dias - 23h30.
Bilhete: 1 Euro (dá direito a outra visita).

Ver o programa da feira

29/11/2005

Momentos 'mastiga-me os flocos' da vida

[Hora da sobremesa]
- Queres uma tangerina?
- Não...
- Olha que são doces.
- Não, não, deixa estar...
- Eu descasco.
- Ah, quero.

Poder de argumentação. Nem todos o têm.
Ou de como eu não gosto do cheiro das tangerinas nas mãos.

28/11/2005

Eu e o meu auto-rádio II: a saga continua

O meu potente bólide branco nunca esteve tão azul-turquesa, graças à luminosidade-quase-tuning do auto-rádio novinho em folha. Até o trânsito e as esperas têm outro sabor. Azulado.

Mas para agoirar a perfeição, o auto-rádio tem-se reiniciado misteriosamente quando lhe dá na veneta, depois de estar desligado algum tempo. Nada que não seja ultrapassável com alguma paciência. Mas ele que não pense que leva a melhor. É que a única temperamentalidade autorizada no interior do bólide é a minha.

Bom, bom, bom

Foi assim o meu fim-de-semana. Entre jantares quase perfeitos acompanhados de Lambrusco rosé (e em óptima companhia! A soma Porquinho Azul + Errortográfico só podia dar bom resultado :), chás reconfortantes, Glühwein e Lebkuchen algures num bazar de Natal alemão, filmes de ver por casa, mantas, primeiras compras de Natal e combinações natalícias.

Coisas simples. Gosto :)

25/11/2005

Fim-de-semana à vista!


www.muttscomics.com

Tão bom, não precisarmos de dizer uma única palavra para que nos compreendam :)

Bom fim-de-semana!

Eu e o meu auto-rádio

Desde esta altura - imagine-se, já passou tanto tempo, e sim, foi sempre um suplício! - que estou sem rádio no carro. Ou melhor, tenho o rádio, mas não tenho o que o fazia funcionar: um miraculoso código de 4 dígitos que desapareceu misteriosamente não deixando rasto (e tendo a minha viatura e respectivo rádio já uma idade algo avançada, não foi mesmo possível recuperar o código. Eu tentei!). Resumindo, mais de 5 meses sem que nada a roçar o musical - a não ser eu a tentar cantar, ó horror dos horrores - se fizesse ouvir naquele espaço automóvel.

Portanto este é um grande, grande dia. O dia em que será restabelecida a ordem no [meu] mundo: algures num esvoaçante bólide branco deste Portugal, voltarão a ecoar notas e notas de todas as músicas e todas as palavras que eu conseguir ouvir. Não graças ao auto-rádio chocolateirazinha que lá existia, mas sim com o auxílio de um funcional auto-rádio novinho em folha, com leitor de CDs e MP3s, bem como quilos de funções de nome sonante e utilidade questionável (a chocolateirazinha anterior só tinha leitor de cassetes...e estava avariado! Mas como eu adoro ouvir rádio, a questão não era grave... podia ouvir rádio.).

Vou voltar a estar em sintonia com o mundo. E já não era sem tempo.

24/11/2005

Momento BLEARGH! do dia



Ao ler este post da Rita no Boas Intenções (e dando assim o meu contributo para criar um grande labirinto infindável de ligações entre blogs e sites) - e sim, estou convencida, e nem nem como consegui viver sem conhecer os benefícios imensos do própolis, que vou adquirir logo que possível e consumir em doses industriais - lembrei-me de um dos piores sabores do mundo, que tive oportunidade de provar uma vez, e que é infinitamente, total, inegavelmente mau - quanto a mim, é claro.

E este sabor é... o sabor do Marmite (e que site fa-bu-lo-so!). Para quem não conhece, o Marmite (link para a história centenária do mesmo) é uma pasta para barrar no pão à base de levedura de cerveja, riquíssima em nutrientes e coisas ultra-boas para a saúde. Que ou se ama, ou se odeia - e existem inclusive clubes de "fãs" para as duas vertentes de amor e ódio. Eu, decididamente, odeio a dita pasta. No entanto, a vossa vida não será a mesma se não a provarem. Garanto-vos que vai ser uma experiência inesquecível. E no final, ficam sempre com um giríssimo frasco (desse sim, gosto!).

Se nunca provaram o Marmite ou se não o odiaram quando provaram...qual foi a pior coisa que já provaram na vida?

23/11/2005

Liberta o sôdoutor que há em ti!

Sim, tal como existe um potencial biscateiro em cada um de nós, também todos temos uma costelazinha de médico e/ou farmacêutico.

O processo tem início quando alguém se queixa de uma dor, de uma maleita, de um problema ligeiro ou grave - um familiar, um amigo ou um mero desconhecido num local público (sim, porque já o provérbio diz ‘faz o bem sem olhares a quem’, e não é lá por a pessoa ser um total desconhecido que nos vamos inibir).

Após breve análise intuitiva à nossa vasta enciclopédia ambulante mental de sôdoutores (um saber de experiência feito - crises e crises de gripe, dores de cabeça, ansiedade, alergias, outros problemas variados), obtemos a solução ideal para os sintomas descritos. Ou então, a solução à portuguesa: aquela que é mais ou menos idealmente adequada. Adiante.

Exemplo:
Num parque do centro da cidade.
A - Ora bem, deixa-me cá ver, tu devias era tomar um Xolpitrax, que eu já tomei esse e fez-me maravilhas. Por outro lado o Zigovlin dava-me cá uma daquelas azias! Não arrisques esse...
B - Ah, mas eu sou alérgico à xolitina e à zigovlina e tal...
A - Sim? Ah, mas então resolves com o Sitoflinas.
C (transeunte que só por acaso ouviu a conversa) – Eh pá, o SITOFLINAS?! Não faça isso, pá, eu quase morria, pá! O Sogalven, essa é que é essa...funciona que nem ginjas.*
(...)

A coisa prolonga-se indefinidamente. Entretanto, já se aglomerou um maralhal de gente com sugestões, todos gritam mais alto que os outros, confrontos físicos algo violentos ocorrem, zangas vitalícias nascem, o caos instala-se. Pois vale quase tudo para esgrimirmos os nossos argumentos e demonstrarmos que o nosso remédio é mesmo o melhor.

É que não defendemos nada com tanta convicção, como os medicamentos que tomámos.

*Conversa totalmente fictícia. Nomes de medicamentos incluídos. E como pode ser interessante inventar nomes de medicamentos. Não imaginava.

22/11/2005

Palavras soltas II

Por outro lado, há coisas que nem sequer é preciso dizer.
A lógica tem destas coisas. Aconchega-nos, de vez em quando.

Palavras soltas

Porque é que às vezes as palavras que não são ditas nos fazem pior do que as que nos dizem?
A lógica não seria essa, mas é.

21/11/2005

Não há fome...

...que não dê em fartura.

Ou de como a sabedoria popular teima em tornar-se realidade.
E isso, neste caso em particular, traduz-se em trabalho, muito trabalho.
Fico à espera da bonança pós-tempestade :)

Era uma vez

...no Porto*.

Foi uma boa descoberta deste fim-de-semana. Porque é sempre bom encontrar sítios com histórias. E com uma vista linda de morrer!

*Casa de chá/bar, parte de um edifício renovado ali junto ao Passeio Alegre (agora com [nova] iluminação), pertinho do 31. Se não perceberam nada...é no Porto.

18/11/2005

Nada se cria, nada se perde...

...tudo se transforma?!
Esse senhor nunca perdeu um meio de transporte público na vida.

Seca II

No entanto, nem tudo é mau. Podia estar nos correios com um tiquê número 478 e o marcador a indicar o número 221. Podia estar a apanhar uma seca num médico. Podia estar à espera de alguém que até podia nem aparecer.
Salva pela relatividade.

Seca I

...se existisse uma hipotética escala de nível de ‘seca’ em termos humanos, ou seja, uma quantificação, possivelmente numérica, da ‘seca’ que estamos a apanhar, eu estaria neste momento a ultrapassar o ponto máximo. Seca extrema. E não há precipitação que me salve.

17/11/2005

2b?Ntb?=?*

Ou a compressão dos clássicos.
Confusos? Então leiam o resto aqui.

*To be or not to be, that's the question.

Vou começar a ler, ai vou vou II


True Tales of American Life, edited and introduced by Paul Auster

Não, não é mais um livro de Paul Auster.

A pré-história deste livro começou quando Paul Auster pediu aos ouvintes de uma das maiores rádios norte-americanas para enviarem histórias verídicas. A ideia era lê-las num programa da tal rádio, chamado All Things Considered; no ano que decorreu após o pedido, foram recebidas mais de 4000 histórias, um número muito superior ao esperado. Obviamente, não puderam ser todas lidas. Mas como se reconheceu que o projecto tinha tido uma importância real para as pessoas, decidiu-se publicar 179 das melhores histórias neste livro, com edição e introdução de Paul Auster himself. Já o tenho na prateleira em espera há algum tempo, e chegou a altura de o ler. Acho. Ou não fosse eu uma leitora algo caótica ;)

E para mais informações, a crítica do Observer.

Bom diiiiiiiiiiia!

Mesmo não gostando eu muito de falar em exagero logo pela manhã, faço questão de me esmerar nos 'bons dias'. É que há pessoas que se esquecem que ao dizer 'bom dia', estamos a desejar um bom dia às pessoas. Fazê-lo com um ar a roçar o fúnebre-só-estou-a-dizer-isto-porque-a-tua-fronha-está-à-minha-frente-ó-que-azar-pega-lá-um-bom-dia-e-cala-te-lá-UMPF não me cai lá muito bem*. Enervam-me as pessoas assim, que nem ao dizer bom dia conseguem ser afáveis nem parecer sinceras (quando digo isto, refiro-me às pessoas que são sempre assim e não àquelas que até estão num dia mau, porque todos temos dias piores).

Por isso, um sonoro e esfuziante bom dia para vocês :)

*Exceptuando, obviamente, quando se dirige o bom dia a alguém realmente odioso e/ou insuportável. Se bem que secalhar dar-lhe uns bons dias calorosos até pode irritá-lo(a) mais do que dizer a coisa de forma chata. Ideia a reter.

16/11/2005

Preguicites II

Há coisas para que nunca temos preguiça.
Viajar, por exemplo. Ora isso é algo que não se faz devidamente num escritório. Ou até poderá fazer, de algumas maneiras, mas eu cá prefiro viajar quando isso envolver deslocações de ar não provocadas por aparelhos de ar condicionado ou gente a passar. E como quem não tem avião, caça com rato, vou só ali num instante visitar a Minhoca, depois vou a banhos aqui às Boas Intenções da Rita e dou um pulinho à Londres da Maria Lua.
Ufa. Isto de ser preguiçoso cansa ;)

Preguicites I

Bah. A preguiça tem piada quando é uma escolha própria.
Não tem piada quando não há outra hipótese.
Assim não brinco.

15/11/2005

Sempre a música do acaso

É oficial: acabei de ler “The Brooklyn Follies”, o livro mais recente de Paul Auster. A 12ª das suas obras de ficção.

Ao contrário de “Oracle Night”, neste livro não há histórias dentro de histórias dentro de histórias, mas histórias que se encadeiam com outras histórias, de forma mais desorganizada e caótica - embora deliberada. São consequências, acasos, altos e baixos que fazem avançar a acção (como a vida). Palavras impregnadas de crítica social e política, de referências literárias, artísticas e à actualidade. Um trajecto de redenção do protagonista, que escreve - também ele - um livro.

A não perder.

Mas como já sabem, sou suspeita ;)

“One should never underestimate the power of books.”
Nathan, personagem principal do livro The Brooklyn Follies, de Paul Auster
"I like the sound a typewriter makes. I've had the same one for 30 years - and it was used when I bought it. It's only broken down once, and I got it fixed. Computers are giving people problems every minute."
Citação de Paul Auster, num artigo do Guardian

Hoje em dia, em muitas profissões, o computador é inevitável.
Por isso, e como na minha também é inevitável, gosto de lhe fugir de vez em quando. Para as esferográficas, para a minha máquina de escrever. Que não tem o som daquelas antigas, porque é eléctrica, mas onde sabe tãaaao bem escrever. Sem cópias de segurança nem gravações automáticas. Sem rede :)

14/11/2005

Querer chega*

Quando passamos das intenções.

Há dias assim, em que queremos quase tudo.

*E eu vou acabar de ler aquele livro ali da coluna da direita, ai vou vou!

Querer não chega

Especialmente verdade se não dependemos só de queremos só para nós.

Há dias assim, em que queremos tudo.

Palavra do dia XI: nada

Este nada pode ser tudo ou pode ser só um nada.
Sem nada, há silêncio.

Em Sânscrito ;)

Same in any language*


“(...) Este é um filme que não só tem gente lá dentro - e gente a sério - como tem a vida inteira.**

E mais não digo. Gostei, muito.

*Título de uma das músicas do filme, dos I Nine, que podem ouvir aqui no site oficial
. Uma das muitas músicas [boas] do filme.
**Crítica de Jorge Mourinha no Cinecartaz. Subscrevo.

11/11/2005

Quentes e boas!

Castanhas

O dia de S. Martinho faz-me lembrar os grandes magustos da escola, com as castanhas assadas numa fogueira gigante, no recreio. Faz-me lembrar um texto do livro da terceira classe, com a lenda de S. Martinho, que era a cópia - supostamente aleatória - que fazia mais vezes por ser dos textos mais curtos (esse e outro em verso cujo título era 'Quentes e boas', evidentemente também relacionado com castanhas e também muito curtinho). Faz-me lembrar o bom tempo!

Acho que hoje vou comprar umas castanhas à beira-mar, na banca daquele senhor que está sempre lá nesta altura. É que aquele cheirinho a castanhas assadas é certamente, um dos mais agradáveis do mundo ;)

Inquérito

Não custa mesmo nada responder a este inquérito sobre blogues.
Encontrado aqui na Máquina de café da amie, onde também podem ver mais explicações ;)

Mulher ao volante quê?

Estudo prova que as mulheres conseguem evitar mais acidentes

Se ainda alguém tinha dúvidas, dissipe-as agora ;)

10/11/2005

Vou começar a ler, ai vou vou!



"The Brooklyn Follies is Paul Auster’s warmest, most exuberant novel, a moving and unforgettable hymn to the glories and mysteries of ordinary human life."
(contra-capa do livro)

A ordem pela qual leio os livros é bastante volátil, querendo isto dizer que sou muito capaz de estar a ler um livro, mas aparecer outro livro que se torna prioritário e passa à frente do anterior. Também costumo desistir de ler um livro numa determinada altura, se achar que essa não é a altura certa para o ler ou se a leitura não estiver a ser suficientemente interessante. Deixo muitos livros pendentes, os necessários, sem quaisquer remorsos. Secalhar pode considerar-se que sou uma leitora algo caótica. Ou então é uma questão de química com os livros.

09/11/2005

Say cheese!


Passados 5 anos, 2,8 toneladas de plasticina de 42 cores* e milhares de horas de trabalho, tcharan! Wallace & Gromit – A Maldição do Coelhomem.

Carregado de bom humor, jogos de palavras e pormenores de classe, este é seguramente um dos melhores filmes de animação dos últimos anos, quanto a mim. Recomendo vivamente.

*Informações e imagens
daqui e daqui do site oficial.

Nota da redacção e da gerência: a autora deste post/gerente do estaminé vem por este meio manifestar a sua total concordância com a personagem Wallace. Cheese rules. Aproveita também para salientar e enaltecer a fofura dos coelhos ladrões-de-vegetais do filme.


Nada como ver uma tirinha destas logo pela manhã!

Sempre gostei de dicionários e o meu primeiro dicionário de língua portuguesa recebi-o no Natal, na altura da estreia escolar. Agora, tenho de ter e não desgosto de ter muitos dicionários na minha vida. Embora nem tudo se encontre lá, ajudam. Ou pelo menos, a maior parte das vezes ;)

08/11/2005

Confissões num dia chuvoso

Será que algum dos frequentadores/visitantes deste blog gostou mesmo de ler Os Lusíadas?
E alguém escapou a lê-lo? E alguém leu o livro sem ser obrigado? E alguém leu o livro todo (por livro 'todo', entenda-se que não me refiro aos livros explicativos de capinha amarela)?

Eu não escapei, li tudo, obrigada pelo programa escolar.
E heresia das heresias, não gostei*.
Pronto, vou dizê-lo abertamente ao mundo:
Mundo, eu não gostei d' Os Lusíadas.

*O que não quer dizer que não seja realmente uma obra emblemática e inovadora a muitos níveis.
When the ideias become scarce and the time not abunda, have that to improvise, appealing to our old friend. After all of accounts, so that they serve the amiguinhos?

07/11/2005

Sobre-humanidade

Todos temos momentos de sobre-humanidade. Momentos em que nos transcendemos e conseguimos fazer coisas que não nos achávamos capazes de fazer. Em que vamos buscar força onde e quando ela já não parece existir. No desespero e quando tudo parece perdido, quando as palavras já não fazem sentido, quando o corpo não responde, há sempre muito mais de nós. Contra tudo, contra todos, com mais ou menos sanidade ou com doses inimagináveis de auxiliares químicos. Resiliência.

É assim, o meu avô.

Precisamos muito de nos sobre-humanizar, cada vez mais vezes.
E de nos preocuparmos mais com os outros em vez de olharmos só para o nosso umbigozinho.
Que para quem ainda não tinha notado, é totalmente inútil depois de cortado o cordão umbilical.

Boa semana :)

04/11/2005

Eu

fins-de-semana!

Coisas inúteis deste mundo I - Puxe/Empurre

Quem terá tido a brilhante ideia de pôr sempre um autocolante/painel/... nas portas com a informativa e supostamente útil-e-facilitadora-de-vida palavra ‘Puxe’ ou ‘Empurre’?

É que acabamos muitas vezes por escolher a opção errada, embora a palavra mágica esteja em frente ao nosso nariz. E melhor, facilmente constatamos que se não abre assim, vai abrir assado. Simples. E há tão poucas coisas assim, genuina e intrinsecamente simples.

Mas nós tínhamos de complicar, não era?

03/11/2005

Fúrias (in)contidas

Há coisas que são capazes de despertar o pior que há em nós. Coisas que num determinado momento, nos enervam e nos enfurecem, fazem-nos sentir mal por querermos tomar ou tomarmos mesmo alguma atitude enfurecida ou descarregar em alguém/alguma coisa que esteja por perto.

A mim, enervam-me e enfurecem-me os ruídos persistentes, como alguma coisa no carro que teima em bater ou assobiar - não descanso enquanto não descubro a origem do barulho e a silencio.
No trânsito e em filas de pessoas, há dias e dias...dias em que não me importo de demorar mais e dias em que me enfureço por demorar muito a andar tão pouco ou a fazer uma coisa tão insignificante.
E o cúmulo das fúrias, no meu caso, acontece quando não encontro alguma coisa de que preciso, ou até de que não preciso, mas quero encontrar – atinjo o meu ponto de insuportabilidade, protesto, acuso tudo e todos, acuso-me a mim por não conseguir encontrar a dita coisa, reviro tudo de pernas para o ar até a encontrar ou até a dar por irremediavelmente perdida.

O pior das minhas fúrias é que regra geral, descarrego em quem estiver por perto; embora seja manifestamente incapaz de agredir alguém fisicamente, posso acabar por agredir com as palavras. As minhas fúrias acabam, geralmente, nas palavras. Ou num silêncio que mais cedo ou mais tarde, vai acabar com palavras ainda mais furiosas.


O que é que vos enfurece e qual foi a atitude mais enfurecida que já tomaram?

02/11/2005

¡Que viva Santiago de Compostela!

Caminhos com chuva


com sol


à noite


ou durante o dia
...


Sempre em boa companhia por ruas antigas, cafés históricos, restaurantes de tapas, exposições memoráveis, e tudo sem horas marcadas.

Foi um óptimo fim-de-semana prolongado* :)

*E como bónus, uma semana mais curtinha!

28/10/2005

Pés para que vos quero


Uma das partes do corpo mais martirizadas e esquecidas (a não ser quando incomoda) é, seguramente, a área dos pés, a base da nossa vida.

Lembramo-nos sempre mais deles quando fazemos turismo, porque podem piorar exponencialmente, ou mesmo impedir as nossas visitas turísticas devido ao excesso de utilização. E por mais confortável que *pensemos* que é o calçado, os passos demonstra-nos quase sempre o contrário. Houve momentos de viagens em que achei mesmo que não ia conseguir andar mais. É o drama: então estamos num sítio onde queremos ver tudo e o nosso propósito máximo é encontrar uma CADEIRA ou um BANCO?! Haja paciência, pezinhos, mas vão ter de aguentar as minhas caminhadas, custe o que custar.

Portanto, um dos meus objectivos de vida é encontrar e adquirir os sapatos mais confortáveis do mundo (se alguém tiver dicas, agradeço).

E isso é uma coisa que só posso fazer...andando.

Então se me dão licença, vou fazer mais uns testes a sapatos e botas e afins e mostrar às minhas solinhas os caminhos de Santiago. Não no sentido literal da expressão, porque não vou para lá a pé – quem sabe, um dia. Vou só andar por Santiago em si, ver uma certa exposição e ver o que conseguir ver.

Vivam os fins-de-semana prolongados! Se não nos virmos antes, até para a semana ;)

27/10/2005

Palavra do dia X: pioggia


Lá fora.

Em italiano. Que é uma das minhas línguas favoritas.

E hoje, as minhas conversas de fim de tarde vão ser em italiano ;)

Traduzir, por favor

Há palavras que enjoam se forem demasiado utilizadas.
Que se saturam com o uso.
Há palavras que nos cansam e que ficamos cansados de dizer;
outras que por mais que as utilizemos, não cansam nunca.
Outras palavras nunca são ditas, algumas não são ouvidas por mais que as digamos.
Algumas perdem o significado.
Algumas não nos dizem nada.
Há palavras que ficam por dizer e palavras que nunca deviam ser ditas.
Há palavras que mexem, outras que fazem mexer.

E há as palavras certas.

Quais são as vossas palavras?

26/10/2005

Medições por aproximação

Portugal, o único país do mundo em que o instrumento de medição oficial é...o olhómetro.

Portátil, extremamente ergonómico, dinâmico e de rapidez inigualável, este dispositivo integrado de origem no povo português permite efectuar medições, avaliações, previsões, orçamentos e cálculos aparentemente impossíveis, complicados ou simples num abrir de fechar de olhos. Literalmente.

Basta olhar, executar a operação pretendida, piscar os olhos, franzir ligeiramente o sobrolho e numa questão de segundos, os resultados. Mais coisa, menos coisa.

Olhómetro.
Connosco, desde mil cento e tal.

Nota - Quem nunca calculou nada a olho? ;)

25/10/2005

A vingança serve-se fria?

Vingarmo-nos de certas coisas, por mais insignificantes que possam parecer, e mesmo quando a vingança é instintiva, involuntária até, e não premeditada - será esta uma necessidade do ser humano?

Teremos todos um lado mais ou menos maquiavélico que não nos deixa passar certas coisas em branco? Ou alguém é capaz de afirmar que nunca seria capaz de se vingar?

Não me refiro a grandes vinganças engendradas ao pormenor, maléficas ou com propósitos destrutivos. Refiro-me àquelas vingançazinhas, que às vezes podem parecer insignificantes, mas que - e aqui confesso-me eu primeiro - nos sabem tão bem.

Ainda melhor se involuntariamente, as vinganças acontecem sem que ninguém as provoque. Simplesmente por obra do acaso (?) universal. Quanto a mim, estas são as melhores castas de vingança.

Serão as vinganças uma espécie de dispositivo de equilíbrio do universo?

Nota: não se preocupem com esta febre de perguntas relativamente retóricas.
Passa já. Vou só ali resolver umas questões pendentes e já venho ;)

Momento zen

À manobra arriscadíssima de mudança de direcção de um imponente bólide de marca chique (que passou para a minha fila de trânsito), responder com aquele aceno em que se encosta o polegar ao nariz e agitam os restantes dedos.

Obrigada, senhor de óculos escuros gordo com ar de bronco (pardon my French).
Já não me ria tanto no carro há uns tempos :)

Maquinices

I admit. I do not obtain to pass without coming here.
That thing. I that nor I am even nothing of vices.

Admito. Não consigo passar sem vir aqui.
Que coisa. Eu que até nem sou nada de vícios.

24/10/2005

Das idas a bares da moda*

Fase 1: A grandiosa chegada
O chamado bar da moda, ao qual não nos importamos nada de ir de vez em quando, é aquele bar a que toda a gente se lembra de ir de vez em quando. A parte dramática da coisa é quando o ‘de vez em quando’ de toda a gente é, catastroficamente, o mesmo que o nosso (felizmente, este foi numa ocasião especial de um aniversário :) Damo-nos conta à chegada, quando nos apercebemos de que encontrar um lugar para estacionar irá ser equivalente a querer acertar no totoloto assinalando apenas um número: altamente improvável (matemática das nossas vidas, a quanto obrigas!). Passando esta fase, temos a...

Fase 2: Gloriosa entrada em cena
Caso não façamos parte da restritíssima guest list (ai que finos e caturreiras que nós somos, repare que se não estiver na nossa listinha hiper-mega finex, não terá direito aos 65 mm de espaço ultra-chiquésimos reservados apenas a VIPíssimos giraços, ar puro totalmente não incluído), resta-nos entrar sem fazer parte dela. O que por acaso aconteceu sem mais delongas, caso contrário, restar-nos-ia sugerir ao amável porteiro uma visita de imersão ao vizinho rio Douro, para conhecer a sua simpática fauna de roedores (bem como a vida – ou a ausência de vida? – subaquática).

Fase 3: A não-tão-boa parte de estar lá dentro
No início, a coisa estava tolerável. Jinga-se para um lado e para o outro, dois dedos de conversa em altos berros, explorações ao espaço renovado (algum dele vedado por mais listinhas, agora virou moda nestes bares da moda?), uma bebidita a preços altamente não recomendáveis (tal como em quase todos os bares, que fará se estes são da moda). No entanto, a cada segundo que passa, chega mais e mais gente, há menos e menos ar, há mais e mais pessoas a andar de um lado para o outro, instalando-se então o clima de pré-guerra civil - um mix do clima de predisposição ao soco com o ambiente explosivo que se vive em alguns locais. Qualquer cotovelada que nos dêem é um apelo ao vigor bélico do nosso eu violento, qualquer calcadela inocente pode despertar a nossa recôndita ira interior. Principalmente para quem gosta pouco de invasões ao seu espaço vital. Valham-nos os sofás, quais tanques de guerra no meio de um campo de batalha.
Saliente-se ainda que lá por um sítio ser da moda, não quer dizer que as instalações sejam imaculadas. No melhor pano cai a nódoa, e mesmo num local tão VIPóchique e branco, as casas de banho podem ser poucas e – imagine-se! - ‘avariam’ como em todos os outros locais. Obviamente, querem transmitir-nos a profunda filosofia de que mesmo uma necessidade básica pode ser um luxo nestes locais chiques a valer. Filosofias avançadíssimas de bares da moda como este.

Fase 4: Ai queria pagar, era?!
Não, querer tão queria. Mas como querer nem sempre é poder, há que fazer fila. Uma fila bem à portuguesa, organizada, ordeira e sem tumultos nem bate-bocas. No espaço de cerca de uma hora, há que penar para regressar ao mundo cruel, ar puro semi-incluído [valham-nos os amigos].

Conclusão: haja paciência.

Inclusive para ler posts como este, pós-bares da moda. Uma verdadeira maçada :)

*relato pungente e dramatizado de uma saída nocturna.

21/10/2005

Bolas...



...apesar da chuva, tenham um fim-de-semana divertido!

:)

Matemática da minha vida II: a tabuada

O pesadelo da criançada, um dos mais temíveis empreendimentos do nosso cérebro subutilizado é decorar a tabuada.

Mas porque é que algo que nem é assim tão difícil tem de ter um nome tão catastroficamente pouco apelativo?! Tabuada vem de tábua; a tábua de que nos lembramos imediatamente é a de madeira. E por analogia morfológica, tabuada é semelhante a porrada, pancada, estalada, chapada. Coisas que normalmente, o comum dos mortais não quererá experienciar.

Quando ainda por cima, não saber a tabuada é sinónimo de reguada (ou era, nos meus tempos de escola...há décadas e décadas atrás, quando o uso da máquina de calcular era proibido!), estão a ver aonde quero chegar. Termos de aprender a tabuada, uma das grandes bases do cálculo matemático, por recearmos a violência não me parece um bom método nem uma publicidade muito convincente à ciência. Por mais teorias que se possam avançar sobre a importância da activação dos chakras (através da reguada), enquanto a coisa tiver este nome, a ideia não é vendável. Tanto que já foi ultrapassada.

Apesar destas considerações, tive de chegar a uma conclusão perturbante. A pressão da reguada, o receio das sequelas do acto faziam com que eu contasse desesperadamente com as mãos por baixo da mesa, sempre que a professora fazia aqueles inquéritos aleatórios, contava tão depressa e ficava tão nervosa e fazia tantas analogias e ginásticas numéricas que acabava...por acertar. E o certo é que acabei por decorar a dita cuja.

Ainda hoje sei a tabuada.

20/10/2005

Lençóis de água

A expressão até soa a algo confortável.
A língua portuguesa é muito traiçoeira.

Também há bloggers de carne e osso. A sério.

Ou pelo menos alguns.
Que se juntaram ontem no histórico café Aviz, em plena baixa portuense.

Chuva. Depois de largar grande parte do meu avultado salário a compensar um amistoso arrumador, cheguei ao café. Olhei em volta, porque ia ter de adivinhar qual seria o grupo. Sentei-me, porque era arriscado tentar acertar à primeira. Foi quando ouvi alguém precisamente na mesa em frente à minha a dizer algo que me soou como “tralala tralala broche!” Lembrando-me de uma conversa semelhante em plena Máquina de Café, decidi acercar-me e lançar a questão: “vocês por acaso têm alguma coisa a ver com blogs?” Questão esta que, achava eu, me iria dar alguma margem de manobra em caso de resposta negativa. Não cheguei a saber, porque acertei. Tinham.

Um dos presentes tinha de ir embora, não sem antes acusar esta vossa narradora de ter sotaque de outra província portuguesa, uma parte extremamente traumática do evento. Depois disso, foi chegando mais gente. As conversas mantiveram-se sempre estritamente culturais, versando sobre poesia, correntes literárias, matemática avançada, marionetas, fantoches e o panorama artístico em geral. Ocorreram também várias performances artísticas, inclusive uma coreografia pirotécnica arrojada.

...

Ou então não. Ou então há vida para além dos blogs, há silêncios como em todas as conversas, há perguntas, piadas, contas, diálogos cruzados, coincidências, horas de ir embora, sono. E chuva.

Mas isso só sabe quem compareceu ;) Desta vez, estiveram representados os blogs Terceleiros, Máquina de Café, Zona Franca, Errortográfico, Moleskine, [ g u e r r i l h a s ], Caixa das Esmolas, Quioske e ::historia da internet::.


Pela minha parte, gostei e repito quando puder.
Para as palavras também terem som de vez em quando ;)

19/10/2005

Matemática da minha vida: noves fora, nada, ou tudo



Hoje ia escrever sobre matemática. Sobre como a matemática une, separa, retira, pluraliza, sistematiza, simplifica, comprova e nega.
A matemática faz tudo ou fazemos tudo com ela.

Depois lembrei-me que a matemática nunca foi o meu forte.

Então decidi não escrever sobre matemática. E cheguei à conclusão de que já não me lembro como se faz a prova dos nove, para depois começar a achar que todos temos um dispositivo de prova dos nove integrado. Gostamos de comprovar.

Afinal, não é preciso saber muito de matemática para ela estar sempre connosco.

18/10/2005

Palavra do dia IX: hong se

Em pinyin (romanização da escrita chinesa, ou seja, forma de escrever o chinês nos nossos caracteres ocidentais).

Uma das minhas cores favoritas ;)

Conjugações*



Duas pessoas ao telefone, ambas com idade rondando os 30 anos. Ouço só uma, imagino as duas. Logo nos primeiros segundos de conversa, começa-se a falar detalhadamente sobre as tarefas executadas pela empregada doméstica com extrema precisão temporal, sobre os tapetes e sapatos que ficaram à chuva na varanda (com pormenores requintados de descrição do tecido constituinte do tapete e de formas de lavagem ideais), sobre combinações de roupa para lavar - porque mancha, porque larga pêlo, porque minga, porque enruga - sobre o jantar que vão fazer para os maridos, sobre comidas preferidas dos maridos (mais uma vez, descrição minuciosa). Sobre o que uma delas fez porque o marido não passou cá o fim-de-semana, o horror da solidão.

Alguém me passa os lápis de cor, por favor?

*o verbo colorir só tem duas pessoas no presente do indicativo – colorimos e coloris.

17/10/2005

Temperatura: estável


Fim-de-semana adoentado. Fruta da época.
Em jeito de compensação, a semana começa calma e com chuva para baixar a temperatura.

Quando era pequena, se havia coisa de que não gostava particularmente, essa coisa eram os termómetros. Porque implicavam quase sempre medicamentos, cama e repouso. A melhor recordação que tenho de termómetros foi ter partido um em mil pedaços, ver o mercúrio espalhado pelo chão da cozinha, as bolinhas a fugir e eu a tentar apanhá-las com uma folha. Achei que ia ser o fim do mundo por o ter partido, ia ficar de castigo.
Mas o mundo não acabou e eu nem sequer ouvi um ralhete. Foi uma coisa como outra qualquer. "Mas não te cortaste, pois não?"

Hoje como noutros dias, como sempre, há coisas a que damos demasiada importância.

14/10/2005

Um...



...fim-de-semana construtivo :)

Palavra do dia VIII: pazzesco

Regresso às aulas de italiano, ciao, ciao, come stai, bene, grazie, le vacanze sono state buone, sono andata a Barcelona, città bellissima, etc. Saudades de falar a cantar*.
Também já me tinha esquecido de como gostava de ir de carro pela marginal e pela foz ao fim da tarde, devagar, com tempo para quase-ver o pôr-do-sol e querer ficar à beira-mar muito tempo.

Mas a palavra do dia (em italiano, obviamente) é mais uma descrição de muita coisa que acontece hoje em dia. Aliás, pode ser uma descrição do estado universal da maior parte das coisas!

*E por falar em cantar, tanti auguri a te! ;)

13/10/2005

Um jogo tem menos remates num estádio a sério

Fase 1: Viagem
O metro portuense é seguramente o melhor meio para chegar ao Estádio do Dragão. Mas num dia de jogo....há que conseguir apanhá-lo. Primeiro, a fila para carregar os cartões. Depois, a luta pelos lugares sentados ou pelos 10,5 centímetros onde terá de caber o nosso corpo todo (e estou a ser generosa no exemplo). Já no interior, há o clima de predisposição ao soco - qualquer mini-desentendimento pode gerar um caos mais ou menos violento - e em simultâneo, há a amena cavaqueira típica de sardinha em lata: “desculpe lá o cotovelo cravado nos seus rins”, “não tem mal estar a pisar-me, assim até emagreço a barriga dos pés”, “importa-se de inspirar fundo para eu poder assoar-me”, etc. Há o típico indivíduo que conta piadas a torto e a direito, o velhinho que teoriza a solução genial para a falta de espaço, a senhora ruborizada que está sempre no limite da queda aparatosa, o jovem que não pára de mandar mensagens no telemóvel, há de tudo. Impera a lógica “só mais um” em cada paragem até ao limite do desespero e da senilidade. Logicamente, a chegada é um alívio.

Fase 2: Jogo
Ver um jogo num estádio surpreendeu-me pela positiva. Pensei que ia ser demasiado confuso, e não foi. Pensei que ia ver mal, e vê-se bem. Confirmei que cantar o hino é das partes mais emocionantes. Pensei que ia haver demasiado barulho, e não houve (sim, pode existir silêncio num estádio cheio). Achei foi que há tantas coisas para fazer que acabamos por não prestar tanta atenção ao jogo em si como em casa. Há a onda, as bandeiras para agitar, as canções, os protestos, os aplausos e apupos, as conversas cruzadas, os golos para comemorar, o delírio colectivo. Há menos polémicas do que na TV e menos casos que parecem perigosíssimos.

Fase 3: Fim
No fim do jogo, as comemorações pela nossa apuração para o mundial. Ele foi espectáculo de raios laser, a pirotecnia do costume, música. Gostei particularmente da parte dos raios laser, em que projectaram os nomes dos jogadores da selecção no relvado: ficou provado que erros ortográficos não se dão só no papel e em documentos electrónicos, também existem em versão relva.

Fase 4: Regresso e finalmente, a parte da COMIDA

O regresso foi mais calmo em termos de viagens, mas dominava a fome.
A FOME!
Não esquecer: levar farnel da próxima vez.

12/10/2005

Errortográfico em directo na TV!

Nunca fui a um jogo de futebol a sério.
Nem a um estádio a sério (para ver jogos).
Portanto hoje parece-me um bom dia para começar.
Vou à bola :)

Acordar excessivamente cedo

Não gosto. Ver noite ao acordar não faz bem à minha saúde quando sei que não é para apanhar um avião. Por outro lado, fez bem à minha saúde porque foi para ir ao médico.
Mas só por isso.

11/10/2005

Expressão do dia VII: zai jian

Fico muito triste por não poder continuar a aprender chinês este ano.
Por isso, zai jian ao chinês.
Para compensar, digo outra vez ciao italiano, porque o vou retomar!
É a lei compensatória do universo ;)

Tradução simultânea

It rains very, the packages, and thunders.
It will be finally the Vince?
In any way, I decided to avenge me in the machine of the custom :)

Chove muito, a pacotes, e troveja.
Será finalmente o Vince?
De qualquer maneira, decidi vingar-me na máquina do costume :)

10/10/2005

Things aren't always

what they seem.
E a prova disso são os livros de culinária.
Os bolos nunca ficam com um aspecto tão fôfinho.
As saladas não têm sempre um ar viçoso e revigorante.
As frutas murcham e não têm gotículas refrescantes.
As coisas queimam.
Nunca temos os ingredientes todos em casa em tacinhas ordenadas ou frasquinhos empilháveis.
Etc.
O mundo ideal é mais provável nos livros.

Don't you just...


...love cooking shows?

Sou portuguesa

Tenho saudades de muita coisa.

Dos guarda-chuvas de chocolate que comia muitas vezes à sobremesa ao Domingo.
De apanhar secas à espera que desse a bonecada ao fim-de-semana.
De amigos que nunca mais vi ou que vejo pouco.
De disparatar nas aulas de ginástica rítmica cheias de velhinhas e de fazer sempre malhas nas meias-calça que a minha mãe insistia em vestir-me com o fato de ginástica à anos 80.
De invejar as sandes dos trolhas que faziam obras na casa da minha avó.
De dormir no banco de trás do carro a caminho de casa. Das brincadeiras para evitar que dormisse.

A chuva tem destas coisas. Fico nostálgica.